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A industrialização como fortalecimento

Café – Créditos: shurtterstock

Uma tradição familiar com mais de 50 anos na produção de café. A família de Brainne Cardoso Vaneli realiza a plantação, o cultivo, a colheita e a preparação do grão. Ao ter em mãos um produto certificado e de qualidade, vencedor de prêmios, a possibilidade de ir além da venda das sacas levou o produtor e a esposa, Kamila Cardoso Pereira Oliveira Vaneli, a iniciarem o processo de industrialização. Agora eles também são empresários e donos da sua própria marca de café, a Cardioli Cafés Especiais.

Cultivado na Fazenda Córrego Bonito, localizada nas montanhas da cidade de Ilicínea, no Sul de Minas Gerais e com uma altitude média de 1.250 metros, o grão produzido por Brainne e Kamila era caracterizado como básico dentro do padrão de qualidade da certificação de grãos especiais, mas eles decidiram procurar novos caminhos para valorizar o produto. “Em 2013 participamos de um concurso de qualidade e ficamos em terceiro lugar. Em 2014, 2015 e 2016, conquistamos o primeiro lugar, com dois lotes diferentes. A partir daí não paramos de participar e de nos destacar em concursos”, contou o empresário e produtor.

Desde então, a vontade de ampliar os negócios e começar o processo de industrialização para vender o grão empacotado e com uma marca própria não saiu do foco dos produtores. “A ideia de industrializar começou em 2015, quando conseguimos aumentar a produção e ter volume para realmente colocar o projeto em prática. No início de 2020, apesar da pandemia, conseguimos sair do zero, criamos a marca e colocamos o produto para rodar. Atualmente vendemos o café empacotado em embalagens em grãos torrados e na versão moído. É um novo caminho e um desafio, nossa marca está ganhando escala aos poucos, estamos em estudo de mercado e vendo a aceitação. Queremos crescer mais”, celebrou Brainne. Atualmente o Cardioli Cafés Especiais é vendido no varejo nas cidades de Varginha, Alfenas e Belo Horizonte e o plano prevê a expansão para vendas no atacado e por um e-commerce próprio.

Kamila contou que a ideia de iniciar o processo de industrialização foi incentivada por aqueles que provavam a bebida, o que contribuiu diretamente para o aumento da procura do grão premiado. “Amigos e parentes indicaram nosso café para conhecidos. Foi quando começamos a melhorar nosso processo de torra e moagem, além de conseguir um profissional qualificado para a classificação e degustação do café. Além disso criamos o nome, logo e melhoramos as embalagens. Com a industrialização conseguimos ter um padrão com a qualidade adequada, fazendo com que tivéssemos a confiança e ânimo para expandir as vendas”, explicou.

O Cardioli é um café 100% arábica com notas de flor de laranjeira, limpo e equilibrado de sabor caramelo, mel e floral, acidez cítrica, corpo cremoso e final equilibrado, somando 86 pontos na classificação de cafés especiais. De acordo com a Metodologia de Avaliação Sensorial da SCA (Specialty Coffee Association), usada no mundo todo, um café especial é aquele que atinge, no mínimo, 80 pontos na escala de pontuação da metodologia, que vai até 100.

A industrialização
O processo de industrialização agrega mão de obra qualificada, respeita normas de segurança e higiene e procura utilizar equipamentos ecologicamente corretos, tudo dentro das exigências de órgãos competentes.

De acordo com gerente de Projetos para a Indústria do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Thadeu Neves, atualmente existe uma tendência de produtores de café realizando o beneficiamento do produto para atender a um público que procura por cafés especiais. “Quem produz e quer industrializar precisa identificar qual nicho quer atuar, se vai fornecer para alguma indústria ou se quer empreender com uma marca própria”, explicou.

A partir dessa tomada de decisão, uma análise de mercado e um plano de negócios são o ponto de partida. “Estudar bem o mercado e formalizar o negócio, ajustando seu contrato social, a Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) para que o empreendedor possa receber apoio como empresário da indústria e colocar seu produto de forma oficial no mercado é fundamental. A FIEMG está preparada apoiar quem já está no processo da indústria e, para quem vai começar do zero, o Sebrae é um dos parceiros mais estratégicos”, finalizou Neves.

Dia Mundial do Café
Em 14 de abril a indústria cafeeira mundial celebra a segunda bebida mais consumida do mundo, perdendo apenas para a água. O café foi para o Brasil e ainda é para várias de suas regiões produtoras a força propulsora do desenvolvimento socioeconômico, produzindo e distribuindo riquezas, além de ter uma grande capacidade geradora de empregos. Mais forte, mais suave, instantâneo, expresso, orgânico, descafeinado ou gourmet. O café é praticamente uma unanimidade.

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