As defensoras e defensores da equidade de gênero no campo têm muito o que comemorar, mas também muitos desafios a conquistar. Isso porque, de acordo com a segunda edição da pesquisa de Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações da Deloitte (consultoria empresarial internacional), o total de mulheres trabalhando em empresas do agronegócio aumentou 13,3% em 2022, na comparação com 2021. Mas apesar do avanço, elas ainda representam apenas 16,2% da força de trabalho ocupada pelo setor.
Contribuir para a maior equidade entre gêneros no mercado de trabalho é o compromisso de umas empresas do agronegócio que buscam modernizar e diversificar os talentos dentro de seus quadros de colaboradores e gestores. É o caso do Grupo Pivot, que hoje possui mais de 25% de seu quadro de funcionários formado por mulheres, e a maioria é atuante em cargos de alto executivo, média gerência, administrativo e em funções de supervisão em campo. O percentual interno da empresa está acima do que aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revela que a participação feminina na administração e cargos de gerência nas empresas do agro no país é de 19%.
“O avanço da presença das mulheres no agro nos últimos anos tem sido incrível. Mas há ainda uma questão cultural muito forte, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Acho que cabe a nós gestores do setor demonstrar que o talento e aptidão técnica não têm gênero e, com isso, oferecer concretamente oportunidades para as mulheres demonstrarem o quão mais longe podem ir, com elas caminhando nem atrás e nem à frente dos homens, mas lado a lado”, destaca Cauê Campos, CEO do grupo. A questão cultural apontada pelo executivo da Pivot é, segundo a pesquisa da Deloitte, o principal obstáculo para a maior participação das mulheres no setor agrícola. Do total de entrevistados no levantamento, 76% disseram ser necessário uma dança de visão nas organizações agrícolas para que a equidade entre gêneros avance.