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quinta-feira, abril 24, 2025
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Nutrição inteligente para a bataticultura

Jeferson Carlos de Oliveira Silva
Doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) e especialista em melhoramento de batata-doce
jefersonteng@gmail.com
Isaías Antonio de Paiva
Doutorando em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e professor – Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU)
paiva.isaiasantonio@gmail.com

Foto: Shutterstock

Para se ter uma noção, a quantidade de fósforo requerida pela cultura, a depender da quantidade de argila do solo, bem como da sua mineralogia, pode promover a necessidade de que a adubação com fósforo seja até cinco vezes maior, quando comparada a um solo com textura arenosa e um solo de textura muito argilosa, por exemplo.

Os outros macronutrientes, nitrogênio e potássio, também são extremamente requeridos pela cultura, em quantidades “cavalares” para altas produtividades. A adubação com nitrogênio e potássio ocorre na amontoa, normalmente de 25 a 30 dias após o plantio.

E, por motivos fisiológicos e também operacionais, a adubação de cobertura é realizada em dose única junto à amontoa. Porém, as quantidades requeridas de nitrogênio e potássio são muito elevadas e alguns problemas importantes começam a surgir.

As doses elevadas de nitrogênio e potássio podem causar: lixiviação desses nutrientes, salinização localizada (próxima ao sistema radicular) e acidificação da rizosfera, originando desequilíbrio nutricional, devido à deficiência de outro nutriente pela competição com nitrogênio e potássio. A ocorrência e a magnitude desses problemas dependem das condições locais.

Solução

Uma possível solução para evitar ou minimizar esses problemas é a adoção de fertilizantes de origem mineral com liberação lenta. Esses fertilizantes podem ser divididos em dois grupos principais: os chamados pós de rocha, que possuem média/baixa concentração de nutrientes e, à medida que ocorre a intemperização do mineral, liberam o nutriente para a planta; e também os mais utilizados, de natureza solúvel e concentrados (principalmente N, P e K).

Esses, normalmente, são grânulos formulados em mistura ou individuais, com tecnologias de revestimento baseadas em substâncias orgânicas ou inorgânicas, que conseguem retardar o processo de liberação do nutriente no solo e, consequentemente, na planta.

Foto: Shutterstock

Os fertilizantes de liberação lenta, a depender da sua tecnologia e eficiência, conseguem suprir a demanda nutricional da batata de maneira gradual no tempo. Dessa forma, eles podem diminuir ou eximir os efeitos adversos no solo, como a acidificação e salinização, e também conseguem nutrir a cultura com mais eficiência, pois as perdas por volatilização, lixiviação e até adsorção tendem a serem menores.

Custos

Segundo a Conab, os custos de produção variam entre R$ 20 mil e R$ 60 mil/ha/ano, valores muito influenciados pela safra, o sistema de produção, o nível tecnológico, a oscilação dos preços de insumos e serviços da região, dentre outros.

No cultivo da batata, os custos com fertilizantes são extremamente elevados devido à grande quantidade de nutrientes requerida pela cultura. E o valor depende de basicamente três principais fatores:

1 – Preço do dólar/fertilizante, pois grande parte dos fertilizantes nitrogenados, potássicos e fosfóricos são importados.

2 – Análise de solo, momento em que serão definidas as doses a serem utilizadas de cada nutriente.

3 – E, por fim, mas não menos importante, a localização geográfica. Embora pareça algo sem importância, a localização geográfica impacta diretamente no preço dos fertilizantes, pois o modelo de transporte rodoviário (caminhões) é altamente dependente do valor do petróleo (diesel), que é importado, em sua maioria. Além da volatilidade do mercado internacional, esse fator é de grande relevância no Brasil.

Contudo, a proporção do custo com fertilizantes em relação ao custo total vai depender do sistema empregado, ou seja, dos outros custos, como, irrigação, manejo fitossanitário, colheita e beneficiamento, e das combinações dos fatores mencionados anteriormente. Estima-se que o custo com a parte nutricional varie entre 15 a 30% do custo total.

Naturalmente, o manejo e os tratos culturais se dão de acordo com o sistema de produção, o nível tecnológico adotado, assim como a necessidade da cultivar. Iniciam-se nos tratos culturais, como preparo do solo, montagem dos camalhões, plantio, irrigação, amontoa, manejo nutricional e fitossanitário, interrupção do ciclo, colheita e pós-colheita.

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