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Manejo fitossanitário das lavouras de alface

João Eduardo Ribeiro da Silva

Engenheiro agrônomo e doutor em Fitotecnia – ICIAG-UFU

johned87@yahoo.com.br

KetherlenJúniaAlves Andrade Cotta

Graduanda em Agronomia ” UNITRI Uberlândia (MG)

Ernane Miranda Lemes

Engenheiro agrônomo, fitopatologista e doutor em Fitotecnia

ernanelemes@yahoo.com.br

Lísias Coelho

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor – ICIAG-UFU

lisias@ufu.br

Crédito Fernando Sala
Crédito Fernando Sala

A alface possui uma gama de grupos, destacando-se a americana, crespa, lisa, mimosa, romana e roxa. Dentre os diversos tipos de alface, grande parte adapta-se a diversas temperaturas, podendo ser cultivada o ano todo devido à sua adequabilidade a diferentes condições climáticas, levando em consideração os fatores de produção e de mercado.

O mercado consumidor é exigente, visando produtos de boa qualidade e excelente aparência. Por sua vez, as plantas de alface devem apresentar área foliar bem desenvolvida e livre de lesões, danos e doenças. A elevada suscetibilidade da alface causa perda da qualidade do produto a ser comercializado, assim estabelecendo a missão de controlar e amenizar os danos causados por diversas pragas e doenças.

Injúrias

Dentre as principais injúrias nas lavouras, há as causadas por fatores abióticos, ou seja, todas as influências de seres não vivos que afetam a vida, por exemplo, o clima, luz, chuvas, temperatura do solo, umidade e pH. Também há fatores bióticos que envolvem organismos vivos, como por exemplo, fungos, bactérias, nematoides e vírus.

Observa-se que a alface é uma planta suscetível e já se tem registro de mais de 75 doenças de origem biótica no mundo todo. As principais doenças que atacam a cultura são: míldio, septoriose, mancha-de-cercóspora, rizoctoniose ou queima-da-saia, mancha-bacteriana, podridão-de-botritis, mosaico da alface, vira-cabeça, tombamento ou dampingoff, podridão-de-esclerotinia, podridão-mole, nematoides-de-galhas e a queima-de-bordas.

Sintomas de míldio em mudas de alface - Crédito Jesus Tofoli
Sintomas de míldio em mudas de alface – Crédito Jesus Tofoli

Manejo

Contra todos esses inimigos, o produtor busca métodos e manejos para obter um produto com maior qualidade e que seja também econômico e rentável, visto que os prejuízos causados pelos males supracitados podem comprometer até 100% da produção. Tendo como objetivo controlar e reduzir os prejuízos, é comum utilizar manejos culturais e fitossanitários específicos para cada tipo de doença.

No manejo correto é vital identificar o agente causador, tomar as devidas providências e utilizar sempre o manejo preventivo, pois o maior erro está em tentar erradicar a doença somente após constatado o seu estabelecimento. Quanto maior o grau de predominância da praga ou da doença na alface, mais difícil será o seu controle.

Podridão-mole em alface, causada por Sclerotiniaselerotiorum - CréditoKércio Estevam da Silva
Podridão-mole em alface, causada por Sclerotiniaselerotiorum – CréditoKércio Estevam da Silva

Alerta

As principais doenças que afetam a qualidade da produção de alface são:

ÃœMíldio (Bremialactucae): causada por oomiceto, sendo considerada uma das principais doenças da alface. Esta doença é favorecida por condições de elevada umidade e temperaturas amenas entre 12 e 20°C. Sua dispersão ocorre efetivamente pelo vento e seus sintomas são manchas verdes claras ou amareladas, com diferentes tamanhos e delimitadas nas nervuras, na parte inferior da folha, depreciando a qualidade da alface.

ÃœSeptoriose (Septorialactuca): o fungo é favorecido pela umidade e temperaturas elevadas. Por esse motivo, ocorre principalmente em plantios de verão. A semente infectada ou solo infestado normalmente são a origem da doença, bastante prejudicial, principalmente para as folhas mais novas, pois estas acabam infectadas, pela grande quantidade de esporos produzidos pela lesão na planta.

De início, estas lesões têm cor marrom-claro, com bordas pouco definidas, que podem coalescer, dando origem a lesões maiores. Os picnídios, que são estruturas do fungo em forma de garrafa, são pequenos pontos negros encontrados no centro das lesões.

ÃœMancha-de-cercóspora (Cercosporalongissima): doença comum em campo e cultivos protegidos, ocorrendo em ampla variação de temperaturas. É mais destrutiva com temperatura em torno de 25ºC e a umidade relativa alta (acima de 90%). As folhas velhas são as primeiras a serem atacadas. Pequenas manchas cor marrom surgem, às vezes, com um halo amarelado e com o ponto central mais claro acinzentado. É mais comum o surgimento de manchas mais individualizadas e com bordas mais bem definidas.

ÃœPodridão-de-esclerotinia (Sclerotiniaselerotiorum): doença causada por fungos, prevalecendo em ambientes frios e úmidos. Os sintomas são vistos nas folhas mais velhas, onde ocorre a murcha, e apresentam uma podridão mole. A doença se espalha até as folhas internas e resulta na murcha total da planta, podendo se tornar amarelada antes de apodrecer totalmente. Esta é uma das doenças mais difíceis de serem erradicadas no campo devido à elevada resiliência das estruturas de dispersão (escleródios) e ao grande número de plantas hospedeiras.

Sintomas de esclerotinia em alface - Crédito UFRGS
Sintomas de esclerotinia em alface – Crédito UFRGS

Essa matéria completa você encontra na edição de Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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