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Grupo Mantuan aposta na agricultura de precisão


Foto: Jorge Mantuan

O Grupo Mantuan planta 4.000 hectares, sendo 3.500 ha de soja, e os outros 500 ha divididos entre milho safrinha, sorgo e braquiária. De grãos, são produzidas 300 mil sacas/ano.

O Grupo Mantuan, em Araguari, está investindo em agricultura de precisão e os resultados mostram que é o caminho para otimização da aplicação de insumos. Em alguns talhões já conseguiu reduzir a adubação em 60% e obteve produtividade de 100 sacas por hectare. A meta agora é alcançar essa produtividade em toda área cultivada.

Grupo Mantuan

A história do Grupo Mantuan começou na região de Ribeirão Preto (SP), de onde seguiram, em 1983, para Minas Gerais, primeiramente para Uberlândia e depois para Araguari, onde estão desde 1985.

O patriarca da família era Ângelo Mantuan e a matriarca Maria de Lourdes, ambos falecidos há três e dois anos, respectivamente. O patrimônio, então, ficou para os filhos Carlos, Gildo, Paulo, Jorge e Lourdes. Tendo Carlos falecido, os demais irmãos se juntaram no Grupo, cada um trabalhando sua parte. Atualmente, os netos do Senhor Ângelo Mantuan também já estão envolvidos nos negócios da família, trazendo inovação e tecnologia.

Investimento em tecnologia

O Grupo Mantuan, investe maciçamente na agricultura de precisão, solo produtivo, adubação e genética de ponta. “A tecnologia, para nós, é o presente e o futuro. Quando viemos para Minas, nossa produção era de 35/40 sc/ha, e graças à tecnologia, hoje alcançamos mais de 100 sc/ha atualmente. Conforme a tecnologia vai surgindo, vamos crescendo juntos”, conta Jorge Mantuan.

Há quatro anos, o grupo vem investindo em agricultura de precisão no plantio, adubação e colheita, que mostrou retorno do investimento a partir do terceiro ano. “A colheitadeira nos mostra as áreas mais e as menos produtivas. Esses dados são usados na adubação, que joga mais ou menos nutrientes em cada área. A tecnologia é toda via satélite, que identifica os gargalos da lavoura e coordena os maquinários”, relata o produtor.

Vantagens da agricultura de precisão

Como vantagens da agricultura de precisão, Jorge notou mais produtividade, já que as áreas são trabalhadas de forma personalizada, e os adubos são aplicados apenas nas áreas necessárias. A redução chegou a 60%, com maior produtividade.

“A planta não era capaz de absorver tudo que a gente colocava, então, muito era desperdício. E outras áreas mais promissoras, que aplicávamos a receita padrão, poderiam ser mais produtivas com um pouco mais de adubo. Só vimos isso depois da agricultura de precisão, que trabalha cada faixa do talhão de forma específica”.

Foto: Jorge Mantuan

O produtor cita a aplicação de nitrogênio, por exemplo, que na soja o excedente, que a planta rejeita, fica no solo, e é aproveitado pelas culturas subsequentes, no caso, o milho.

Outro destaque que Jorge aponta são os maquinários novos, dotados de alta performance, que visam maior produtividade e menos mão de obra. Na época da safrinha, por exemplo, a colheita acontece simultaneamente com o plantio.

“A gente já colhe, passa o adubo e esparrama, tudo ao mesmo tempo, para receber o plantio. A colheitadeira começa a trabalhar às 11h e para por volta de 19h. A plantadeira começa às 19h e vai até meia-noite”, conta o produtor.

Já na palhada do milho safrinha, ele planta a braquiária em cima. “Como temos mofo branco e nematoide, essa estratégia foi muito eficiente no controle”, afirma.

Jorge é enfático ao afirmar que o produtor que não adere à tecnologia, não consegue se destacar no mercado, já que ela é necessária para a alta produtividade e, por consequência, a lucratividade.

Nutrição

A tecnologia também permitiu identificar, por meio de análises de solo, os nutrientes que ficam ‘travados’ no perfil. E já há soluções que, aplicadas ali, podem ‘destravar’ esses adubos.

