Autor
Samuel Moraes Mantovani
Engenheiro agrícola e representante técnico de vendas da Hortmaq Agronegócios Ltda
samuel_mantovani@hotmail.com
Infelizmente, pelo baixo consumo e valor agregado, além da falta de protagonismo no campo comparado às outras culturas de hortifrúti, o repolho ainda é pouco mecanizado durante seu ciclo. Cerca de mais de 90% da produção nacional ainda é feita manualmente.
Como todas as tecnologias são de origem europeia, onde o produto é bem mais consumido, a falta de subsídios à importação de máquinas não encoraja o produtor de repolho em larga escala, que muitas vezes concorre com produção familiar e, por esse baixo consumo, não lhe possibilita agregar mais valor.
Equipamentos essenciais na produção de repolho
Entre os equipamentos essenciais ao preparo de solo do repolho estão: subsolador, escarificador, arados e enxadas rotativas, além das transplantadoras, sendo que normalmente planta-se a semente no viveiro e transplanta-se a muda; e a colhedora.
A novidade fica por conta do transplantio automático e/ou semi-automático do repolho, e ainda a colheita mecanizada. Todos esses equipamentos têm em comum benefícios como redução de mão de obra e aumento de eficiência operacional.
A produtividade varia de acordo com o modelo da máquina, mas os já disponíveis no Brasil fazem, em média, 1,0 ha/dia, tanto a transplantadora quanto a colhedora.
Na prática
Em campo, a transplantadora trabalha bem tanto com plantio convencional quanto direto. A colhedora necessitou adaptar um espaçamento mínimo entrelinhas de plantio, mas apresentou um resultado excelente, com ótimo rendimento.
Viabilidade
Atualmente, a transplantadora custa, em média, R$ 200.000,00, e a colhedora R$ 300.000,00. É bom lembrar que a transplantadora, comparada ao serviço manual exercido anteriormente, necessita de uma melhor eficiência operacional para executar o mesmo serviço.
Já a colhedora necessita passar por ajustes ao mercado brasileiro, pois foi projetada na Europa para arrancar todas as folhas, enquanto no Brasil o repolho é transportado em grades de madeira, com folhas para proteção.
Infelizmente, tudo depende da cadeia produtiva do produto, ou seja, a maneira que os comerciantes nos centros de distribuição recebem e aceitem. No mais, a falta de mecanização é um problema sentido apenas pelo produtor, e não pelos comerciantes do produto.
Assim, quanto maior for o contato do produtor com o mercado, pulando todas as etapas de comerciantes, maior será a viabilidade de investimento para o produtor e maior será o valor agregado.