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Carlos Henrique Cardeal Guiraldeli
Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras ” UFLA
Murilo Ferraz Tosta
Doutorando em Engenharia Agrícola – UFLA
Giovani Belutti Voltolini
Graduando em Agronomia pela UFLA e coordenador geral do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia ” GHPD
A cafeicultura tem grande importância na agricultura nacional, mostrando possuindo influência direta nas relações socioeconômicas do país. Sobretudo, os manejos realizados na lavoura cafeeira são determinantes para a viabilidade do cultivo, assim como para a elevada produção e qualidade dos frutos.
Dentre os manejos realizados, as atividades de pré e pós-colheita vêm se destacando na obtenção de cafés de qualidade, principalmente quando relacionadas com a assepsia da planta e dos frutos, visando a menor incidência de fungos e bactérias.
Importância do manejo pré-colheita
As atividades que antecedem a colheita do café são de grande importância no decorrer da safra, visto que as mesmas garantem a sanidade da lavoura, assim como a eficiência na realização desta prática.
Normalmente, estas práticas começam a ser realizadas nos meses de abril e maio, dependendo da cultivar utilizada, pois algumas têm maior precocidade na maturação.
Sobretudo, o início da colheita também é uma decisão que pode influenciar na qualidade do grão, pois se ela for iniciada muito cedo, a incidência de grãos verdes será grande, assim com a de grãos secos, se o café for colhido muito tarde. Portanto, cabe atenção especial por parte dos cafeicultores para que não haja prejuízos à qualidade do café.
Técnicas
Atualmente, algumas técnicas vêm sendo empregadas na cafeicultura visando à realização do manejo pré-colheita, como a arruação, o controle de plantas daninhas, assim como a realização de pulverizações foliares à base de fungicidas ou produtos que atuem como preventivos no aparecimento destes patógenos.
Alguns produtos são utilizados via pulverização foliar no cafeeiro buscando a eliminação de possÃveis fontes de disseminação de fungos e bactérias. Neste sentido, a utilização de produtos à base de cloro e cobre ganham destaque devido à assepsia que proporcionam à planta.
Estes tipos de microrganismos prejudicam a qualidade dos frutos devido aos processos fermentativos que os mesmos desencadeiam. É por meio desta fermentação que surgem os principais tipos de grãos que afetam a qualidade sensorial do café, sendo os grãos ardidos e os grãos pretos.
Os resultados obtidos por meio da pulverização com estes produtos no cafeeiro são muito positivos, em que a ocorrência de grãos prejudiciais à qualidade do fruto é muito pequena.
Entretanto, as condições climáticas podem interferir na eficácia do controle, sendo que temperaturas medianas associadas com umidade elevada fazem com que o produto seja menos eficiente. Neste caso, a dosagem pode ser alterada, buscando a potencialização no controle pelo uso destes produtos.
Manejo da lavoura na pós-colheita do café
Sem sombra de dúvidas a colheita do café, sendo esta manual ou mecanizada, acarreta diversas injúrias às plantas do cafeeiro. Estas injúrias são realizadas tanto nas folhas como nos ramos, e são provenientes do atrito tanto das hastes das colhedoras como das mãos dos trabalhadores, no caso de colheita manual.
Tais injúrias servem como porta de entrada para diversos microrganismos que podem ou não ser prejudiciais fitopatogenicamente ao cafeeiro. Em outras palavras, podem contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças, tais como podridão da phoma, antracnose e bacterioses.
Além deste dano direto à sanidade das plantas, os microrganismos podem ainda se aproveitar de restos de cultura, como folhas e frutos de café, que persistiram no solo após a varrição, contribuindo também para o desenvolvimento de pragas, como por exemplo, a Hypothenemus hampei (broca-do-café).
Produtos utilizados na pós-colheita
Para prevenir tais problemas sanitários, algumas técnicas vêm sido utilizadas pelos cafeicultores, como a aplicação de defensivos agrícolas à base de cobre, ditiocarbamatos, anilidas, dicarboximidas e estrobilurinas, entre outros. É importante ressaltar a necessidade de se alternar o princÃpio ativo a fim de aumentar a eficiência.
Com relação à aplicação de cobre, este tem sido bastante citado nesta etapa da produção, uma vez que o efeito cicatrizante associado ao efeito tônico promove uma maior retenção foliar, promovendo a recuperação da planta e reduzindo os inóculos de ferrugem e cercosporiose.
O cobre pode estar disponível na forma de calda bordalesa, óxido, hidróxido, oxicloreto, óxido cuproso, sendo formulados como pó molhável (WP), suspensão concentrada (SG) ou granulado dispersÃvel (WG). Independentemente da formulação, é recomendada a aplicação 800 gramas de cobre metálico por hectare, variando a dosagem do produto comercial de acordo com a sua concentração.