Nilva Teresinha Teixeira
Doutora em Agronomia e professora de Nutrição de Plantas, Produção Orgânica e Bioquímica da Unipinhal
TESConsultoria Socioambiental “Divisão Agronômica
Tempos atrás, a preocupação com a nutrição das plantas florestais era pequena: o que se procurava fazer na implantação era calagem e adubação fosfatada com adubos insolúveis em água. Entretanto, hoje, além da fertilização com nitrogênio, fósforo e potássio, o emprego de adubos com magnésio e boro incrementa os programas de adubação. O manejo nutricional tem se mostrado fundamental, quando se pretende obter altas produtividades.
O estudo da literatura demonstra que o aumento da dose de calcário, o estabelecimento das doses de nutrientes na adubação em virtude da textura do solo, a introdução de gesso como fonte de enxofre, o uso de doses de nitrogênio mais elevadas em função do teor de matéria orgânica, o uso de fontes solúveis de fósforo, apenas, o aumento das doses de boro, além do fornecimento via pulverização foliar nas regiões com déficit hídrico acentuado têm proporcionado excelentes resultados.
A recomendação de calagem e fertilização deve sempre se fundamentar na análise de solo.
Novidades
Um aspecto interessante em reflorestamento é o uso de gel no plantio. Tal insumo atua como retentor de água no solo, reduz a mortalidade de plantas, não permite grandes variações na temperatura do solo, melhora sua aeração e evita a compactação, além de ser inócuo ao meio ambiente e aos microrganismos do solo.
O gel é um produto não tóxico epolímero composto por silício, magnésio, aminoácidos e dióxido de carbono. Possui alta capacidade de retenção de água, podendo reter esse líquido em quantidade equivalente a centenas de vezes seu próprio peso, entregando-o à planta de acordo com a necessidade dela.
Além disso, ele é biodegradável e possuipH neutro. Pode ainda contribuir para o bom desenvolvimento da planta com mais duas maneiras: atua como isolante térmico e é capaz de reter no seu interior, além da água, soluções ricas em nutrientes. O resultado é o rápido estabelecimento da cultura e a redução de custos com replantio e irrigação.
Essa técnica traz benefícios para o solo: reduz as perdas de água e o número de irrigações em até 50%; melhora a estrutura física do solo, aumentando a aeração e diminuindo a compactação; auxilia na menor variação brusca de temperatura; reduz a lixiviação e a evaporação da solução; e aumenta a Capacidade de Troca de Cátions (CTC).
Ácidos orgânicos
Entre as novidades de mercado de insumos para florestais estão os produtos com aminoácidos ” que estimulam o metabolismo da planta “e ácidos orgânicos (húmicos e fúlvicos). Veja, a seguir, exemplos de aminoácidos e as respectivas importâncias nas plantas:
– Ácido aspártico: é fonte abundante de nitrogênio e se responsabiliza pela translocação do nitrogênio pelo floema.
– Ácido glutâmico: é sintetizado por meio da incorporação da amônia em compostos orgânicos, dando origem a vários aminoácidos. É a principal via de entrada de nitrogênio mineral nos compostos orgânicos nas plantas.
 – Alanina: participa da formação e germinação do grão de pólen.
 – Arginina: influi na fotossíntese e participa do crescimento e transporte dos nutrientes para flores, frutos e sementes.
 – Fenilalanina e tirosina: são responsáveis pelos processos de senescência e dormência.
 – Glicina: é importante na fotossíntese, fazendo parte do processo de síntese de clorofila.
 – Histidina: é regulador da concentração do ácido aspártico.
– Lisina: é ativadora da clorofila e retardadora da senescência.
– Prolina: é reserva de nitrogênio facilmente assimilável, sendo utilizada pela planta como defesa contra o déficit hídrico e o estresse térmico.
– Valina: atua na regulação do crescimento e na maturação dos frutos.
– Triptofano: é precursor da síntese do Acido Indolil Acético (AIA), hormônio de crescimento.
– Isoleucina, Leucina e Treonina: participam na formação de outros aminoácidos.
 – CisteÃna: está presente na assimilação do enxofre, precursor da lignina.
 – Serina: é precursor do triptofano.
 – Metionina: está presente na assimilação do enxofre e é precursor do hormônio de maturação e senescência (etileno).