Fitossanidade

As doenças de solo, como mofo branco, nematoide e as pragas como o percevejo castanho, são controladas com o tratamento de sementes via sulco de plantio, em jato dirigido.

O controle biológico também tem lugar garantido nas fazendas do Grupo Mantuan. Mas, a operação, que antes acontecia por barra de pulverização, agora é feita via solo, que tem se mostrado mais eficiente.

O plantio direto também favoreceu o agro, por ter barrado as erosões.

Genética de ponta

Para Jorge Mantuan, de nada adianta toda a tecnologia disponível, se a genética da planta não acompanhar. Por isso, na hora de escolher suas sementes, ele leva em consideração a sanidade, e depois a produção. “O milho, por exemplo, não adianta ser apenas produtivo, e não ter resistência de colmo, porque ele tomba facilmente. A evolução dos materiais também é importante. Teve um milho que ficou 20 anos liderando no mercado, mas quando a cigarrinha entrou, desbancou ele”, lembra o produtor.

Já na soja, a resistência a doenças, principalmente de solo, é primordial. “Soja e milho não gostam de chuva, apenas de terra molhada. E nessa safra não tivemos sorte, então, acredito que o resultado não será tão bom. A partir da próxima safra, vou plantar uma variedade média, somente de verão, para deixar a terra descansar um pouco, e jogar em cima da braquiária o milheto, para fortalecer o perfil”, diz.

Compactação do solo

Foto: Jorge Mantuan

Jorge acabou de adquirir um subsolador que entra 50 cm no solo. “Assim, vamos fazer a safra normal, de verão, passamos o subsolador e entramos com braquiária ou milheto em cima para formar e cobrir a terra. Isso porque temos muitas áreas compactadas, impedindo que a raiz das plantas desça em profundidade”, esclarece o produtor.

Clima

Como nem tudo são flores, Jorge Mantuan conta com a boa vontade de São Pedro, para mandar chuva na hora certa, e das condições climáticas, para favorecerem a lavoura. “Já tivemos áreas de soja que estavam prontas para colher e veio uma chuva de pedra e acabou com tudo. E também safrinha de milho que um vendaval derrubou tudo. Nessa hora, não tem o que fazer, já que o seguro rural não cobre safrinha. E o banco só indeniza se a safra pagar o mínimo do custeio”, relata.

Produtividade

A ideia do Grupo Mantuan é igualar toda a propriedade com a área mais produtiva. Atualmente, o teto produtivo da soja é de 100 sc/ha, mas há áreas que têm menos produtividade. E, já que o custo de todas elas é igual, então, a meta é que o retorno também seja.

Custo

O custo do milho safrinha está em 80 sc/ha, e o restante é a margem de lucro. As chuvas, que aconteceram tardiamente, acabaram afetando o resultado. A soja foi plantada até o final de fevereiro, seguido do sorgo, em março, e depois da braquiária.

Quanto ao custo da soja, fica em até 70 sc/ha, de acordo com a tecnologia investida, e a produtividade fica na média de 90 sc/ha.

Desafios

Ferrugem e lagartas ainda são o grande desafio para os produtores. Outro ponto é a mão de obra, que a tecnologia tem suprido em partes, mas exigido especialização e profissionalização. “Meus melhores funcionários antigos, por exemplo, não conseguem trabalhar nos maquinários novos, porque exige um certo grau de estudo e conhecimento. Então, temos que investir em cursos e capacitação para eles. A solução foi deixar um responsável por fazer as misturas e dosagens (que precisam ser exatas) e outro para pilotar as máquinas”, explica Jorge Mantuan.

Assim como os resultados são potencializados com a tecnologia, a exigência de precisão está no mesmo nível. Assim, as dosagens precisam ser precisas, e um produto precisa ter compatibilidade com o outro, ou ambos se precipitarão, com perda dos dois, desgaste da bomba, além de entupir os bicos dos pulverizadores, que levam tempo para ser destravados.

E quando os produtos não têm compatibilidade entre si não podem ser misturados, portanto, é preciso dar mais uma passada na lavoura.

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