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Principais cultivares de couve-flor e sua época de plantio

Autor

Jean de Oliveira Souza
Engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia/Produção Vegetal
jsoliveira1@hotmail.com

A couve-flor (Brassica oleracea var. Botrytis) é uma das hortaliças mais consumidas ofertadas aos brasileiros. Apresenta alto valor nutritivo e comercial, é rica em cálcio e fósforo e fonte de folato e vitamina C. A parte comestível é a inflorescência (conjunto de floretes) ainda imatura, antes da abertura das flores.

Os maiores produtores nacionais de couve-flor são os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, respectivamente, porém, a maior produção está em São Paulo (23% da nacional), seguido de Minas Gerais (18%), Paraná e Rio Grande do Sul (15%), Rio de Janeiro (12%) e Santa Catarina (8%), sendo a maior parte da produção (94%) centrada nas regiões sul e sudeste e apenas 1% na região norte.

Cultivares

A escolha da cultivar é de grande relevância para evitar perdas e muito importante para o sucesso do empreendimento, sendo considerada uma das etapas mais valiosas para a produção comercial.

Ao longo do tempo, o melhoramento genético vegetal desenvolveu cultivares adaptadas a temperaturas mais elevadas, possibilitando a exploração da couve-flor ao longo de todo o ano, com diferentes comportamentos de desenvolvimento.

Em razão do surgimento de cultivares adaptadas aos meses mais quentes do ano, pode-se produzir essa hortaliça praticamente o ano todo, dependendo da região de cultivo. A oferta de sementes de novas cultivares de couve-flor por empresas de sementes de hortaliças tem sido constante, sendo importante que os profissionais dessa área se mantenham informados, atualizando-se constantemente.

Estão disponíveis cultivares adaptadas ao outono-inverno, altamente exigentes em temperaturas frias. Também tem disponíveis no mercado as cultivares adaptadas ao plantio na primavera-verão, pouco exigente em frio e que produzem sob temperaturas mais elevadas.

Plantio

A época de plantio está muito relacionada às exigências termoclimáticas da cultivar escolhida. Assim, o produtor deverá escolher a cultivar adequada para a época, e oferecer condições para a planta expressar ao máximo seu desempenho produtivo e qualitativo.

As mudas devem ser produzidas em substrato enriquecido com cálcio e fósforo e pobre em nitrogênio. Deve-se irrigar bem a lavoura de couve-flor, mas sem excesso, para não favorecer o aparecimento de doenças.

A couve-flor é uma hortaliça originária de clima temperado, no entanto, exige frio para passar da etapa vegetativa para a reprodutiva. A temperatura é o principal fator climático que afeta a produção de couve-flor, embora já tenha sido considerada cultura típica de outono-inverno e resistente à geada, exigindo temperaturas amenas ou frias para formar “cabeças” comerciáveis.

A faixa ótima de temperatura para a couve-flor é de 14 a 20ºC, e o cultivo em temperaturas acima de 25ºC pode provocar a não formação da inflorescência ou a perda de compacidade. Temperaturas próximas a 0ºC causam injúrias por congelamento no ápice dos ramos, resultando também em não formação da inflorescência.

A cultura apresenta ciclo cultural precoce, variando da semeadura à colheita de 70-130 dias, a depender da cultivar.

Fitossanidade

O principal problema fitossanitário da cultura da couve-flor é a podridão-negra, causada por (Xanthomonas campestris pv. campestris), que causa um típico amarelecimento foliar, juntamente com mancha necrótica em forma de “V”.

Temperaturas e umidades elevadas, no ar e solo, favorecem a doença. Para maximizar a produção e evitar as perdas decorrentes desse ataque bacteriano, o método de controle mais eficiente é feito pelo uso de cultivares resistentes e/ou tolerantes. São materiais de alto desempenho adaptados à época adequada de plantio.

Colheita

A colheita deve ser realizada quando as cabeças estiverem compactas, com botões florais ainda unidos, cortando-se o colo da planta, deixando-se várias folhas externas para a proteção da cabeça, que é muito delicada. Pode-se, ainda, fazer o armazenamento para que as cabeças se conservem por mais 02 – 03 semanas após a colheita.

Portanto, a distribuição regular de água ao longo do ciclo da cultura, o manejo adequado da adubação, o controle fitossanitário eficiente, aliado principalmente à escolha da cultivar adaptada à região e época de cultivo, favorecem a planta a maximizar seu potencial produtivo, criando condições para que o produtor possa obter boa rentabilidade do capital investido, com qualidade do produto ofertado aos consumidores brasileiros que apreciam essa hortaliça.

Produtividade x rentabilidade

A produtividade média da couve-flor no Brasil gira em torno de 30 t/ha, porém, nas regiões onde se cultivam variedades adaptadas e com alto nível de tecnologia, como no Sul e Sudeste do País, a exploração dessa hortaliça pode superar esse índice.

A couve-flor é uma cultura rentável para os produtores, principalmente no período da entressafra. Ao avaliarmos uma produtividade média de 30 t/ha e um valor de R$ 3,50/cabeça de 1,5 kg, valor médio encontrado nas Centrais de Abastecimento (CEASAS), é possível obter uma renda bruta de aproximadamente R$ 70.000,00 por hectare cultivado. Isso garante ao produtor um lucro de R$ 30.000,00 por hectare.

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