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Perspectivas para os biológicos

As perspectivas para o mercado de biológicos no ano agrícola 2020/21 são muito positivas, tanto em relação ao aumento de produção de bioinsumos quanto à elevação de vendas.

Pesquisa – Crédito: Koppert

De acordo com dados da CropLife Brasil, entidade que reúne as empresas fabricantes de defensivos agrícolas, a expectativa é de um crescimento de vendas na faixa de 20 a 30% em comparação com a safra anterior. “Em alguns casos, há projeções que se aproximam do dobro em relação ao ano anterior. O uso de defensivos biológicos ainda está em consolidação no Brasil. Por isso, qualquer aumento na taxa de adoção em grandes culturas, como a soja, por exemplo, é suficiente para um elevado volume de vendas. Em relação à produção, o aumento previsto é de 20%, puxado pelos novos registros”, explica a diretora-executiva de biológicos da Croplife Brasil, Amália Borsari.

Atualmente, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) existem 411 biodefensivos registrados, sendo que houve o registro de 43 em 2019, e de 95 em 2020.  “Esses dados indicam um mercado com grande potencial de crescimento. Até 2015, por exemplo, existiam apenas 107 registros. Em maio do ano passado tivemos o lançamento, pelo Mapa, do Programa Nacional de Bioinsumos, que contou com a contribuição da CropLife Brasil. O programa possui como objetivo padronizar e incentivar o desenvolvimento e uso de bioinsumos na agropecuária brasileira.”

A área tratada com biológicos está em escala crescente, apesar de haver ainda muito para avançar. A soja, a cana-de-açúcar e o café correspondem às culturas que mais consomem biodefensivos – dos 77,7 milhões de hectares plantados no Brasil, cerca de 20 milhões são tratados com biodefensivos. 

Pesquisa realizada pela empresa Spark Inteligência Estratégica aponta que esse mercado movimentou R$ 930 milhões (US$ 237 milhões) na safra 2019/20, com incremento de 46% em reais e de 34% em dólares ante 2018/19.

Iniciativa Koppert

Gustavo Herrmann, diretor comercial da Koppert

A Koppert tem um extenso trabalho de disseminação do manejo integrado de pragas e doenças (MIP) no País, que atinge produtores de todos os tamanhos, inclusive de grandes culturas como soja, milho, café e cana-de-açúcar. “Os produtos biológicos são registrados por pragas e doenças, e podem ser utilizados em qualquer cultura com infestação. Temos o portfólio mais completo em biodefensivos, que inclui fungicidas; nematicidas; acaricidas e inseticidas, tanto macro como microbiológicos, produtos para tratamento de sementes; inoculantes; bioestimulantes e ferramentas de monitoramento”, diz o diretor comercial da Koppert, Gustavo Herrmann.

Além disso, a empresa investe constantemente em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, em parceria com universidades e institutos de pesquisa, além de estimular a adoção de novas tecnologias. “A Koppert é parceira do Sparcbio (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control), que tem como missão desenvolver pesquisas, produtos e tecnologias que resultem no uso e fortalecimento do controle biológico e do manejo integrado de pragas e doenças e recentemente, a lançou o Gazebo, primeiro hub do país especializado em tecnologias voltadas para o controle biológico, que congrega startups, empresas e instituições de pesquisas”, diz o diretor comercial.

Investimentos e lançamentos

Com o aumento da demanda brasileira por biológicos, a Koppert teve um crescimento de 40% no seu faturamento em 2020. Além disso, a empresa vai investir R$ 25 milhões nos próximos cinco anos, no Brasil e Argentina, em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, na manutenção e modernização das fábricas. “Os investimentos serão dedicados, principalmente, às áreas de produção de macrobiológicos, nova estrutura de pesquisa e desenvolvimento de insetos parasitoides, aquisição de novos equipamentos, ampliação da fábrica de produtos à base de fungos e modernização da planta de inoculantes na Argentina, entre outros”, explica Herrmann.

Lançamentos

Em 2020, a empresa lançou o primeiro biofungicida para tratamento industrial de sementes (TSI) de soja e pretende consolidar o uso de seu principal bionematicida em áreas de plantio. O desenvolvimento dos dois produtos, que utilizam a mesma espécie de fungo como ingrediente ativo, o Trichoderma harzianum, consumiu mais de três anos em pesquisas e desenvolvimento e R$ 2 milhões de investimentos. “Para o Trianum DS, desenvolvido para TSI, esperamos vender entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões na temporada 2020/21.”

O Trianum DS (Trichoderma harzianum Cepa T22) é o primeiro produto biológico composto por fungo do Brasil que pode ser utilizado no tratamento de semente industrial (TSI). Elaborado com a cepa T22, desenvolvida por meio de uma fusão entre as melhores linhagens do Trichoderma harzianum, o produto é uma exclusividade da Koppert e apresentou nos campos demonstrativos realizados durante a safra 2019/20 redução significativa na incidência e severidade dos patógenos de solo (fungos e nematoides).

Além disso, promoveu o crescimento de raiz e parte aérea das plantas, que acarretou em incremento médio de 3,4 sacas/ha nos campos de soja. Para Fabiano Denis de Paula, diretor geral da Futura Agronegócios, parceira da Koppert no tratamento de semente industrial com biológicos, em Minas Gerais, o Trianum DS apresentou resultados excelentes em ensaios e acompanhamentos de safras. “O produto entrega eficiência e segurança no controle de nematoides e doenças de solo, garantindo maior produção por hectare e aumento da quantidade de vagens por planta. Estamos muito satisfeitos em poder utilizá-lo.”

Extrato de algas

Ainda em 2020, a empresa lançou a linha Natugro de bioativadores formulados com o extrato da alga marinha Ascophyllum nodosum, mundialmente reconhecida por promover o crescimento das plantas e melhorar sua resistência frente aos estresses e ao ataque de pragas e doenças.

Em campos de arroz, por exemplo, a aplicação do produto resultou em um cultivo mais vigoroso, com maior quantidade de panículas produtivas do cereal em 12,6%. As parcelas tratadas produziram 500 quilos a mais por hectare, em comparação com as parcelas controle.

Em lavouras de batata, em Curitiba (PR), as plantas foram colhidas e avaliadas 65 dias após a semeadura e as aplicações do produto elevaram o número de tubérculos por planta em 15,8% e aumentaram o diâmetro em 36,4%.

A Koppert possui infraestrutura e tecnologia para atender à crescente demanda do mercado agrícola por bioinsumos, tornando a agricultura brasileira mais sustentável, saudável e em harmonia com a natureza.                      

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