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O pó de rocha e a nutrição do solo

Criz Renê Zanovello

Engenheiro mecânico e mestre em Produção Vegetal – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

renecriz@hotmail.com

Fabiano Pacentchuk

Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia ” Unicentro

fabianopacentchuk@gmail.com

Leonardo Serpa Maciel

Graduando em Agronomia ” Unicentro

lmaciel96@gmail.com

Itacir Eloi Sandini

Engenheiro agrônomo, doutor e professor de Agronomia ” Unicentro

isandini@hotmail.com

 Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

A utilização de pó de rocha ganha espaço no cenário agrícola. A importância deste material se dá pelo fato de conter nutrientes essenciais para o desenvolvimento de várias culturas, apresentar baixo custo associado e por não apresentar danos ecológicos, quando comparado com a aplicação usualmente utilizada.

Este pó é obtido do trituramento de rochas, resíduos de mineração e também do garimpo. Os resíduos destes processos são, geralmente, descartados de alguma forma, porém, sua composição química abre a possibilidade de utilização no setor agrícola. Dentro destes componentes destacam-se o potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), fósforo (P) e ferro (Fe), nutrientes essenciais para o pleno desenvolvimento das culturas agrícolas.

Quem são eles

O pó de rocha proporciona melhor aproveitamentos dos nutrientes - Crédito Luize Hess
O pó de rocha proporciona melhor aproveitamentos dos nutrientes – Crédito Luize Hess

Os pós de rocha utilizados na agropecuária como fonte de nutrientes, com benefícios na fertilização e/ou correção do solo, são conhecidos como agrominerais. Mais especificamente no sentido de fertilização do solo, o uso de pó de rocha é conhecido como rochagem.

Dentro da rochagem, diversas rochas são utilizadas como matéria-prima, as quais variam, dentre outros fatores, seus componentes de formação. Cada tipo de rocha, ao ser triturada, apresenta uma composição química diferente que pode ter, ou não, aplicação no setor agrícola. O processo de beneficiamento de algumas rochas também libera alguns elementos químicos que são considerados nutrientes para as plantas.

Como exemplo, tem-se o resíduo do beneficiamento do granito. Para os cortes desta rocha são utilizadas a cal e limalhas de ferro, que elevam à abrasão contra a rocha. Como resultado deste processo de corte tem-se uma mistura de cal, ferro e fragmentos do granito, que são conduzidos para descarte até lagoaspara decantação do material.

Ao observar a composição química destes resíduos, observam-se elementos como Ca, K, Mg e até mesmo Fe, oriundo das limalhas utilizadas. Ao analisar deste ponto de vista, este material, até então considerado um descarte, pode apresentar aplicação em áreas cultiváveis. No entanto, o processo pode também liberar alguns componentes tóxicos, como níquel (Ni) e plutônio (Pb).

Opções

Vale ressaltar que não somente o pó de granito é utilizado como rocha base para a utilização na agricultura, mas diversas outras rochas também podem ser utilizadas. Dependendo da rocha, diferentes elementos são obtidos e, ao variar o tamanho das partículas de rocha, tem-se uma reação química mais rápida ou mais lenta junto ao solo.

Partículas maiores têm uma reação (liberação dos componentes químicos) mais lenta com o solo, enquanto partículas menores apresentam uma reação mais rápida, quando comparada com a anterior. Deste modo, diversos estudos têm sido levantados a respeito de qual rocha apresentaria impactos econômicos favoráveis, levando em consideração também a granulometria (tamanho das partículas) e a dosagem a ser utilizada.

O pó de rocha, ao ser distribuído sobre a área, entra em contato com o solo e aos poucos penetra sobre suas camadas. Ao longo do tempo, reações químicas acontecem e liberam os elementos constituintes desta rocha. Tais elementos liberados podem sofrer uma série de reações adicionais e, dependendo do resultado final das reações e de qual elemento se trata,tornam-se disponíveis para a absorção da planta.

A rochagem possibilita dissolução mais lenta dos nutrientes -  Crédito Ademir Torchetti
A rochagem possibilita dissolução mais lenta dos nutrientes – Crédito Ademir Torchetti

Vantagens

Uma das grandes vantagens da utilização da rochagem estaria justamente na velocidade de liberação dos nutrientes para o solo, pois, apresentam uma dissolução mais lenta, quando comparados com a adubação tradicional. Esta dissolução mais lenta acarretaria em maior tempo de aproveitamento dos nutrientes aplicados sobre o solo, com menores taxas de aplicação, reduzindo assim os custos com utilização de maquinários agrícolas, bem como as perdas dos nutrientes da solução do solo.

No entanto, uma série de fatores ainda devem ser levados em consideração para alcançar a eficácia na utilização da rochagem e posteriormente para ampliação da produtividade e redução de custos. Como a liberação dos nutrientes é mais lenta que o usual, deve-se ter conhecimento da taxa de liberação destes nutrientes ao longo do tempo, além da quantidade de nutriente que é liberada, quais nutrientes realmente se tornam disponíveis para a planta e por quanto tempo eles permanecem deste modo.

Sendo assim, deve-se ter em mente quais são os nutrientes já disponíveis no solo, em quais quantidades e se realmente estão disponíveis para a absorção pelas plantas. Ao se mensurar essas variáveis, deve-se saber qual a necessidade nutricional da cultura a ser instalada.

Ao saber quanto de nutriente deve ser aplicado, deve-se conhecer quanto a rocha possui deste nutriente e quanto será disponível para absorção pela planta. De posse destes dados, pode-se dizer qual tipo de pó de rocha deve ser aplicado e a quantidade correta.

Essa matéria completa você encontra na edição de agosto de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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