20.5 C
Uberlândia
domingo, novembro 24, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiAmazonas lidera produção de castanha-do-pará

Amazonas lidera produção de castanha-do-pará

Castanha – Crédito: Embrapa

Responsável por 37% da produção nacional e com 12.182 toneladas colhidas em 2019, o Amazonas é a unidade federativa brasileira com a maior produção de castanha-do-pará. O Estado também ocupa a segunda colocação no Brasil, em termos de safra de açaí do País, totalizando 43.855 toneladas no ano passado. O Brasil totalizou 32.905 toneladas de castanha-do-pará, em 2019.

Os desempenhos globais de cultivo e venda, no entanto, seguiram trajetória descendente. É o que se conclui a partir dos dados da pesquisa sobre PEVS (Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura), divulgada pelo IBGE.

O órgão federal de pesquisa não informa o dado global de produção, uma vez que dois dos 15 produtos de extração vegetal e silvicultura sondados no Amazonas são medidos em metros cúbicos (lenha e madeira em tora), enquanto os demais são mensurados em toneladas.

No primeiro caso, a soma de 1,44 milhão de metros cúbicos foi a mais baixa nos últimos cinco anos, ficando 0,69% abaixo de 2018 (1,45 milhão). O mesmo se deu no segundo caso (61.514 toneladas), que amargou decréscimo de 4,39%. Em 2015, as produções foram de 1,56 milhão de metros cúbicos e 84.253 toneladas.

Dinâmica semelhante se deu no valor da produção do extrativismo vegetal do Amazonas, que atingiu R$ 290,71 milhões em 2019. Assim como ocorrido na produção, foi o número mais baixo da série histórica dos últimos cinco anos, com diminuição de 4,03% em relação ao registro de 2018 (R$ 302,93 milhões).

Com isso, o Estado ficou na quarta posição do ranking nacional, neste tipo de comparação, perdendo para o Pará (R$ 1,53 bilhões), o Mato Grosso (R$ 672,76 milhões) e o Paraná (R$ 431,41 milhões).

Produtividade

Em termos de quantidade produzida, os produtos que mais se sobressaíram foram o açaí e a castanha-do-pará – ou “castanha-do-Brasil”. Em valores de produção, os destaques vieram da madeira em tora (R$ 155,6 milhões), do açaí (R$ 75 milhões), da castanha-do-pará (R$ 35,9 milhões) e da lenha (R$ 8,4 milhões). A lista amazonense inclui ainda itens com números mais modestos, como borracha/látex, ceras, fibras, buriti, gomas não elásticas, sorva, carvão vegetal, lenha, copaíba e cumaru.

Preços e margens

Os números e valores globais de extrativismo vegetal vêm sendo menores nos últimos cinco anos. Por outro lado, os produtos de extração para o produtor possuem preços regionais, que sofrem várias influências, ano após ano. Daí a diferença entre os preços de um Estado para outro, a despeito da produção.

Lembrando que entre as oito castanhas e nozes mais consumidas no mundo, quatro delas estão presentes no Brasil. A castanha-de-caju e a castanha-do-pará – internacionalmente conhecida como Brazil nut ou Amazon nut se encaixam na categoria “nativa” e são frutos do extrativismo.

Já a noz-pecã e a macadâmia são “exóticas”: foram introduzidas no País e são cultivadas comercialmente. Em 2019, as exportações do segmento somaram US$ 134 milhões, uma cifra pouco representativa perto dos outros produtos da balança comercial do agronegócio brasileiro, mas um setor extremamente promissor.

Há dez anos, o Brasil exportou US$ 229 milhões do conjunto de nozes, e o Chile, US$ 96 milhões. No ano passado, os chilenos exportaram US$ 586 milhões, multiplicando as vendas por seis.

Se o Brasil tivesse multiplicado por seis os US$ 229 milhões, teríamos exportado US$ 1,3 bilhão de nozes e castanhas, o que colocaria o segmento como o 15º produto da pauta de exportação nacional.

Opção de diversificação

De acordo com o International Nut Council (INC), o consumo de castanhas e nozes no mundo tem crescido 6% ao ano e, na última década, o preço em dólar teve uma valorização de 400%. Na Califórnia, elas são o primeiro produto de exportação agrícola, mais do que a uva e o vinho. Há dois anos, eles exportaram US$ 7,1 bilhões em amêndoa, noz e pistache produzidos em 560 mil hectares, o equivalente a 10% da área de cana-de-açúcar do estado de São Paulo.

No Brasil, o cultivo de castanhas e nozes é apontado como uma excelente opção de diversificação da lavoura, inclusive em terrenos íngremes. Por um lado, trata-se de um investimento de longo prazo, porque as árvores levam, em média, quatro anos para começar a produzir.

Por outro, é uma cultura com rentabilidade por hectare acima da média. As processadoras de macadâmia costumam pagar R$ 9,50 o quilo da noz com casca, o que rende entre R$ 40 mil e R$ 50 mil por hectare ao produtor.

Não existe um diagnóstico preciso da área plantada de castanhas e nozes no Brasil, mesmo porque boa parte é fruto do extrativismo. Mas, no caso das nozes-pecã, os dados do IBGE apontam 3.500 hectares de nogueiras, sendo 60% deles no Rio Grande do Sul.

O Brasil consome toda a pecã produzida e é um dos principais importadores de noz chilena, a walnut, que é muito parecida com a pecã. Em termos de faturamento por hectare, os números são próximos da macadâmia. Em média, o produtor tem uma produtividade de 4,0 toneladas por hectare e recebe R$ 12 pelo quilo da noz com casca, o que dá uma receita bruta de R$ 50 mil.

Fonte: IBGE

ARTIGOS RELACIONADOS

Brasil fortalece posição de cafés especiais no Oriente Médio

Participação na World of Coffee e missão comercial com Emirados Árabes, Arábia Saudita, Índia, Holanda e Rússia, em Dubai, pode render US$ 96,3 milhões.

No HF, é preciso fortalecer para proteger

Não é fácil definir um manejo nutricional adequado e financeiramente viável ...

Feijão-de-vagem: Agricultura familiar é favorecida

A cultura do feijão-de-vagem é uma leguminosa caracterizada pela sua importância socioeconômica para

I Weed.Con

É o primeiro evento digital da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, que será realizado de 16 a 18 de novembro de 2020.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!