Um kit de monitoramento de perdas na colheita de soja, desenvolvido pela Embrapa na década de 1980, é um dos grandes responsáveis pela redução de desperdício da cultura ao longo dos anos no estado do Paraná. Ao medir o desperdício e identificar as causas, o monitoramento integrado da colheita da soja no estado registrou a redução das perdas de três a sete sacas por hectare, nos anos 1980, para pouco mais de uma saca pela mesma medida de área (1,05 saca/ha) na última safra 2019/2020. Índice bem próximo do aceitável, estabelecido pela Embrapa, para desperdícios da leguminosa: até uma saca de 60 kg por hectare plantado.
No Brasil, estima-se que as perdas durante a colheita de soja sejam de duas ou mais sacas por hectare, em média. Os levantamentos realizados são ferramentas de diagnóstico porque, a partir da caracterização do cenário de campo, podem ser elaboradas estratégias corretivas para os locais em que ocorrem desperdícios.
Na década de 1980, a Embrapa desenvolveu um kit bem simples que pode reduzir muito os prejuízos causados por perdas no momento da colheita (acesse a Agência Embrapa de Notícias e confira o quadro completo com informações sobre o tema). “A otimização do processo de colheita da soja passa pela quantificação das perdas e o entendimento das suas causas, bem como a promoção de treinamentos para a qualificação de operadores de colhedoras”, informa o pesquisador da Embrapa Osmar Conte.
O histórico de adoção de boas práticas e os atributos para reduzir o desperdício estão descritos em Circular Técnica, editada pela Embrapa, com os Resultados do monitoramento integrado da colheita da soja na safra 2019/2020 no Paraná. O trabalho é uma parceria entre a Embrapa Soja (PR) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).
Alguns sojicultores perderam apenas 0,2 saca por hectare
Na safra 2019/2020, em 624 lavouras amostradas no Paraná pela Embrapa e IDR, no âmbito do Programa de Redução das Perdas de Grãos na Colheita de Soja, destaca-se a região noroeste do estado, cuja média de perdas foi de apenas 0,67 saca por hectare. “Tivemos produtores no Paraná que perderam apenas 0,2 saca por hectare e outros desperdiçaram até seis sacas por hectare, o que mostra a necessidade de continuarmos o trabalho de transferência dessa tecnologia de monitoramento para que os produtores reduzam as perdas e tenham maior lucratividade”, destaca o extensionista do IDR-Paraná Edivan José Possamai.
Ao se realizar um cálculo simples, é possível contabilizar as perdas. Ao se considerar o desperdício de três quilogramas de soja por hectare e multiplicando-se o valor desperdiçado pela área cultivada no Paraná (5,5 milhões de hectares), chega-se a 275 mil sacas de soja. “Considerando que o preço de dezembro/2020 era de R$ 148,00 a saca, representa R$ 40,7 milhões desperdiçados nas lavouras paranaenses, de forma direta, sem contabilizar os custos com o controle da soja guaxa ou pragas e doenças que persistente no ambiente devido aos grãos que ficam no local e germinam”, destaca.]
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