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Motosserras na colheita e exploração florestal

Ageu da Silva Monteiro FreireEngenheiro florestal, mestre em Ciências Florestais e doutorando em Engenharia Florestal – Universidade Federal do Paraná (UFPR)ageufreire@hotmail.com

Amanda Brito da Silvaamandab_silva12@hotmail.com

Joaquim Custódio Coutinhojoaquimcustodiocoutinho@gmail.comEngenheiros florestais e mestres em Ciências Florestais – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Motosserra – Créditos: Pixabay

A produção de madeira serrada no Brasil tem tido grande destaque nos últimos anos, com contribuição significativa do setor florestal na economia nacional nos últimos anos. Os principais produtos destacados da indústria de madeira processada mecanicamente são vigas, tábuas, pranchas, pontaletes, sarrafos, ripas, entre outros.

Além disso, a colheita florestal teve um avanço na modernização de máquinas, principalmente para aumentar a produtividade e diminuir os custos. Diferentemente, a exploração florestal ainda possui um sistema manual e semimecanizado.

Apesar do destaque para aplicação de tecnologias no setor florestal, temos a motosserra como ferramenta indispensável ao pequeno produtor e também para algumas empresas florestais.

Evolução

A máquina surgiu para substituir equipamentos manuais, como o machado, apresentando no início grande peso e operação por duas pessoas, sendo melhorada no decorrer do tempo, deixando-a mais leve e segura.

A importância dela é, principalmente, no manejo de pequenas áreas, devido à inviabilidade econômica de equipamentos tecnológicos de grande escala em pequenas propriedades rurais.

Uma das principais vantagens do uso da motosserra é a produtividade individual elevada, com baixo custo inicial. Contudo, essa atividade semimecanizada requer técnicas especificas de corte e segurança no manuseio para obter maior produtividade e não ocasionar acidentes.

Técnicas de corte e uso da motosserra

A motosserra atua essencialmente por um motor e um sabre de corte. O uso de técnicas de corte da árvore em pé consiste praticamente em dois cortes no tronco. O primeiro é relacionado à retirada de uma cunha (a partir de um ângulo de 90 graus e a cerca de 1/4 a 1/3 do diâmetro), isso na direção que se deseja a queda da árvore.

O segundo corte é realizado do lado oposto ao primeiro corte (podendo ser de 5,0 cm mínimo acima do corte em V inicial). Com isso, a árvore será derrubada na direção desejada (Lopes et al., 2001).

Erros na profundidade e ângulo podem ocasionar em rachadura da árvore no momento da derrubada. Caso o comprimento do sabre seja maior do que o diâmetro da árvore, o corte de queda pode ser feito em um movimento, mas se for menor, a posição da motosserra deve ser mudada várias vezes. É importante ressaltar que podem ser realizados cortes nas árvores já derrubadas.


Antes do corte, há algumas observações importantes a serem consideradas:

• Tipo de motosserra;

• Inclinação do tronco a ser derrubado;

• Distribuição da copa e situação de galhos;

• Limpeza ao redor da árvore (área de trabalho);

• Direção desejada para o tombamento;

• Rota de fuga;

• Localização dos colegas de trabalho;

• Uso da técnica de corte apropriada.


Tipo de motosserra

A escolha da ferramenta perfeita para o trabalho vai depender principalmente do serviço que será realizado e do local. Como exemplos para as pequenas áreas de plantação, uma ferramenta com motor a combustão de até 52 cilindradas pode ser essencial.

Já para uso em lugares internos, ou arborização urbana, a ferramenta elétrica pode ser uma boa pedida.

Escolha da motosserra

Nas diversas atividades do campo ou da cidade que exigem corte ou derrubada de árvores, desgalhamento, traçamento e destopamento, o uso de uma motosserra faz toda diferença, já que torna o trabalho mais fácil, rápido e simples.

Porém, cada tipo de serviço exige o uso de um equipamento específico. Para escolher a máquina exata para sua necessidade, é preciso primeiro saber o que deseja cortar e o local onde você vai trabalhar.

Existem vários tipos de motosserra que variam de acordo com a potência do motor e o tamanho do sabre. Em relação aos tipos de motores, temos aqueles a combustão (à base de gasolina), os elétricos e com baterias.

Se você procura motosserras que sejam capazes de cortar troncos com grandes diâmetros, trabalhos pesados ou fazer o uso de forma profissional, as melhores e as mais indicadas para esses tipos de serviços são as com motores a gasolina, devido à potência de trabalho.

Essas motosserras também vêm com uma variedade de comprimentos de barra para atender às exigências do seu trabalho. Em contrapartida, existem as motosserras elétricas e as de baterias, que são leves, compactas, fáceis de carregar, não emitem gases, são silenciosas quando comparadas às de motores a gasolina e ideais para ambientes fechados.

Normalmente, são usadas para aparar galhos pequenos de árvores, cortar pequenos troncos e outros afazeres de corte em sua casa ou quintal. Contudo, são limitadas: as elétricas precisam de tomadas e as com baterias têm um tempo específico de funcionamento.

