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Poda é indispensável ao limão

Adriana Souza Nascimento

Engenheira agrônoma, mestre em Fitopatologia e extensionista rural da EMATER/DF

adriana.nascimento@emater.df.gov.br

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A poda compreende um conjunto de operações que se efetua no limoeiro (e em outras plantas) e que consistem na supressão parcial do seu sistema vegetativo. As plantas cítricas bem conformadas e que se originaram a partir de mudas adequadamente preparadas, em geral dispensam as podas como prática de rotina para frutificação.

Porém, os diferentes tipos de podas aplicadas ao limão e nas plantas cítricas em geral podem trazer inúmeros benefícios à produção. Três tipos de poda são normalmente empregados em pomares cítricos: poda de formação, de limpeza e de rejuvenescimento.

Como elas devem ser feitas

üPoda de formação – é realizada em plantas jovens, nos primeiros dois anos, quando é comum ocorrerem brotações abaixo da copa. Essas brotações devem ser eliminadas ainda bem novas, quando permitem sua retirada manualmente, dispensando o uso de ferramentas. A poda de formação tem como objetivo formar a estrutura de sustentação da copa, evitando a quebra de ramos e tornando a planta mais equilibrada. Deve-se formar um tripé a partir de 45 cm até uma altura de 60 cm do solo.

üPoda de limpeza – a poda de limpeza é feita para retirada de ramos secos, ramos atacados por pragas ou doenças e ramos improdutivos (chamados comumente de ladrões). A poda de limpeza é para eliminar focos de pragas e doenças e permitir um melhor arejamento da planta (neste caso, podemos chamá-la de poda de aeração).

üPoda de rejuvenescimento – é recomendada para pomares velhos, que produzam pouco ou frutos de má qualidade, mas cujas plantas estejam sadias. Pode-se retirar toda a copa, 30 – 40 cm acima do tripé, deixando todo o tronco e a parte restante dos ramos principais. Essa poda deve ser aplicada após a colheita.

Ferramentas

Para a poda de limpeza podem-se utilizar tesouras e serras de poda e para a poda de rejuvenescimento a operação pode ser feita com serrotes e motosserras e ainda os equipamentos mecanizados (máquina de podar de discos) em pomares comerciais.

As maiores novidades no assunto são a mecanização da poda, principalmente para as operações de topo e laterais com maquinário de discos, que permite maior agilidade na execução das operações.

Em alguns países, a poda mecânica já é prática comum. E as pesquisas estão focando os diferentes tipos de poda e variações dos mesmos, buscando maior produtividade para as plantas cítricas, como a utilização da chamada poda lateral, que se caracteriza como poda de controle do tamanho da planta e pode ser aplicada nas plantas que iniciam o fechamento da copa ou em pomares fechados, onde haja necessidade de maior espaço para passagem de máquinas e pulverizações.

Uma destas pesquisas mostrou que a poda lateral leve, auxiliada pela redução manual da altura da planta, com iluminação da área central da copa e remoção de 25% das plantas, resultou em aumento médio de 100% em relação à testemunha (não podada), na soma de três colheitas. O tamanho médio do fruto não foi afetado negativamente pela poda, ao contrário, foi melhor que o da testemunha.

Limoeiro com baixa frutificação e ramos improdutivos necessitando de poda de rejuvenescimento - Crédito Adriana Souza Nascimento
Limoeiro com baixa frutificação e ramos improdutivos necessitando de poda de rejuvenescimento – Crédito Adriana Souza Nascimento

Cuidados

A prática da poda deve ser efetuada tomando por base os conhecimentos sobre a cultura do limoeiro e das plantas, então,deve-se observar os diferentes estágios e necessidades das plantas para aplicação da poda correta e adequada. Tendo esses conhecimentos, a poda auxiliará na viabilização de práticas culturais, tais como: adubação, irrigação, controle fitossanitário e outros cultivos, para que se obtenha os resultados esperados.

Devem-se evitar as podas desnecessárias e em períodos inadequados (de acordo com a idade da planta, objetivos e temporal), geralmente as podas de limpeza e rejuvenescimento são realizadas nos períodos de seca (a menor umidade diminui os riscos de entrada de patógenos pelos ferimentos causados pela poda) e após colheita. O ideal é sempre consultar um profissional para as orientações das podas (tipos e altura dos cortes, etc.)

O manejo dos restos de poda de plantas que apresentem pragas e doenças deve ser aplicado corretamente, retirando os restos do pomar para não proporcionar fonte e aumento das pragas.

Importante ressaltar que a poda de formação é essencial para que se obtenha bons frutos futuramente. As brotações devem ser retiradas, pois pode haver crescimento e desenvolvimento de ramos do porta-enxerto, o que causaria “mistura“ de frutos futuramente (frutos provenientes do porta-enxerto e outros do enxerto).

 

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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