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Pêssego – Características e principais cultivares

Givago Coutinho

Doutor em Fruticultura e professor efetivo do Centro Universitário de Goiatuba (UniCerrado)

givago_agro@hotmail.com

Herick Fernando de Jesus Silva

Engenheiro Agrônomo e doutorando em Fitotecnia ” Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

herickfernando@gmail.com

Crédito Frutplan
Crédito Frutplan

Visando sempre altos ganhos em produtividade, o cultivo do pessegueiro deve ser planejado e o sucesso está diretamente ligado a isso, além do manejo correto no campo e das etapas anteriores à implantação do pomar, principalmente no que se refere à escolha correta da cultivar a ser utilizada no plantio.

Segurança

A escolha correta da cultivar garante ao produtor a segurança de optar por um material que apresente boa adaptação à região de cultivo, alto nível de produtividade e frutos de qualidade, finalidade do cultivo (consumo de mesa ou indústria) e mercado consumidor. Além de tudo, que demonstre resistência ou tolerância a doenças e pragas que eventualmente possam ocorrer na cultura.

Portanto, a escolha da cultivar é um ponto importante na hora de implantar um pomar de pessegueiros. Vale ressaltar que a cultivar escolhida não onera o processo de implantação do pomar, que será o mesmo. A diferença entre eles, contudo, se a escolha for correta, é que o retorno econômico pode ser além daquele esperado pelo produtor.

Assim, fica evidente a importância de se estudar cultivares e características de cada uma antes de implantar o pomar, diminuindo, a partir desse momento, os possíveis riscos de insucesso na atividade.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Origem das cultivares

Atualmente, mais de 90% das cultivares de pessegueiro para consumo fresco no Brasil são oriundas dos programas nacionais, ficando o restante por conta de cultivares mexicanas e americanas oriundas, principalmente, da Flórida.

A totalidade das cultivares de pessegueiro para indústria é brasileira.De maneira geral, são todas provenientes dos programas de melhoramento da Embrapa Clima Temperado, com algumas exceções de outras instituições de pesquisa, como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia de Santa Catarina (Epagri).

Dentre as de maior destaque no cenário nacional estão: Chimarrita, Chiripá, Marli e Joia. Essas cultivares predominantemente apresentam epiderme rosa – avermelhada, polpa branca e sabor doce-acidulado.

Crédito Pixabay
Crédito Pixabay

Características de cada cultivar

As cultivares são classificadas em frutos de mesa e para indústria. Essa divisão é feita baseada nas características da polpa. Os frutos destinados à mesa devem ser visualmente mais atrativos, devendo ter casca mais colorida, polpa abundante, doce e pouco ácida.

Já aqueles destinados para a indústria podem ter polpa mais ácida, mais amarelada e caroços pequenos. O número de cultivares é bastante diversificado, dentre os quaisse podem destacar alguns de acordo com a destinação.

Cultivares de mesa

 90% das cultivares de pessegueiro para consumo fresco no Brasil são oriundas dos programas nacionais - Crédito Pixabay
90% das cultivares de pessegueiro para consumo fresco no Brasil são oriundas dos programas nacionais – Crédito Pixabay

ÃœCharme: é uma cultivar de baixa exigência em frio. Os frutos têm polpa doce, fundente, branca e película muito colorida e atrativa. O plantio da cv. Charme é recomendado para áreas com cerca de 300 horas de acúmulo de frio hibernal (temperatura <7,2°C). As plantas são de vigor médio e produtivas e a plena floração ocorre na segunda dezena de agosto. Os frutos são redondo-oblongos ou ovalados, epiderme branco-esverdeada, com 50 a 80% de vermelho escuro. A polpa é branca-esverdeada, livre do caroço e com traços de vermelho junto ao mesmo. Produz frutos de tamanho médio (5,5 a 6,0 cm de diâmetro), com peso médio entre 80 e 105 gramas. O teor de sólidos solúveis tem variado entre 10,8° – 14,4°Brix.

ÃœChimarrita: a planta é de vigor médio, de forma aberta e altamente produtiva. Produz muito bem em anos onde o acúmulo de frio hibernal atinge 200 horas. Apresenta suscetibilidade a doenças foliares após a colheita, requerendo o adequado manejo fitossanitário para evitar a queda antecipada das folhas antes da dormência. A forma do fruto é redonda, sem ponta, com sutura muito levemente desenvolvida. O tamanho é grande, com peso médio normalmente superior a 100 g. A polpa é branca, fundente, firme, semi-aderente. O sabor é doce, sendo o conteúdo de sólidos solúveis variável entre 12 a 15°Brix e a produtividade em torno de 50 kg/planta.

ÃœChiripá: planta com exigência de frio entre 400 e 500 horas. Em alguns locais, apresenta problema de secamento de ramos finos, o que se acredita estar relacionado à falta de adaptação ou à adaptação marginal. A plena floração ocorre ao final de agosto ou na primeira semana de setembro e a colheita inicia-se no final de dezembro ou na primeira semana de janeiro. O fruto é de forma redondo-ovalada, com sutura desenvolvida e pequena ponta. A película é creme, com até 30% de vermelho, a polpa é firme, branca com vermelho junto ao caroço e livre deste. O sabor é doce, com baixa ou quase ausente acidez, com sólidos solúveis em torno de 15°Brix. A produtividade, na maioria dos anos, é de 50 kg/planta.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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