Manutenção

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A troca de peças da motosserra ou até mesmo da máquina vai variar de acordo com a manutenção preventiva dos equipamentos, sejam elas diárias, após o seu uso, ou a recomendada pelo fabricante.

Temos como por exemplo a limpeza do filtro de ar, da tampa do pinhão e as aletas do cilindro. Em relação ao sabre, virá-lo a cada troca ou afiação da corrente, de modo a evitar o desgaste unilateral, como também manter seus orifícios limpos e lubrificados.

Procurar verificar se os dispositivos de segurança estão em dia, observar se o cordão de arranque precisa ser trocado (evitando assim que se rompa durante o trabalho), a limpeza e reaperto de parafusos e porcas; avalir se a corrente está bem tensionada e afiada e, por fim, verificar se o sistema de lubrificação está funcionando corretamente (Senar, 2017).

Viabilidade

As motosserras têm poucas desvantagens quando se leva em consideração o custo-benefício. Entretanto, antes de obter uma máquina é necessário ter em mente quais atividades serão desempenhadas, para que tenha uma potência ideal para o trabalho, visto que no mercado existem marcas mundialmente conhecidas, que suprem todos os tipos de necessidades e bolsos.

Segurança no uso de motosserras

O manuseio da motosserra de forma inadequada pode ocasionar graves acidentes, principalmente ao operador, sendo que o mesmo deve ter licença para a utilização e porte, como também curso e treinamento.

O art. 51 da lei 9.605 de 1998, que expressa penalidades para condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, institui multa de três meses a um ano de detenção para quem comercializar ou utilizar motosserra sem licença ou registro. Já o art. 57 do Decreto Federal 6.514 de 2008 estabelece multa de R$ 1.000,00 por unidade.

Uma das principais causas de acidente com motosserra é decorrente do rebote, que é um movimento inesperado e sem controle da máquina, em que ela vai em direção ao operador. Alguns cuidados são importantes para evitar que o rebote ocorra, como segurar firmemente a máquina com as duas mãos, não utilizar a máquina em altura acima dos ombros e também não operar com corpo inclinado para frente.

A manutenção da motosserra também deve ocorrer, para o corte ser sempre preciso, nunca começando com a ponta superior do sabre, pois ela pode atingir partes mais duras e ocasionar o rebote. Também não se deve serrar mais de um galho por vez, sempre tendo cuidado para a corrente não ficar presa em outro galho ou pedaço cortado.

A Norma regulamentadora 17 de segurança e saúde no trabalho, mostra que as condições de trabalho têm que se adaptar às características psicofisiológicas dos trabalhadores. No caso, o operador da motosserra está exposto ao risco ergonômico, ocasionado principalmente pelo esforço físico e má postura na hora de usar a máquina, além de outros riscos, principalmente ocasionados pela vibração e ruído.

Para atenuar esses riscos, o operador deve sempre estar com a coluna ereta e pernas flexionadas. Além do ambiente, que deve ser adequado para oferecer melhores condições ao operador e, consequentemente, aumentar a produtividade e evitar acidentes, são necessárias medidas de proteção individual.


Evite acidentes

Para o uso da motosserra, devem ser utilizados equipamentos como luvas, capacetes, protetor facial, abafador auricular e roupas específicas para proteção, caso a lâmina atinja o corpo. Além disso, para garantir maior proteção, a Norma Regulamentadora 12, que estabelece medidas de proteção em máquinas e equipamentos, diz que a motosserra é obrigada a ter os seguintes itens:

• Freio manual ou automático de corrente, um dispositivo de segurança que o operador aciona com a mão esquerda, interrompendo o giro da corrente;

• Pino pega-corrente, um dispositivo que minimiza o curso da corrente em caso de rompimento, para não atingir operador;

• Protetor da mão direita, uma proteção traseira, evitando que quando houver rompimento, não atinja a mão do operador;

• Protetor da mão esquerda, uma proteção frontal, que durante o corte evitará que a mão do operador alcance involuntariamente a corrente;

• Trava de segurança do acelerador, um dispositivo que interrompe a aceleração involuntária.

A Norma também define que os fabricantes e importadores devem informar os níveis de ruído e vibração, além de manual de instrução referentes  segurança e saúde no trabalho. Já os fabricantes e importadores instalados no País devem fornecer treinamento e material didático às pessoas que farão uso da máquina.

Ademais, os empregadores têm que fazer um treinamento com uma carga mínima de oito horas para os operadores e similares, sendo proibido o uso delas em lugares fechados ou insuficientemente ventilados.

Consideração finais

A exploração florestal sempre esteve atrelada ao ser humano em todo o mundo, e no Brasil ainda é intensa por ter uma vasta área florestal. O uso da motosserra veio para substituir equipamentos manuais, sendo ainda bastante utilizada, mesmo diante de avanços na mecanização agrícola.

Apesar da melhoria na máquina, ainda há perigo no manuseio, por isso é importante conhecer as técnicas de corte e os cuidados para que não ocorram acidentes. A utilização de forma correta e a instrução do operador contribuirá para a maior produtividade e segurança de todos.

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