Entre as maiores preocupações dos produtores de ovos em todo o mundo, destaca-se o estresse térmico, uma vez que a exposição de galinhas poedeiras a temperaturas elevadas resulta impacto econômico direto com a redução da produtividade e o bem-estar.
De acordo com Jose Charal, Gerente Técnico de Monogástricos da ADM, as galinhas poedeiras são sensíveis ao estresse calórico e a principal resposta delas evidentemente é o impacto sobre a produção.
“Observamos que quando estressadas a diminuição do consumo de ração é o fator mais evidente e, consequentemente, haverá a redução da produção de ovos. A diminuição no consumo de ração induz a outros problemas como a redução no peso corporal, a eficiência alimentar e a redução do tamanho e qualidade dos ovos produzidos durante e após o período de estresse”, observa.
O Gerente Técnico de Monogástricos da ADM destaca que, muito embora estes seriam os pontos visíveis, a redução no consumo de ração e o estresse calórico também promovem a redução da digestibilidade da dieta e diminuição dos níveis de proteína plasmática. “Observamos a redução na absorção de cálcio, que afeta diretamente na qualidade da casca e no tamanho dos ovos ou, em casos mais severos, na interrupção completa da produção de ovos”, pontua.
Estresse térmico – Charal alerta que o estresse térmico não só pode afetar o comportamento das galinhas, mas também induzir alterações endócrinas que afetam a permeabilidade intestinal, a resposta inflamatória e a funcionalidade gonadal.
“Sob condições de temperatura elevada, as aves alteram seu comportamento e homeostase fisiológica para priorizar a termorregulação. O aumento da perda de calor por radiação, convecção e evaporação por vasodilatação e transpiração são mecanismos que as aves usam para lidar com o estresse térmico. No entanto, as aves possuem um mecanismo adicional para promover a troca de calor que são os sacos aéreos durante a respiração ofegante”, detalha.
De acordo com o Gerente Técnico de Monogástricos da ADM, é importante observar que o aumento da respiração ofegante sob estresse térmico leva ao aumento do dióxido de carbono e ao pH mais alto no sangue, o que, por sua vez, reduz o bicarbonato para a mineralização da casca do ovo e aumenta os ácidos orgânicos, diminuindo ainda mais o cálcio ionizado no sangue.
Aditivos – Charal observa que, sob as condições adversas de ambiente, muitos fatores podem ser melhorados, mas para elevar a resistência fisiológica e de saúde das poedeiras precisamos adotar estratégias nutricionais adequadas para auxiliar no desempenho dos nossos planteis.
Dentro desta linha de trabalho, o Gerente Técnico de Monogástricos da ADM sinaliza que o uso de aditivos melhoradores de desempenho é de suma importância para minimizar os efeitos dos estresses de temperatura sobre as poedeiras nas suas diferentes fases de vida. “Possivelmente, a adoção do uso destes aditivos deva ser utilizada a partir dos primeiros dias de vida das aves, como a utilização dos extratos vegetais, que, além de auxiliar a digestibilidade das dietas, promovem sensível melhora nos padrões de imunidade das aves”, pontua.
A exemplo disso, estudos demonstram os efeitos positivos do óleo de cúrcuma associados a óleo resina de pimenta vermelha como um fator de melhora na imunidade e resistência aos estresses de temperatura durante as fases de cria e recria de poedeiras comerciais.
“Não se deve esquecer do equilíbrio na dieta, escolha correta dos ingredientes e as condições ambientais de criação, como qualidade da água. O mercado dispõe de muitas tecnologias que devem ser adotadas para melhorar as condições ambientais e de saúde das poedeiras comerciais. Estas ferramentas estão ao alcance dos nutricionista e produtores para auxiliá-los em diferentes estratégias nutricionais para superar as adversidades do setor com ganhos importante sobre o capital investido”, finaliza o Gerente Técnico de Monogástricos da ADM.