27.1 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosManejo de capim-amargoso na soja

Manejo de capim-amargoso na soja

Joana Caroline D’arc de Oliveira

Graduanda em Agronomia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Giovani BeluttiVoltolini

giovanibelutti77@hotmail.com

Larissa Cocato da Silva

Engenheiros agrônomos e mestrandos em Agronomia/Fitotecnia – UFLA

Fotos Sebastião Polato
Fotos Sebastião Polato

 O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Diante disso, o correto manejo da cultura é de grande importância para garantir uma alta produtividade e boa qualidade ao produto.

Um dos manejos de maior importância realizados na cultura da soja é o controle de plantas daninhas, visto que estas são consideradas um dos maiores problemas, pois apenas sua presença pode interferir diretamente no crescimento e desenvolvimento da soja, principalmente pela alta competição por água, luz, espaço e nutrientes, afetando assim a produtividade e ocasionando grandes prejuízos econômicos que podem chegar a 90%.

 

Danos

Em geral, o efeito da competição varia de acordo com as espécies de plantas daninhas presentes e com a intensidade da infestação, o que ocorre pelo fato de que algumas plantas daninhas são mais agressivas, quando comparadas à soja cultivada.

Além do declínio na produção, as plantas daninhas também podem afetar ou até mesmo impossibilitar alguns tratos culturais, como a colheita, principalmente quando esta for mecanizada. As plantas daninhas podem dificultar a ação das colhedoras, e também obstruir a comercialização das sementes produzidas, pela mistura de outros tipos de semente às sementes da cultura.

Desta forma, o controle de plantas daninhas é um manejo indispensável no cultivo de soja. No entanto, esta etapa possui grandes dificuldades, pois, além dos altos gastos no controle, o agricultor convive com um problema ainda mais sério, que é a resistência de alguns biótipos de espécies de plantas daninhas aos principais herbicidas utilizados, se tornando um grande empecilho no controle.

O problema

Touceira do capim amargoso rebrotada após colheita da soja
Touceira do capim amargoso rebrotada após colheita da soja

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma gramínea perene com alta adaptabilidade a diferentes ambientes, sendo uma espécie nativa de regiões tropicais e subtropicais do continente americano.

Possui características que permitem sua maior dispersão em ambientes de cultivo, como a alta produção de sementes, o tamanho das mesmas e também a característica de possuir sementes dispersas pelo vento, possibilitando assim que elas sejam carregadas a grandes distâncias.

Sua reprodução pode ser feita tanto a partir de sementes como por meio de pequenos rizomas, formam touceiras e possuem um bom poder germinativo, fazendo com que, em casos de resistência, tomem conta rapidamente de toda a área cultivada.

Por conseguinte, a matocompetição do capim-amargoso apresenta uma correlação negativa entre a produtividade da soja e o número de plantas daninhas por unidade de área. Estudos demonstram que a produtividade da soja reduziu de 3.392 kg ha-1 para 1.885 kg ha-1 na presença de 04 a 08 plantas m2, havendo um decréscimo de cerca de 50% da produção.

Agressividade

Além destas características, as plantas de capim-amargoso também possuem crescimento inicial baixo, até 45 dias após sua emergência, quando ainda não houve a formação dos rizomas. A partir destes 45 dias a planta já se torna mais agressiva, pois aumentam consideravelmente suas raízes, sua fixação no solo e também sua rebrota, a partir dos rizomas.

Diante disso, o melhor período para se controlar o capim-amargoso é até os 35 dias após a emergência. Contudo, o maior problema relacionado ao capim-amargoso, atualmente, é sua manifestação de biótipos resistentes ao uso do herbicida Glyphosate, o que dificulta seu controle.

A problemática da resistência a alguns ingredientes ativos de herbicidas tem acometido algumas espécies de plantas daninhas. Este fato se dá, principalmente, pelo uso de práticas incorretas, como a utilização de herbicidas com o mesmo ingrediente ativo ou do mesmo grupo químico, e sem alternância de métodos de manejo, o que, por um longo período, fez com os biótipos resistentes de algumas espécies fossem selecionados, e assim tornando-se a grande maioria em algumas áreas de cultivo.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

Ou assine

ARTIGOS RELACIONADOS

Safeners e o impacto na agricultura

Autores Samara Moreira Perissato Engenheira agrônoma, mestre e doutoranda em Agronomia/Agricultura – UNESP - Botucatu samaraperissato@gmail.com Leandro Bianchi leandro_bianchii@hotmail.com Roque de Carvalho Dias roquediasagro@gmail.com...

Adjuvantes – Por que usá-los?

  Rone Batista de Oliveira rone@uenp.edu.br Marco Antonio Gandolfo Professores e doutores do Núcleo de Investigação em Tecnologia de Aplicação de Agroquímicos e Máquinas Agrícolas (NITEC) da Universidade...

Tomate híbrido assegura a produção

Tomate Dominador oferece vantagens competitivas em períodos de extrema dificuldade de produção Mesmo em condições climáticas adversas, a variedade híbrida garante segurança ao produtor Após um...

Cresce área de soja

  Apostando em produtividade, produtor de milho deve reduzir área da safra de verão   A redução da área plantada de milho verão no Brasil pode chegar...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!