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Panorama nacional de produção de ameixa

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A ameixa é uma das frutíferas da família das Rosáceas do grupo conhecido como frutas de caroço, assim como o pêssego e a nectarina. Sua produção e área plantada estão muito abaixo do consumo brasileiro, sendo uma cultura de menor importância, quando comparada com o pêssego.

Segundo Gilmar Arduino Bettio Marodin, professor titular de Fruticultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o pêssego tem em torno de 20 mil hectares plantados, enquanto a ameixa apenas quatromil hectares. “Somos os maiores importadores de ameixas da América Latina eo quinto importador no mundo, com uma média de40mil toneladas por ano, principalmente da Argentina e Chile. Importamos também de países do Hemisfério Norte, como Espanha e Itália, mas em quantidade menor“, diz.

Se o Brasil destinasseoutros dois mil hectares de plantio para a produção de ameixa e tivesse uma produtividade média de 20 toneladas por hectare, o volume anual de ameixa produzido passariapara maisde 60 mil toneladas, tornando o País autossuficiente, o que seria perfeitamente viável.

A área cultivada está concentrada nos Estados do Sul, principalmente RS e SC, além do PR, mas existem pomares espalhados por SP e MG.“Acreditamos que mais de mil famílias produzam ameixa no Brasil, um cenário importante para algumas regiões, não tantoquanto a maçã, o pêssego ou a uva, mas que complementa a renda de muitas famílias, normalmente com plantios associados a outras frutíferas“, calcula o professor.

Crédito Pixabay
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Plantio

A condição climática brasileira para produção de frutos que exigem invernos rigorosos não é das melhores. O obstáculo em todas essas regiões é a doença conhecida como escaldadura, que ocasiona morte precoce da planta. “Os produtores plantam o pomar e quatro ou cinco anos depois as plantas começam a morrer, já que a doença é causada por uma bactéria que entope os vasos dos xilemas. Esse problema é limitante e a cultura não traz atrativos ao longo do tempo.O problema não é só nosso e em outros países existem outros riscos além da escaldadura, como o vírus da Sharka, por exemplo,“, alerta o especialista.

Ainda segundo ele, não temos um sistema de certificação de mudas adequado vindo do 21Ministério da Agricultura ou das secretarias estaduais, com viveiros credenciados que exigiriam plantas matrizes isentas e limpas.Assim, os viveiristas coletam as gemas para fazer suas mudas em pomares, sem a certeza de que esse material está saudável. O investimento é perdido integralmente assim que as árvores começam a morrer.

Foto 02

Melhoramento genético

Um dos grandes desafios atuais no Brasil é selecionar/criar cultivares que tenham tolerância ou resistência à escaldadura, entre outras, e com qualidade suficiente para competir em mercados cada vez mais exigentes. No momento a instituição que está à frente das pesquisas é a Epagri de Caçador (SC),sob responsabilidade do melhorista Marco Antonio Dalbó, que está lançando cultivares com tolerância à escaldadura, como a ´Zafira´, de tamanho grande e coloração roxa, que traz um cenário mais promissor no combate a essa doença.

A nova planta é fruto do cruzamento de outras variedades de ameixas já cultivadas em Santa Catarina. “´Zafira´ produz frutos com alta qualidade, atendendo as exigências do mercado. A colheita ocorre durante as festas de final de ano, quando existe maior demanda“, explica o pesquisador Dalbó.

A floração ocorre entre 15 de agosto e 15 de novembro, dependendo do ano, e amadurece em meados de dezembro. A ´Zafira´ necessita de polinização cruzada. Por isso, recomenda-se o plantio conjunto com outras cultivares polinizadoras, preferencialmente com as mesmas características de resistência à escaldadura, para que o pomar tenha uma boa durabilidade.

 

Entraves

Como se tratam de cultivares desenvolvidaspara locais com maior acúmulo de frio no inverno, nem todas as regiões brasileiras terão condições de produzi-las. “Por isso, continuamos plantando cultivares oriundas da Flórida, materiaisantigos selecionados pela Embrapa, ou alguma ameixa da Europa, como é o caso da ´Fortune´,produzida na Serra Gaúcha, que entra no mercado no final de dezembro/janeiro, e ainda a´Letícia´, que é uma cultivar mais tardia e plantada em locais de maior altitude“, destaca o professor Marodin.

 

Manejo

É possível melhorar o manejo dos pomares, mas tudo começa com uma boa muda, que determinará a formação de plantas produtivas e longevas. “A ameixeira é uma planta que exige tratos culturais de poda e abertura de ramos. É preciso formar uma planta aberta, com estrutura de lenho para ter produções em torno de 30 ton/ha. Temos, portanto, um longo trabalho na parte de melhoramento, principalmente porque poucos melhoristas trabalham no segmento, a exemplo da Epagri e da Embrapa, que são grandes centros de lançamento de cultivares de pêssego, nectarina e ameixa“, pontua o professor.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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