A Associação Brasileira de Pós-colheita (ABRAPOS) abre oficialmente nesta terça-feira (24), às 8h, a VIII Conferência Brasileira de Pós-colheita (VIIICBP2023), em Rio Verde (GO), com o tema “A gestão da pós-colheita de grãos para sustentabilidade do agronegócio”. O evento, que terá duração de três dias, contará com a participação de especialistas e profissionais do pós-colheita de diferentes regiões do Brasil, que irão compartilhar as novidades e os desafios deste setor. Ao mesmo tempo, será realizado o V Simpósio Goiano de Pós-Colheita de Grãos, que abordará temas específicos da região.
As inscrições ainda podem ser realizadas no local do evento, que traz na programação 18 palestras, 6 painéis, sessões de pôsteres com trabalhos científicos e exposição de empresas de várias regiões do Brasil, que oferecem produtos e serviços para o setor.
Dentre os temas que serão discutidos estão a gestão e automação das unidades armazenadoras, capacidade estática brasileira, manejo e controle de contaminantes no armazenamento, processos operacionais nas unidades armazenadoras, segurança operacional e do trabalho, qualidade dos grãos e suas implicações no armazenamento e industrialização, energia, técnicas de secagem e aeração dos grãos com qualidade e inovação de processos e produtos para a armazenagem segura.
O coordenador da Comissão Organizadora do evento, o engenheiro agrônomo, Osvaldo Resende, do Instituto Federal Goiano, destaca que o objetivo principal do evento é tentar trazer essa discussão geral da área de pós-colheita, do que está sendo desenvolvido atualmente quanto a tecnologia que pode ser aplicada e trazer benefícios na área de armazenagem. “A ideia é trazer soluções para os problemas atuais, antecipando os possíveis obstáculos e como se preparar para eles”, detalha Resende.
Segundo ele, o espaço dos expositores será uma vitrine tecnológica de produtos, tecnologias e soluções relacionadas a pós-colheita, onde o público poderá ver de perto as inovações do setor que já estão no campo e disponíveis no mercado.
O presidente da Abrapos, José Ronaldo Quirino, ressalta que a conferência é uma oportunidade para conhecer as novas tecnologias, as boas práticas operacionais e a importância da segurança no pós-colheita. “Faremos um dos maiores eventos do pós-colheita”.
Ele destaca que o evento tem o apoio de diversas entidades representativas, como o Instituto Federal Goiano-Campus Rio Verde, o SAGG – Sindicato dos Armazéns Gerais de Goiás, a Caramuru Alimentos e a Comigo-Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano. “Essas entidades nos ajudam a realizar um evento de alto nível, com conteúdo relevante e atualizado, que contribui para a sustentabilidade da produção agrícola”, afirma Quirino.
Segurança e armazenagem
O primeiro debate da conferência é a “Segurança operacional e no trabalho nas Unidades Armazenadoras de Grãos”. O engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, palestrante Moyses Freire, irá pontuar a importância de trabalhar a percepção de risco, a gestão, a forma de avaliar a segurança na empresa, o cuidado com os colaboradores, a formação dos líderes a fim de que tenham um estreito link com o trabalhador.
“As empresas precisam se atentar que uma coisa é você ter um clima de segurança, outra é você ter uma cultura de segurança, em que ela não é algo a mais, mas está no DNA da empresa. Eu não vejo nenhuma indústria, de nenhum ramo que consiga sobreviver sem olhar a segurança dos trabalhadores, pois eles são o maior ativo da empresa”, explica Freire.
Outro tema importante que será debatido durante a conferência é os “Investimentos e infraestrutura logística de armazenagem”. A moderadora do painel, Denise Deckers do Amaral, vice-presidente da Abrapos e assessora da Diretoria de Operações e Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), alerta para a importância de os produtores terem suas estruturas na própria propriedade rural para que tenham ao menos condições de armazenar 30% de sua produção para que não enfrentem uma situação crítica. Medida, que segundo ela, traz vantagens financeiras ao produtor, pois poderá estocar o grão para vender quando o preço melhorar e pagará menos pelo frete do que durante o período da colheita.
“Como desde 2003 estamos batendo recorde em cima de recorde, e a evolução da capacidade não está acompanhando a evolução da produção, então o futuro é preocupante. Costumo dizer que Deus é brasileiro porque mesmo com a defasagem, não tivemos até o momento nenhum problema sério, só pontuais. Porém o que faremos se os nossos compradores resolverem não honrar com os seus compromissos, o que nós vamos fazer com a safra recorde?”, questiona.