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Manejo do fósforo em soja

O fósforo é um nutriente essencial à planta. Sendo assim, ela não consegue completar seu ciclo, já que ele participa diretamente do metabolismo.

Pedro Augusto Pinhata Neto
pedropinhataag03@gmail.com

Maria Gabriela Mendes da Costa
gabi.mendescosta@hotmail.com
Graduandos em Agronomia – Centro Universitário de Ourinhos (UNIFIO)

Aline Mendes de Sousa Gouveia
Engenheira agrônoma, doutora e professora – UNIFIO
aline.gouveia@unifio.edu.br

Existem inúmeros fatores limitantes na produtividade da cultura da soja, como a falta de água, acidez do solo e fotoperíodo. Porém, a fertilidade do solo é um dos fatores mais importantes quando se pensa na produção dessa leguminosa, já que vários macros e micronutrientes definem inúmeros processos biológicos nos vegetais, ligados diretamente à produtividade da cultura.

O fósforo absorvido pelas plantas é o disponível na solução do solo
Foto: Shutterstock

Entre eles, o fósforo (P) é um macronutriente que apresenta concentração natural muito baixa nos solos brasileiros, sendo um limitante da produtividade, já que atua na fotossíntese e no crescimento das plantas.

Este elemento é fornecido pela adubação com fosfato, possui alta mobilidade na planta e, em deficiência, é transportado para os órgãos mais novos. Desta forma, os sintomas da deficiência ocorrem, em um primeiro momento, nas folhas mais velhas da planta de soja, caracterizados por coloração amarelada (clorose), e posteriormente por manchas necróticas de cores marrom escura e roxa.

Em casos mais graves, a planta apresentará baixo crescimento e floração, bem como a redução no número de grãos.

Os fertilizantes especiais

O fósforo é um nutriente essencial à planta. Sendo assim, ela não consegue completar seu ciclo sem o mesmo, já que ele participa diretamente do metabolismo de todas as plantas, pois faz parte da formulação da molécula de ATP (Trifosfato de adenosina), que é considerada uma moeda energética da célula.

Esta é uma maneira de armazenar e transportar essa energia que está contida na ligação covalente entre os três fósforos da molécula de ATP. Por isso, a adubação fosfatada e muito importante em todos os estádios fenológicos da soja, pois sem ela a planta não sobrevive.

Ação e reação do fósforo

O fósforo pode ser usado na agricultura, para a fertilização de espécies vegetais, e no tratamento de áreas degradadas, para a recuperação ambiental. O fósforo usado como adubo na agricultura é originado de rochas e da matéria orgânica.

A aplicação do fósforo nas plantações contribui para a produtividade agrícola, já que ele é um elemento essencial para o desenvolvimento das plantas. Pode ser aplicado no solo para fins ambientais, como a recuperação de uma área degradada, ou agrícolas, para o cultivo de espécies como o milho e o arroz irrigado.

Alguns solos apresentam baixa concentração de fósforo, como os do bioma Cerrado. Assim, é necessária a aplicação do mineral para que as espécies cultivadas se desenvolvam adequadamente. Essa prática é chamada de correção do solo, e consiste na aplicação de fertilizantes.

Diferencial na lavoura

Os fertilizantes fosfatados contribuem para a realização de processos fundamentais, como a fotossíntese, e estão diretamente relacionados ao crescimento inicial da raiz, garantindo profundidade e bom desenvolvimento.

Atuam na resistência das plantas ao ataque de pragas e baixas temperaturas; contribui na formação das vagens e enchimento de grãos. Quando encontrado em quantidade insuficiente para a planta, é observada diminuição no seu crescimento e clorose nas folhas mais velhas.

Por isso, recomenda-se ter o acompanhamento de um técnico agronômico para avaliar como está o nível do fósforo nos solos antes do plantio, pois devemos destacar que durante os cultivos há uma exportação natural de grande parte da quantidade ali disponível para que a cultura complete seu ciclo de forma saudável e alcance elevadas produtividades.

Carência de fósforo

As folhas da planta apresentam sintomas como: um tom que varia de verde-escuro ao azulado, apresenta clorose amarelada, que é causada pela deficiência de fósforo na adubação ou fixação no solo, acidez, falta de água ou matéria orgânica. E, para uma maior precisão, é indicado realizar análise de solo.

Naturalmente, o fósforo absorvido pelas plantas é o disponível na solução do solo, e por ser considerado um nutriente de baixa mobilidade no solo, a forma como é realizada a adubação fosfatada influencia diretamente em sua disponibilidade para as plantas.

Normalmente, em virtude de sua complexa dinâmica no solo, cerca de 20 a 30% do fósforo aplicado via fertilizante é aproveitado pelas plantas. Em virtude das características do sistema plantio direto, a adubação fosfatada tem sido realizada em sulco de semeadura e em algumas situações, a lanço. Isso tem implicado em um acúmulo de fósforo na camada superficial do solo, sobretudo nos primeiros 10 cm.

Produtividade

Para se produzir uma tonelada de soja, são extraídos aproximadamente 15,4 kg de fósforo do solo (Embrapa), sendo apenas 1,54% do peso de grãos produzidos. Parece pouco, mas faz uma diferença gigante na sua lavoura, já que o fósforo participa diretamente de todas as fases da planta.

Aplicado a lanço e incorporado

Para a correção total, o fertilizante fosfatado de correção pode ser aplicado a lanço e incorporado. Para a correção gradual, pode-se aplicar o fertilizante fosfatado de correção no sulco de semeadura em doses até a faixa de 120 – 140 kg/ha de P2O5, de acordo com a necessidade indicada pela análise.

Quando a análise de solo indicar teores de fósforo adequados ou altos, não há a necessidade de correção com fósforo e pode-se fazer uso de adubação de manutenção no sulco de semeadura ou a lanço em superfície antes da semeadura, desde que o plantio direto seja bem conduzido, com rotação de culturas, palhada e culturas cobrindo o solo durante o ano todo.

Caso o manejo do solo não esteja adequado, é necessário aumentar a dose de fósforo de manutenção em, no mínimo, 25%.

Investimento

Em um solo consideravelmente pobre de P2O5, entre 0-6 mg/dm³, deve ser realizada uma aplicação de 80 a 90 kg/ha de P2O5 (Boletim 100), com a fonte mais utilizada de fósforo no Brasil, o superfosfato simples, que possui em sua composição 18% de P2O5.

Por hectare, deve ser aplicado de 450 a 500 kg de superfosfato simples. Levando em conta que a tonelada do mesmo custa, em média, R$ 1.900, o valor do seu investimento de produção vai variar de R$ 855 a R$ 900.

Em se tratando que o fósforo é um nutriente essencial, o desenvolvimento da planta é limitado pelo mesmo, segundo a primeira lei da fertilidade do solo (Lei do Mínimo), que diz que o desenvolvimento da planta está limitado ao nutriente em menor quantidade no solo. Então, sim, o fósforo é um nutriente de excelente custo-benefício, pois a planta não completa seu ciclo sem ele.

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