A Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) realiza diversas pesquisas em todo Estado por meio do Programa Estadual de Pesquisa – PEP Cafeicultura. O PEP Cafeicultura tem como objetivo gerar e adaptar tecnologias para a ampliação e o desenvolvimento da cultura do café no estado de Minas Gerais e as pesquisas acontecem nos campos experimentais e em áreas de parceiros, principalmente através de unidades demonstrativas para adaptação de tecnologias às diferentes regiões cafeeiras do estado de MG.
Diversas são as linhas de pesquisa, sendo elas:
- Avaliação de genótipos de café adaptados à arborização;
- Avaliação de genótipos de café em ambiente controlado de déficit hídrico e temperaturas elevadas;
- Desenvolvimento de variedades resistentes à seca e a altas temperaturas;
- Estudos sobre resposta de variedades de café à irrigação;
- Sistemas de manejo de cultivo e diferentes arranjos espaciais envolvendo espécies arbóreas e frutíferas (ênfase agroecológica, agroflorestal, agrossilvipastoril);
- Ampliação do conhecimento e domínio sobre radiação solar, face de exposição solar, declividade e estrutura das árvores para arborização de cafezal;
- Estudos sobre emissões de CO2 e fotossíntese do café;
- Estudo de cultivares de Coffea canephora adaptadas ao Estado de Minas Gerais;
- Estudos de variação de comportamento de pragas e doenças frente às mudanças climáticas;
- Fisiologia do cafeeiro;
- Monitoramento ambiental do agroecossistema cafeeiro;
- Manejo para conservação de água e solo.
Papel do clima
De acordo com os pesquisadores da Epamig Margarete Volpato, Rogério Silva e Vanessa Figueiredo, o clima exerce papel fundamental nas condições hídricas de cafeeiros e ocorrência e intensidade de doenças e pragas em cafeeiros. Por essa razão, na linha relacionada às mudanças climáticas e sistemas de produção do café a Epamig vem trabalhando com dois projetos no Campo Experimental da Epamig de Três PontasCETP, financiados pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café – CBP&DCafé. No CETP temos, recentemente, coletando dados meteorológicos em uma estação automática, em parceria com a cooperativa Minasul, que deverá impulsionar estudos nas linhas de pesquisa envolvendo o agroecossistema cafeeiro.
O primeiro projeto estuda a relação entre as variáveis meteorológicas e os problemas fitossanitários, que podem ser agravados pelo manejo inadequado da cafeicultura. O estudo realiza o monitoramento agrometeorológico, fenológico e fitossanitário por meio de amostragens de campo, além da manutenção de um banco de dados com histórico de 40 anos.
Além desse projeto, Vanessa destaca o projeto de monitoramento das condições hídricas de áreas cafeeiras utilizando sensoriamento remoto como satélites orbitais, veículos aéreos não tripuláveis (DRONES) e sensores de campo de agricultura de precisão. Tal estudo visa estabelecer práticas de manejo da cultura, diminuindo impactos negativos do déficit hídrico sobre a produção do café.