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Nutrição e resistência às doenças com o silício

 

Paulo Henrique Leite Machado

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do grupo PET Agronomia, coordenador de imprensa do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD)

Arthur Henrique Cruvinel Carneiro

Técnico em Agricultura e Zootecnia ” IFMG – Campus Bambuí, graduando em Agronomia (UFLA), membro do grupo PET Agronomia, coordenador de extensão do GHPD e membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF)

arthurhcruvinel@hotmail.com

 

Nutrição e resistências às doenças com o silício - Crédito Arthur Cruvinel
Nutrição e resistências às doenças com o silício – Crédito Arthur Cruvinel

O silício (Si) é um micronutriente fundamental para o desenvolvimento das plantas. Proporciona melhorias no estado nutricional, reduz a taxa de transpiração, além de aumentar a resistência das plantas quanto ao ataque de pragas e doenças. Porém, possui uma grande dificuldade de translocar dentro dos vegetais, exceto nas gramíneas.

Existem várias pesquisas sobre o comportamento do silício nas plantas, com maior destaque para o crescimento e produtividade de gramíneas, o mesmo valendo para legumes e cereais de maior importância econômica. Dessa forma, poucos estudos têm sido dedicados às espécies arbóreas, como é o caso do eucalipto, muito difundido nos reflorestamentos pelo Brasil.

De acordo com Alfenas, a expansão dos plantios de eucalipto nos últimos anos tem suprido a crescente demanda de biomassa lenhosa, ou seja, matéria-prima com propriedades tecnológicas para a produção de celulose e papel, carvão vegetal, óleos essenciais, madeira sólida para serraria, postes de eletricidade, mourões de cerca e para construção civil, entre outras.

Mais recentemente, o setor privado demonstrou interesse pelo plantio e uso de florestas de eucalipto para fixação de carbono (CO2) na atmosfera, visando reduzir sua concentração.

Contribuições do silício na produção florestal

O silício pode contribuir com o sucesso da produção florestal por meio de melhorias na estrutura das plantas e na maior rigidez das células, resultando em caules mais eretos, o que vai reduzir o acamamento e gerar madeira de melhor qualidade.

A eficiência fotossintética e controle estomático da planta também são otimizados na presença do Si, proporcionando maior crescimento das espécies florestais, já que a planta se torna capaz de produzir mais fotoassimilados, melhorando também a eficiência do uso da água.

Resistência a pragas e doenças

Outra grande importância do silício para produção florestal é a maior resistência das plantas a pragas e doenças, devido à deposição e associação da sílica com os constituintes da parede celular e resistência mecânica (que dificulta o acesso às enzimas de degradação).

Na aplicação foliar do Si ocorre a polimerização da superfície das folhas, formando uma camada rígida e mais difícil de ultrapassar para algumas pragas e fungos causadores de doenças.

Estudos revelam que o silício reduz a incidência da ferrugem das mirtáceas e oídio no eucalipto. Porém, diferente do que se observa no milho, no eucalipto não é esperada a diminuição do ataque de formigas e lagartas desfolhadoras, já que as quantidades de silício absorvidas pelo eucalipto são menores.

Papel na nutrição e principais fontes de silício

O silício (Si) não é considerado um elemento essencial às plantas porque não atende aos critérios diretos e indiretos de essencialidade. Porém, pode trazer inúmeros benefícios. O silício pode ocorre na natureza nas formas de sílica e silicatos, não sendo encontrado puro.

O silício proporciona melhorias no estado nutricional das plantas, sendo observada uma redução ou eliminação dos efeitos adversos de metais pesados no meio ambiente. Também reduz a toxidez de ferro, alumínio, manganês e sódio, e diminui as alterações anatômicas causadas na planta devido ao excesso de zinco.

Também corretivo de solo

Os silicatos possuem efeito corretivo. Com a sua aplicação no solo, os teores de alumínio reduzem, o pH e a saturação por bases são aumentados e a saturação por alumínio diminui. Isso ocorre porque os silicatos promovem a reação de ânions com prótons de hidrogênio.

Os fatores do solo que podem influenciar a concentração de Si na solução do solo são: mineralogia, textura, processo de ciclagem do nutriente, predominância de íons na solução e acidez do solo.

As principais fontes de Si para as plantas são: escórias de siderurgia, wollastonita, subprodutos da produção de fósforo elementar, silicato de cálcio, silicato de sódio, termofosfato, silicato de magnésio (serpentinito), silicato de potássio e a sílica coloidal.

 Alguns trabalhos mostram que o silício é capaz de liberar o fósforo do solo, com a aplicação de silicato após a fertilização fosfatada. A liberação de fósforo pelo silício é mais acentuada em solos menos intemperizados (cambissolos) do que solos com maior grau de intemperização (latossolos).

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