21.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosPlantabilidade correta do milho safrinha

Plantabilidade correta do milho safrinha

Paulo Roberto Arbex SilvaDoutor e professor – FCA/Unesp de Botucatu (SP)arbex@fca.unesp.br

Milho – Foto: Paulo Arbex

Uma das etapas mais importantes dentro da produção do milho safrinha é a semeadura, onde estão os maiores custos e tecnologias, chegando a 70% do valor total de produção. Por isso, a importância de fazê-la sem falhas ou com o mínimo possível delas.

O maior problema de erro na semeadura é que não há como corrigir, ou seja, uma semente não depositada no solo, ou depositada de forma desuniforme, vai levar a uma falha, e essa não será mais corrigida naquela safra.

O milho é uma cultura que não tem efeito compensatório, ou seja, cada falha de semente depositada incorre em perdas de aproximadamente 200 g de grãos. Ao somar as falhas da área inteira, essas perdas se transformam em grande prejuízo.

Diversos estudos publicados nos últimos anos mostram que ainda é grande o percentual de falhas, devido aos erros de calibração e à deficiência de manutenção das semeadoras em uso no Brasil, sendo que a situação não é diferente nos demais países latino-americanos.

Entenda

O conceito de uma boa plantabilidade é a correta distribuição longitudinal das sementes no campo, na profundidade adequada, pois esses fatores contribuem para a obtenção de um estande adequado de plantas, promovendo a melhoria de desempenho do sistema e a otimização de recursos (sementes, fertilizantes, combustíveis, mão de obra, etc.).

Em suma, o bom desempenho na plantabilidade é um fator decisivo na busca pela sustentabilidade do agronegócio no Brasil.

Pilar da produtividade

Para se ter a noção da importância do conceito da plantabilidade, dados de empresas que comercializam sementes apontam que na cultura de milho, para cada 10% de aumento no coeficiente de variação do espaçamento entre sementes perde-se 1,5 saca de grãos produzidos por hectare de lavoura implantada.


Em relação a perdas, no que se refere ao uso de semeadoras-adubadoras, diversos fatores interferem no estabelecimento do estande adequado de plantas, destacando-se:

– Uniformidade de tamanho das sementes;

– Profundidade de deposição das sementes e adubos no solo;

– Velocidade de deslocamento da máquina;

– Quantidade de sementes e adubos depositados no solo;

– Distância entre as sementes na linha de semeadura;

– Pressão correta das ferramentas contra o solo, entre outras.

Por esta razão, a inspeção periódica das máquinas-semeadoras é considerada uma das ferramentas mais eficazes para a redução dos prejuízos causados por estes problemas no campo.


Pesquisa

O Grupo de Plantio Direto (GPD) da Faculdade de Ciências Agronômicas UNESP de Botucatu (SP) idealizou o projeto IPS (Inspeção Periódica de Semeadoras), que tem trabalhado com pesquisa e desenvolvimento envolvendo máquinas de plantio, semeadura e adubação há 10 anos por todo Brasil, visando diminuir custos, minimizar gastos energéticos e promover a sustentabilidade na produção agrícola.

Além da avaliação de plantabilidade da semeadora-adubadora, a metodologia da inspeção é realizada por meio de check list com a identificação do proprietário, da propriedade, da máquina; características de qualidade, quantidade, segurança e tecnologia utilizada.

As inspeções (visitas) estão sendo realizadas por todo O Brasil, e o objetivo é a melhoria na plantabilidade, bem como a publicação de artigos científicos com os dados obtidos. 

O Projeto IPS se posiciona, portanto, como uma ferramenta importante na busca de possíveis soluções para os problemas comumente encontrados na operação das semeadoras-adubadoras de precisão, colaborando para a busca da racionalização do uso de energia e insumos, com reflexos na sustentabilidade do sistema de produção.

ARTIGOS RELACIONADOS

Mancha-alvo é o terror do agro

O intuito foi averiguar a pressão de Corynespora cassiicola, patógeno causador da mancha alvo

Produção de milho no centro-oeste bate recorde

O milho é o grão de maior produção no mundo. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, USDA, o mundo deve produzir na safra 2021/22 em torno de 1,21 bilhões de toneladas do cereal.

Fundação MT difunde informações agrícolas para mais de duas mil pessoas em Mato Grosso

O tradicional evento realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, que antecede o plantio da soja, foi encerrado...

Revolução das sementes de soja

  Francisco Soares Neto Diretor-presidente da TMG A sojicultura é hoje, no Brasil, a atividade com o maior giro financeiro em toda a cadeia do agronegócio....

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!