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Manejos do trigo que você ainda não conhece

Crédito Shutterstock

Vinícius Ribeiro Rossignoli
vinicius.rossignoli@outlook.com
Natanael Motta Garcia
natanaelmottagarcia@outlook.com
Graduandos em Agronomia – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (Unifio)
Aline Mendes de Sousa Gouveia
Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia e professora – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (Unifio)
aline.gouveia@unifio.edu.br

O desenvolvimento da planta de trigo se dá por cinco fases: germinação da semente; emergência da plântula; perfilhamento; alongamento; espigamento e maturação. Em cada fase fenológica, são fundamentais condições edafoclimáticas como temperatura, luz e água no condicionamento do trigo às diversas regiões de cultivo do nosso país. Em linhas gerais, as necessidades são:
Para as condições de solos, são ideais os de textura média (argilo arenosos), profundos, drenados, férteis, pH 6,0, com saturação de bases entre 40 e 60%, em áreas planas ou com pouco declive. Evitar solos cascalhentos e áreas sujeitas a encharcamento.
A cultura é relativamente exigente e requer, para sua nutrição, os elementos minerais nitrogênio (N), fósforo (P2O2) potássio (K2O), cálcio (CaO), magnésio (MgO), enxofre (S), boro (B), cloro (CI), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn). Os mais requeridos são nitrogênio e fósforo.
Por meio de resultados e recomendações da análise de solos, tem-se indicações para uso de corretivos de solo (calcário dolomíticos ou magnesianos) e adubos diversos. Os calcários são aplicados – metade da dose – antes da aração e a segunda metade antes da primeira gradagem.
O corretivo é aplicado a lanço sobre o solo, de maneira uniforme e incorporado em seguida, a pelo menos 20 cm de profundidade. Esta operação deve ser feita 60 dias antes do plantio.
De acordo com a análise de solo, algumas recomendações para a cultura podem ser observadas na literatura, como: misturas NPK com adubo orgânico – 4,0 m3 de esterco de aves ou 16 m3 de esterco de curral/ha e 350 kg da fórmula NPK 4 – 14 – 8 (com superfosfato simples) por hectare.
Já para suprir deficiências mais comuns de micronutrientes – boro, zinco e cobre -, utilizam-se 3,0 kg de zinco, 2,0 kg de boro e 2,0 kg de cobre no solo. Essas quantidades podem ser adicionadas ao solo misturadas ao NPK. O adubo é aplicado ao solo – a lanço – pouco antes do plantio e deve sofrer leve incorporação.

Correção de solo

No plantio, áreas corrigidas com calcário, bem adubadas e já cultivadas anteriormente com plantas leguminosas – soja, feijão e adubos verdes devem ser preferidas. Evitar o plantio em áreas com ervas daninhas e em solos com pH abaixo de 5,0 e saturação de bases abaixo de 20%.

Fitossanidade

As sementes devem estar isentas de pragas, doenças, serem vigorosas e com porcentagem de germinação elevada. Na semeadura, o espaçamento entre fileiras deve ser de 20 cm, profundidade do plantio entre 3,0 e 8,0 cm, com densidade de semeadura de 60 plantas por metro linear e 300 plantas por metro quadrado (levando-se em conta a porcentagem de germinação da semente).
Para prevenir doenças – na germinação e emergência – indica-se tratamento de semente pouco antes do plantio, com mistura de fungicidas à base de carboxin (93,7g) + thiuram (93,7g) de princípio ativo para 100 kg de sementes para prevenir o aparecimento de helmintosporiose, carvão e outras doenças.

Daninhas

O período crítico de competição entre trigo/daninhas é de 30 dias pós-emergência. O trigal precisa ser mantido no limpo até o início da fase de floração. Recomenda-se o uso de herbicidas à base de pendimethalin, para gramíneas, em pré-emergência; e bentazon ou 2,4 D-amina ou 2,4D – ester, para daninhas de folhas largas, em pós-emergência, durante o perfilhamento.

Pragas

As pragas mais comuns nesse tipo de culturas são a broca-do-colo ou lagarta-elasmo – Elasmopalpus lignosellus, Lepidoptera e Phycitidae. O cuidado inicial ocorre pelo tratamento de sementes com inseticidas que afastam as pragas de solo.
Os danos causados por insetos na lavoura podem ser evitados com o controle biológico, usando técnicas de manejo que preservam os predadores naturais, como sapos, vespas, quero-quero e tatus. Outras medidas de controle indicadas incluem rotação de culturas e uso de sementes sadias ou tratadas com agroquímicos registrados para a cultura.

Colheita

A colheita deve ser realizada por máquinas que colhem e descascam os grãos ao mesmo tempo. Depois de colhidos, os grãos devem ser armazenados adequadamente. O grão está preparado para a colheita após cerca de 110 a 120 dias do plantio. Isso ocorre quando a planta está com a coloração amarelada (típica de palha), a espiga dobrando e os grãos duros.
A trilha (debulha), ou separação dos grãos da palha, pode ser feita diretamente após a colheita em trilhadoras estacionárias manuais ou movidas à eletricidade, gasolina ou óleo diesel, com regulagens adequadas. Após a debulha, os grãos de trigo devem ser ‘abanados’ com uso de peneiras para eliminar palhas, pedras, paus, torrões e sementes estranhas.
Debulhados e limpos, os grãos de trigo devem ser secos até atingirem umidade inferior a 13%. Grãos secos podem ser armazenados por mais de 12 meses, tendo-se o cuidado frequente de verificar a presença de pragas como gorgulhos e traças.
Após a colheita, é importante atentar-se ao valor da saca do produto, que geralmente varia consideravelmente, fazendo o produtor escolher bem o momento mais propício para realizar a venda do cereal.

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