Conscientizar sobre a
importância das abelhas na natureza e de que a meliponicultura não deva ser
vista apenas como um negócio é o objetivo do engenheiro agrônomo Paulo Conrad,
um dos palestrantes do 1º Seminário de Meliponicultura da Região
Noroeste, que será realizado em Horizontina (RS), entre 29 e 30 de abril. “Há
uma simbiose entre as abelhas e as plantas, e sem isso haveria uma produção
muito menor de frutos”, afirma.
O engenheiro agrônomo conta que desde muito cedo começou a estudar e a
trabalhar com as abelhas. “Iniciei ainda criança, há 50 anos, e numa época em
que poucas pessoas, inclusive, de forma anônima, começaram a olhar para as
abelhas com um sentimento ambiental, de protegê-las e dar sobrevivência a
elas”, conta. Lembra que muitos colocavam fogo e destruíam colméias, saqueavam
o mel e deixavam os enxames ao relento. “Naquela época, se começou a colocar as
abelhas em uma caixinha, mesmo sem nenhum conhecimento mais profundo”, explica,
destacando que nos últimos 15 anos é que iniciou uma mudança nessa cultura de
proteção às abelhas.
Conrad também ressalta que todo o conhecimento técnico que se tem hoje foi
muito pouco desenvolvido dentro das escolas. “Foi tudo dos criadores,
experimentando, desenvolvendo caixinhas, adequando o manejo, ajudando no
plantio de vegetais e protegendo as abelhas”, explica. Para ele, o que se vive hoje
é uma fase de aproveitamento dos produtos e que já está superada a fase de
adequação, como a de aprender a recolocar um enxame, multiplicá-lo sem derrubar
uma árvore e colocá-lo dentro de uma caixa. “Não se faz mais isso, nem se quer
que seja feito”, esclarece. Além disso, garante que será passado aos
espectadores muito conhecimento tecnológico, mas com uma visão ambiental, de
defesa das abelhas. “Inseri-las dentro do contexto que elas merecem na
natureza”, finaliza.
Além das palestras e oficinas, o seminário contará com a exposição de 25
espécies de abelhas sem ferrão e degustação de diversos tipos de méis. Também
será realizado um concurso para escolher o melhor mel de abelhas nativas sem
ferrão do Rio Grande do Sul. O primeiro Seminário de Meliponicultura da Região
Noroeste tem a realização da Associação dos Meliponicultores do Vale do Alto
Taquari (Amevat), Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores de Horizontina e
Emater, além do apoio de MaxBem, Agptea e Agronatur. As inscrições para o
seminário podem ser feitas nos dias do evento.