24.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosLagarta-elasmo traz prejuízos alarmantes

Lagarta-elasmo traz prejuízos alarmantes

 

Cristiane Bezerra da Silva

Bióloga e doutora em Ciências Farmacêuticas

cris.mpj@gmail.com

 

Crédito Claudinei Kappes
Crédito Claudinei Kappes

Elasmopalmus lignosellus (Zeller, 1848) é uma praga de solo e pertence à ordem Lepidoptera e classe Pyralida, conhecida popularmente por lagarta-elasmo ou broca do colo. É comumente citada como uma das piores pragas do milho, mas também pode afetar outras culturas como amendoim, arroz, aveia, cana-de-açúcar, centeio, feijão, milho, soja, trigo.

Danos à cultura

A lagarta, depois que eclode, alimenta-se inicialmente de folhas. Em seguida desce para a região da base da planta, perfura uma galeria, construindo no orifício de entrada um pequeno casulo saliente de seda, solo e material vegetal.

Quando termina o período larval, transforma-se em pupa, próximo à base da planta ou na proximidade do solo. O inseto possui hábito polífago, alimentando-se de plantas cultivadas ou silvestres, em especial gramíneas e leguminosas. Prefere solos arenosos e, para o seu estabelecimento na lavoura, precisa de um período de seca prolongado durante o início da cultura.

Os maiores prejuízos são causados nos primeiros 20 dias após a germinação. Quando o ataque ocorre em plantas recém-emergidas, às vezes não se tem tempo de perceber o ataque da praga, devido ao secamento de toda a planta e sua remoção por ação do vento.

Cristiane Bezerra da Silva, bióloga e doutora em Ciências Farmacêuticas - Crédito Arquivo pessoal
Cristiane Bezerra da Silva, bióloga e doutora em Ciências Farmacêuticas – Crédito Arquivo pessoal

Caso a caso

Para cada cultura, os prejuízos podem ser diferentes:

Na cana- de açúcar, as lagartas atacam as plantas novas, cerca de 30 cm de altura. Provocam a destruição da gema apical, acarretando o secamento da folha mais nova e causando o sintoma de “coração morto”. Construindo galerias no centro da haste da cana, as plantas apresentam-se inicialmente amareladas, em seguida murcham as folhas internas, terminando com o secamento da planta toda, conhecido por “coração morto”.

Esta praga ataca mais em períodos secos, após as primeiras chuvas e principalmente em culturas situadas em solos arenosos. Os prejuízos maiores são observados nos primeiros 30 dias da cultura após o início da brotação.

Os prejuízos diretos causados pela abertura de galerias são:

– Perda de peso e morte das gemas;

– Tombamento pelo vento, se as galerias forem transversais;

– Secamento dos ponteiros, conhecido como coração morto, na cana nova;

– Enraizamento aéreo e brotações laterais.

Feijão

No feijão, as lagartas abrem galerias na região do colo do vegetal, causando secamento e morte das plantas novas. Quando em repouso, a lagarta aloja-se em abrigos laterais feitos de excrementos, terra, teia e causam maiores danos ao feijão.

 As plantas são sensíveis ao ataque até 30 dias após a germinação, quando, então, o caule fica mais lenhoso, dificultando a penetração das lagartas. As plantas atacadas apresentam inicialmente um murchamento discreto, assemelhando-se a um sintoma de estresse hídrico. Posteriormente, tombam e secam completamente.

O feijão está entre as culturas atacadas pela lagarta-elasmo - Crédito Ana Maria Diniz
O feijão está entre as culturas atacadas pela lagarta-elasmo – Crédito Ana Maria Diniz

Milho

No milho, a lagarta ataca as plantas de milho com até 30 cm de altura e, pela destruição da gema apical, ocorre a morte da folha ainda enrolada. A morte dessa folha central provoca a sintomalogia conhecida como “coração morto”.

Uma folha enrolada atacada por elasmo, quando chega a abrir, apresenta orifícios redondos uns ao lado dos outros. Os maiores prejuízos são causados nos primeiros 30 dias após a germinação das plantas.

Soja

Na soja, essa praga é de ocorrência bastante generalizada, concorrendo para redução do número de plantas e, consequentemente, da produção. A lagarta recém-eclodida penetra na região do colo da planta e abre galeria no interior do caule.

Junto ao orifício de entrada elas tecem casulos cobertos por excrementos e partículas de terra, provocando a murcha e, em seguida, a morte da planta ou danos, posteriormente, com a ação de ventos, intempéries ou implementos agrícolas. A mesma lagarta pode chegar a atacar três plantas durante o seu ciclo.

Nos anos de seca, essa praga pode destruir lavouras inteiras logo após a emergência das plantas. Em regiões de solo arenoso, esse ataque é mais intenso, principalmente nos períodos de calor. As plantas desenvolvidas toleram o ataque da praga. Em áreas de plantio direto, sua infestação, em geral, é menor.

 
Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua para leitura completa.

ARTIGOS RELACIONADOS

Efeito das substâncias húmicas e aminoácidos para os cereais

As substâncias húmicas são importantes para os cereais devido a suas ações como estimulante.As substâncias húmicas são os maiores constituintes da matéria orgânica do...

Aminoácidos aplicados em grandes culturas

  É importante estudar o efeito isolado de cada aminoácido para o melhor entendimento de seu efeito fisiológico associado a cada fase de crescimento e...

Produção de morango em fibra de coco

Mário Calvino Palombini Engenheiro agrônomo e consultor vermelhonatural@hotmail.com   O tipo de fibra de coco mais usado para a cultura do morango é o granulado tipo 80. Estável...

Ubyfol: Aumento de produtividade

O setor sucroalcoleiro no Brasil vem passando por alguns desafios e exigindo dos produtores ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!