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Manejo integrado de daninhas

Crédito Miriam Lins

Giovani Belutti Voltolini
Doutorando em Fitotecnia e pesquisador Fronterra
giovanibelutti77@hotmail.com
Caio Eduardo Lazarini Garcia
Luiz Gustavo Rabelo
Engenheiros agrônomos e consultores Fronterra

A agricultura brasileira se desenvolve constantemente em um processo de melhorias e adequações de manejo que implicam em constantes ganhos em produtividade e, consequentemente, rentabilidade dos agricultores nacionais.
Neste sentido, a incessante busca pela maior produção de alimentos faz com que o setor do agronegócio brasileiro seja responsável por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, totalizando mais de R$ 2 trilhões.
Pensando nisso, esta busca pelo aperfeiçoamento dos sistemas produtivos não poderia ser diferente, visto que tanto a quantidade de áreas a serem exploradas comercialmente pelos agricultores, quanto o apelo ambiental para a não abertura de novas áreas, faz com que a busca por maiores produtividades seja fundamental quanto ao fornecimento de alimentos.
Segundo a teoria Malthusiana, há a possibilidade de, em um dado momento, a população mundial crescer em um ritmo mais acelerado que a produção de alimentos, e assim, haja falta do mesmo no mundo.
Portanto, alocando como premissa a condição de não exploração de novas áreas, resta aos profissionais do setor a busca pelo aperfeiçoamento de cultivo, seja por meio dos aspectos genéticos, ou seja, por materiais com maior teto produtivo, ou por meio de técnicas de manejo que auxiliem os atributos produtivos das culturas.
Técnicas de manejo, como a fertilização, manejo de plantas daninhas, melhoramento genético, irrigação, entre outros aspectos fitotécnicos, devem ser cada dia mais pesquisados, em uma busca por maior performance das culturas nos ambientes de cultivo.

O caminho

Recentemente, tem-se relatado diversos problemas com relação ao manejo de plantas daninhas em diversas culturas, como o problema de Cyperus rotundus em HF, Eleusine indica, Digitaria insularis e Conyza spp. em grandes culturas e cultivos de café, e também com Ricinus communis e Ipomoea spp. em cana-de-açúcar.
Quando há o relato de dificuldade de controle de alguma espécie de planta daninha, logo surge o questionamento: será que há entre os biótipos desta população indivíduos resistentes a um herbicida ali utilizado? A resposta provavelmente será que sim, há biótipos resistentes e que certamente já estão sob pressão de seleção em função das aplicações dos herbicidas de modo sucessivo.
Ainda, quando em casos mais drásticos, pode haver biótipos sendo selecionados com genes que lhes conferem resistência múltipla a herbicidas, dificultando ainda mais o controle das plantas invasoras.

Capim pé-de-galinha

Eleusine indica é o nome científico da planta popularmente conhecida como capim pé-de-galinha, sendo que a mesma se caracteriza por ser uma gramínea, com ampla dispersão nas áreas de cultivo do País, e que recentemente vem sendo vinculada a notícias de ocorrência de biótipos resistentes a herbicidas, com casos relatados de resistência múltipla a herbicidas.
Essa planta daninha é caracterizada por possuir rápido crescimento e desenvolvimento, assim como grande produção de sementes (40.000 sementes por planta) e dispersão facilitada pelo vento.
Dentre os relatos de resistência em ambientes de cultivo no Brasil, a mesma apresentou resistência à herbicidas inibidores da ACCase e EPSPs (Figura 1).

Figura 1. Tabela com os relatos de biotipos resistentes à herbicidas.

Fonte: HEAP (2022)


Controle

Muitas formas de manejo de plantas daninhas podem ser utilizadas nos ambientes de cultivo, sendo que o uso dos métodos químico, físico, mecânico, cultural e biológico devem serem adotados de acordo com as especificidades de cada cultura, e para cada fase fenológica.
Com relação ao controle físico, o mesmo se dá por estratégias de manejo, como a utilização de palhada como camada de impedição à germinação das plantas daninhas. Por outro lado, as medidas mecânicas de manejo podem ser relacionadas ao uso de grades, roçadeiras, trinchas, capinadeiras, enxada, com foco em ação imediata de controle das invasoras.
O controle biológico está associado, principalmente, à ação de aleloquímicos no solo, que atuam com efeito inibitório ao desenvolvimento e estabelecimento das plantas daninhas. Já o método cultural está relacionado a práticas como o ajuste da população de plantas, adubação, irrigação, sombreamento, uso de plantas de cobertura, entre outras.
Por fim, o método químico para manejo de plantas daninhas, que é o mais utilizado, muito em função do custo-benefício, assim como em função da facilidade de manejo e de períodos residuais de controle (herbicidas pré emergentes).
Especificamente para esta planta daninha em questão, estratégias químicas de manejo podem ser utilizadas com foco na maior eficiência de controle, como a utilização de alguns inibidores de ACCase, como o Cletodim por exemplo, e aplicações sequenciais com produtos de contato como alguns inibidores de protox (carfentrazona, flumioxazina, saflufenacil) e glufosinato de amônio.

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