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Manejo do nitrogênio no milho safrinha

A aplicação de nitrogênio é fundamental para alcançar alta produtividade, porém, no campo ainda se realizam baixas adubações de nitrogênio

Evaldo KazushiTakizawa

Engenheiro agrônomo e consultor da Ceres Consultoria Agronômica

evaldo@ceresconsultoria.com.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O nitrogênio é o principal nutriente para a produção do milho. As vantagens práticas deste elemento é a resposta em produtividade quase direta entre a quantidade aplicada e a produtividade da lavoura.

No campo ainda se realizam baixas adubações de nitrogênio, elemento que é o ponto fundamental para produtividades em patamares acima de 10.000 quilos por hectare. Além disso, muitos híbridos são condenados por uma adubação nitrogenada insuficiente para expressão total da genética do milho.

Manejo

Para potencializar a produção do milho, os 4 “C” da nutrição de plantas deve ser seguidoà risca: adubo Certo, quantidade Certa, momento Certo, local Certo. Esse é o alicerce da nutrição de plantas, no caso do milho ocorre antes deseis folhas e, dependendo da forma de aplicação, podemos fazer apenas uma operação.

Mas, pela complexidade do ciclo do nitrogênio e do ambiente tropical, o parcelamento pode evitar perdas, isso num período de tempo curto até antes de 30 dias do milho.

Tipo de solo

O tipo de solo determina muito a reserva disponível de nitrogênio presente no perfil. Muitas vezes, a matéria orgânica e sua capacidade de preservar o fertilizante aplicado no solo e disponibilizado ao milho também são determinados pela textura, declividade, material de origem do solo e pelas condições meteorológicas ocorridas durante a condução do milho.

A cultura anterior determina o aporte de palhada, e pode determinar a quantidade de nitrogênio creditada pela cultura antecessora, como no caso das leguminosas ou fabaceae, como a soja e o feijão. Desta forma, a quantidade planejada de nitrogênio pode ser reduzida, considerando esse crédito da cultura anterior.

Recomendações

A dose recomendada é determinada por uma combinação de fatores: meta de produtividade, híbrido de milho, tipo de solo, cultura antecessora, época de semeadura, além de estudos econômicos do custo de cada fertilizante nitrogenado disponíveis no mercado (a eficiência de absorção de nitrogênio pode mudar conforme a fonte).

Não é uma tarefa tão simples como se imagina num ambiente de milho safrinha acima de 10.000 kg/ha. A dose é muito elástica, variando entre 120 a 180 kg/ha de nitrogênio, somando as quantidades aplicadas no momento da semeadura até os 30 dias de idade.

O nitrogênio beneficia todas as fases do milho - Crédito Shutterstock
O nitrogênio beneficia todas as fases do milho – Crédito Shutterstock

Custo

A moeda indexadora do agricultor é a quantidade de milho necessária para custear essa adubação. Com certeza, a relação custo e benefício para uma boa adubação nitrogenada é favorável ao aumento da quantidade atual usada no Cerrado brasileiro.

Saliento que nestes patamares de adubação nitrogenada o solo deve ser corrigido sem nenhuma restrição grave. Neste caso, toda a adubação não deve custar mais que 25% da expectativa de produtividade.

Para cada real investido em adubação, é possível receber pelo menos outro Real. Por fim, para chegar a um patamar de produtividade acima de 10.000 kg/ha de milho safrinha, a adubação nitrogenada deve ser acompanhada de uma operação com os demais nutrientes do milho, um solo capaz de oferecer as condições químicas, físicas e biológicas para o estabelecimento de um híbrido de alto teto produtivo, com boa qualidade de sementes, distribuição ideal de plantas e seu estabelecimento uniforme, um programa de manejo fitossanitário apoiado no manejo integrado de pragas, plantas daninhas e doenças e, para finalizar a colheita, transporte e armazenagem corretos.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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