Com a proposta de ajudar o governo em ações para ampliar e fortalecer os produtos do agronegócio brasileiro no cenário internacional, principalmente os produzidos pelas maiores cadeias produtivas, a Embrapa e o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) vão realizar estudos de prospecção e de impactos socioeconômicos da produção e comércio da agropecuária do país.
As duas instituições firmaram um contrato de cooperação técnica com prazo de 60 meses para executar o plano de trabalho que envolve diversas ações, entre elas, a construção de um banco de dados para nortear as atividades de pesquisa que serão realizadas durante o projeto.
O estudo prevê a capacitação no trabalho avançado com o banco de dados, que será criado. A partir de informações sobre as barreiras protecionistas impostas para os produtos do agronegócio do Brasil nos principais mercados, o estudo vai identificar oportunidades a serem exploradas e propor ações para a expansão das exportações do país.
Modelagem na prospecção
Os pesquisadores vão estudar o estado da arte da geopolítica e o protecionismo agrícola, diferentes nichos de demanda para segurança alimentar, qualidade do alimento, alimentos com valor adicionado, customizados e rastreáveis, além de impacto de doença como a peste suína no comércio internacional.
De acordo com a pesquisadora Cinthia Cabral da Costa, gestora técnica do contrato de cooperação pela Embrapa Instrumentação, ainda serão realizados estudos de modelagem para análise de impacto de inovações no agronegócio, como estudos sobre a adoção da agricultura 4.0, e de simulação e de análise de impacto de políticas, que podem subsidiar complementos ou reformulações das já adotadas ou em vias de adoção.
Com o desenvolvimento dessas ações, os pesquisadores esperam ter uma ferramenta de modelagem para prospecção do mercado agropecuário mundial futuro envolvendo os principais produtos produzidos no Brasil, como soja, milho, algodão, carne bovina, carne suína, carne de frango, açúcar e etanol.
“O interesse da Embrapa é estudar, identificar caminhos e políticas que possam gerar ganhos para o agronegócio brasileiro, mercados potenciais para a expansão da exportação, prevendo o comportamento do cenário internacional, detectando inovações que promovam o aumento da competitividade e sustentabilidade do agronegócio. A adoção dessas políticas pode gerar ganho de renda e emprego em toda a economia do país”, avalia a socieconomista Cinthia Cabral.
Além dessas iniciativas, o estudo vai contemplar a estruturação de planos de ação voltados à disseminação de informação e sensibilização para adoção de políticas que favoreçam o agronegócio e a economia do país. Junto ao setor produtivo, os pesquisadores vão levantar stakeholders, como consultores, empresários agrícolas e formadores de opinião, de forma a ampliar a rede de conhecimento técnico, de inteligência e de negócios para o progresso do setor e sua contínua atualização.
Os resultados do estudo serão divulgados por meio da realização de artigos, eventos técnicos, workshops, cursos de educação executiva e palestras.
Reforço nas pesquisas
A Embrapa Instrumentação já desenvolve atividades de pesquisa para subsidiar tomadas de decisões de políticas públicas que geram benefícios para o agronegócio do país. São estudos que focam na adoção de novas tecnologias para o agronegócio, em políticas que buscam a expansão do mercado agropecuário, o aumento da competitividade e da sustentabilidade.
“A parceria com o Insper Agro Global é importante para estes trabalhos socioeconômicos que estão sendo conduzidos na Embrapa instrumentação para ajudar na condução dessas pesquisas com profissionais altamente qualificados e no contato com os formuladores de políticas para identificar demandas do governo e setor privado e para sua implementação”, diz a pesquisadora Débora Milori, chefe de Transferência de Tecnologia, .
A pesquisadora ainda acrescenta que a escolha do parceiro, que está ligado ao Centro de Agro Global (Insper Agro Global, vinculado ao Centro de Políticas Públicas), é estratégico para os trabalhos da Embrapa, uma vez que visa promover propostas de políticas a serem realmente implementadas, com geração de impactos para a sociedade e com aderência aos propósitos da Empresa.
Marcos Sawaya Jank, pesquisador do Insper, vê a parceria como uma soma de esforços para atingir objetivos que são centrais e comuns a ambas instituições. Segundo ele, estudos de economia agrícola e comércio que possam subsidiar ações do governo, particularmente o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é o foco de trabalho tanto de pesquisadores da área de economia da Embrapa quanto do Centro, recém criado no Insper.
“Assim, abordando temas específicos e centrais nesta área, como o comércio internacional e inovação no agro, criamos esta parceria para realizar alguns trabalhos de maneira mais produtiva do que seriam realizados se trabalhássemos de maneira independente”, avalia.