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Fosfito atua contra a ferrugem da soja

Crédito Shutterstock
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Os fosfitos são produtos comercializados no mercado brasileiro como fertilizantes, na forma líquida ou de sais, que tem como base o ácido fosforoso (H3PO3), o qual age como uma vacina, estimulando a planta a produzir fitoalexinas, que são alcaloides, compostos fenólicos e fitormônios naturais produzidos pelas plantas como substâncias de defesa contra os efeitos de fungos, bactérias, nematoides, insetos, etc.

O fosfito associado a macro e micronutrientes tem se revelado uma excelente fonte de nutrientes, por possuir absorção rápida e ação complexante, que favorece a absorção principalmente dos micronutrientes. O engenheiro agrônomo Hélio Casale diz que, em mistura com outros produtos, o pH da calda é reduzido, favorecendo a absorção de herbicidas como o glifosato e o gramoxone.

Segundo o engenheiro agrônomo e consultor da Hvidal Consultório Agronômico, Hugo Reis Vidal, o benefício direto do uso de fosfitos é que o íon fósforo é de rápida absorção pelas raízes, caule e folhas, permitindo vários métodos de aplicação, como pulverização foliar, via fertirrigação, pincelamento, ou ainda por imersão, induzindo a planta a produzir fitoalexinas em quantidade maior e mais rápida que a produção natural da planta, inibindo assim as ações dos microrganismos patogênicos.

Contra a ferrugem da soja

Como dito, o fosfito tem ação comprovada sobre alguns patógenos, ativando os mecanismos de defesa nas plantas de soja. “O uso de fosfito combinado com o manejo de fungicidas causa a ativação de mecanismos de defesa das plantas, resultando em resistência das plantas ao ataque do patógeno“, avalia Luana Maria de Rossi Belufi, pesquisadora Fundação Rio Verde.

Para o controle da ferrugem, ela recomenda que o fosfito seja aplicado preventivamente, antes da presença dos sintomas da doença.

 

Opções

Atualmente, existem diversas formulações e marcas comerciais disponíveis no mercado, sendo elas o fosfito de potássio, fosfito de manganês, fosfito de cálcio, fosfito de magnésio, entre outros, sendo que a utilização ou a escolha depende de orientação técnica baseada na necessidade das plantas.

Para o controle de doenças, os fosfitos de potássio têm sido mais requeridos, pois estimulam a produção de fitoalexinas antes da planta exigir e sua composição é baseada no elemento que a planta mais necessita para manter o seu equilíbrio nutricional, responsável pela sua resistência natural.

Por outro lado, o fosfito de cálcio e fosfito de magnésio protegem a planta no final do ciclo.

Sintomas de ferrugem em folha de soja - Crédito Miriam Lins
Sintomas de ferrugem em folha de soja – Crédito Miriam Lins

Cuidados na aplicação

Douglas José Marques, professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da UNIFENAS, recomenda que o fosfito seja aplicado nas horas com temperatura mais amenas; evitar aplicação com temperatura elevada, em dias muito frios e em dias chuvosos ou com previsão de chuva.

Hélio Casale informa que normalmente são empregados na base de 1 a 1,5 litro por hectare, duas a três vezes ao ano. Pesquisa recente mostra que a absorção do fosfito é da ordem de 90 a 98%, entre três a 20 horas após a aplicação.

Segundo o agrônomo, essa mobilidade é fator preponderante para que os acompanhantes, sejam eles fertilizantes, defensivos ou herbicidas, tenham o efeito esperado, com redução substancial de doses e consequente baixa dos custos da aplicação.

“Deve-se ficar atento à mistura com produtos que contenham estanho, calda sulfocálcica, óleo mineral, cobre, dimetoato, dicofol e produtos de reação alcalina“, atenta o professor Douglas Marques.

Custo

Os preços do fosfito são variáveis de acordo com a marca e a formulação, porém, Hugo Vidal diz que o técnico e o produtor devem estar atentos a algumas marcas que não são propriamente fosfito, embora usem esta denominação. “Por isso, o ideal é sempre adquirir de fornecedores idôneos“, alerta o consultor.

Quanto ao custo-benefício, ele afirma que o uso do fosfito diminui o uso de insumos e operações, com ações curativas. O produto não altera o custo de aplicação, pois é aplicado normalmente junto com outras operações de rotina.

“A aplicação de fosfitos diminui o estresse da planta com ataques de doenças e o elemento que acompanha o fosfito ajuda na manutenção do equilíbrio nutricional, consequentemente, aumentando a produtividade e resistência pós-colheita“, pontua Vidal.

Importante saber

Vale lembrar que os fosfitos na forma sólida oferecem alta concentração de nutrientes. Nessa forma (sólida) as reações entre nutrientes ficam reduzidas a um mínimo, enquanto a alta concentração leva à redução no custo do transporte, economia na embalagem e armazenagem.

Seja qual for a forma, são produtos que merecem a atenção dos usuários, por trazerem a oportunidade de aumentar a eficácia das aplicações, tanto de defensivos como de herbicidas, reduzindo as doses, aumentando a eficácia, a produção e barateando o custo.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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