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Planejamento da safra agrícola começa agora

 

A safra bem planejada permite um maior sincronismo das operações e uma seleção mais rigorosa dos insumos

Planejamento da safra agrícola - Crédito Shutterstock
Planejamento da safra agrícola – Crédito Shutterstock

Os produtores rurais devem planejar o plantio da próxima safra, sendo necessário planejar a aquisição de insumos. Eles precisam verificar no mercado as novidades em sementes, fertilizantes e defensivos e negociar com antecedência as compras, visando alcançar uma melhor relação custo-benefício.

Marcelo Prado, consultor da MPrado Consultoria Empresarial Ltda, enfatiza a importância de que, “quando o agricultor planta sua safra, ele já deve começar a pensar na próxima,acompanhando o desempenho e desenvolvimento dos diferentes híbridos, em relação à resistência a doenças, pragas, acamamento, entre outros; avaliando também o desempenho de fertilizantes, herbicidas, inseticidas, fungicidas e foliares“, pontua.

Quando a safra termina, o especialista ensina que é o momento de consolidar os dados, selecionar as sementes e insumos que tiveram os melhores resultados, e nesse momento olhar para fora da fazenda, conversando com os vizinhos, avaliando com os fornecedores novas soluções de produtos e serviços, para tomar a melhor decisão e então fazer o planejamento da produção.

“Feito isso, chega o momento de planejar quando, como e de quem comprar. Nessa hora, é muito importante fazer a conversão do preço dos insumos para sua moeda, que é o grão. E quando se calculam os desembolsos e os prazos de vencimento, é necessário planejar as entradas de recursos para que o fluxo de pagamentos fique equilibrado com as receitas, evitando com que o agricultor pague juros“, determina Marcelo Prado.

Para se planejar a aquisição dos insumos, deve-se, contudo,pesar a qualidade dos produtos, os serviços prestados que geram valor para o agricultor e buscar sempre potencializar a produtividade com a adoção de alta tecnologia.

Por onde começar?

Alceu Richetti, administrador e analista da Embrapa Agropecuária Oeste, pondera que não existe uma data pré-fixada para se realizar o planejamento das atividades agropecuárias. “O planejamento deve fazer parte da rotina da propriedade rural, pois planejar não é improvisar soluções. É uma arte e deve sempre estar em aprimoramento“.

O planejamento deve ser de médio a longo prazos. No entanto, o pesquisador informa que existe o planejamento de curto prazo, e este pode ser executado ao término de uma safra agrícola e início de outra. Já os de médio e longo prazos podem ser elaborados em qualquer época do ano. “Mas, o mais importante: não basta planejar, é preciso executar, acompanhar e realizar os ajustes necessários em todo e qualquer planejamento“.

Alceu ressalta que o ato de planejar é particular de cada produtor, pois as propriedades apresentam particularidades que as tornam diferenciadas uma das outras.

Atenção redobrada

Apesar de não existir uma receita para elaborar um planejamento, Alceu ressalta alguns pontos básicos devem ficar bem definidos: o sistema de produção, a tecnologia a ser usada, o tamanho da área cultivada, o parque de máquinas, o aporte de recursos financeiros, os recursos humanos disponíveis, onde e quando adquirir  os insumos, as cultivares recomendadas para a região e a melhor época de plantio, o método de controle de plantas daninhas, pragas e doenças, os requerimentos técnicos para evitar perdas na colheita e no pós-colheita, a identificação dos canais de comercialização e um rigoroso controle dos custos de produção.

Vantagens de ter o controle

A safra bem planejada permite um maior sincronismo das operações e uma seleção mais rigorosa de quais são os insumos mais adequados para a propriedade rural e também a seleção dos melhores fornecedores. “Quem planeja com antecedência e faz isso bem, consegue racionalizar custos e obter maior produtividade“, reafirma Marcelo Prado.

Alceu Richetti concorda: “Com uma safra criteriosamente planejada o produtor só tem a ganhar. Por planejamento criterioso entende-se a elaboração das estimativas de custo de produção; pesquisas de preço dos insumos, pois há muitos produtos similares que são mais baratos e com o mesmo efeito, impactando positivamente o custo de produção; quem serão os fornecedores dos insumos; para quem será vendida a produção final; acompanhar os preços para comercialização, etc. Os benefícios que o produtor poderá obter são resultantes do seu planejamento. Além disso, ele poderá comprar antecipadamente todos os insumos necessários para a condução da atividade agrícola“.

Nesses casos, Marcelo Prado destaca a importância de se avaliar os custos e as oportunidades. “Muitas vezes, comprando insumos na entressafra das vendas, o agricultor obtém custos mais baixos e, com isso, ele pode alcançar uma margem bruta melhor. Dessa forma, ele deve ficar atento ao fluxo de pagamentos, para que ter o recurso disponível no ato dos vencimentos“, detalha.

As negociações por meio da troca de grãos por insumos quando o preço de todos os fatores envolvidos são justos é uma modalidade interessante para o agricultor, segundo Marcelo Prado. Para aqueles mais capitalizados, as compras antecipadas à vista geralmente promovem significativas reduções nos custos dos insumos.

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