Jolinda Mércia de Sá
jolinda.sa@unesp.br
Jorgiani De Ávila
j.avila@unesp.br
Engenheiras agrônomas e doutorandas em Agronomia/Horticultura – UNESP
jolinda.sa@unesp.br
Antonio Ismael Inácio Cardoso
Professor titular do Departamento de Produção Vegetal -UNESP
antonio-ismael.cardoso@unesp.br
O silício (Si) não é considerado um nutriente, e sim um elemento benéfico, e sua presença no solo e absorção pela planta podem melhorar aspectos morfológicos e fisiológicos nas plantas.
Alguns estudos têm mostrado que a suplementação de silício pode melhorar o crescimento e desenvolvimento das plantas, mas os resultados podem variar dependendo da espécie vegetal.
Fornecimento à planta
O silício pode estar presente no solo naturalmente, mas mediante análise do solo, podem ser feitas incorporações no perfil, por fertirrigação ou via aplicações foliares.
A forma mais comum de fornecimento de silício é por meio de aplicações na parte aérea das plantas, no entanto, a maneira como este elemento será disponibilizado depende do tipo de formulação dos adubos.
Dentro das plantas, o silício está presente em maior quantidade no caule e nas nervuras foliares, e pode em menor quantidade nos grãos e sementes.
Benefícios do seu uso
O uso do silício na agricultura tem sido associado ao fortalecimento da parede celular das plantas, tornando-as mais resistentes a ataques de patógenos, pragas e estresses abióticos, como a seca e a salinidade, e regulando a evapotranspiração.
Estudos com o uso de silício na agricultura são bem desenvolvidos com espécies gramíneas. Porém, os mecanismos moleculares de absorção de silício em plantas dicotiledôneas ainda não são bem compreendidos.
Efeito do silício sobre a fotossíntese e a produção
Alguns estudos sugerem o aumento da atividade fotossintética em espécies de plantas suplementadas com silício, associando esse evento à maior captura de luz pelas plantas em função da mudança na anatomia das folhas, que se tornam mais eretas, melhorando a interceptação da luz.
O silício pode se depositar nas paredes celulares, formando uma dupla camada de sílica protetora que reflete a luz e a torna mais disponível para as células fotossintéticas, aumentando a sua atividade.
Esse aumento pode induzir a planta a produzir uma maior quantidade de pigmentos fotossintéticos para suprir suas necessidades energéticas.
Plantas suplementadas com silício podem apresentar um aumento nos teores de clorofila e carotenoides nas folhas, sugerindo que esse elemento também pode estimular a expressão de genes envolvidos na síntese desses pigmentos.
O aumento na atividade radicular também é um dos efeitos obtidos com o fornecimento de silício, o que pode afetar positivamente a absorção de água e nutrientes, como o nitrogênio, macronutriente intimamente envolvido na produção de clorofila.
É importante ressaltar que os efeitos do silício na fotossíntese e na produção de fotoassimilados podem variar entre diferentes espécies de plantas e dependem das condições ambientais.
Para as abóboras
Informações acerca dos benefícios da suplementação de silício na abóbora híbrida tetsukabuto são insuficientes para predizer os seus benefícios sobre o aumento da taxa fotossintética, produtividade e qualidade.
Em outras variedades de abóbora e abobrinha, como a Cucurbita pepo L., o uso de silicato de cálcio (CaSiO3) reduziu a atividade de oídio (Erysiphe diffusa) e aumentou o rendimento da abóbora, sem aumentar significativamente o custo de produção.
A absorção de silício, bem como a quantidade a ser fornecida, variam de acordo com o tipo de planta, o estágio de crescimento, a disponibilidade do nutriente no solo e as condições ambientais.
Portanto, é recomendável realizar testes e monitorar os resultados para determinar a eficácia da aplicação e a quantidade de silício na produção de abóbora tetsukabuto.