21.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiProdução de morango em slabs

Produção de morango em slabs

Nicolle GenarMaftum

Engenheira agrônoma da Agrosul Assessoria Agroambiental e Planejamento e produtora de morangos

Kaio Murilo Bueno

Engenheiroagrônomo e produtor de morangos

Maria Aparecida CassilhaZawadneak

Professora da Universidade Federal do Paraná e coordenadora da Produção Integrada de Morango PIMo PR

mazawa@ufpr.br

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

Consumido in natura ou processado na forma de polpa congelada, de sucos, de geleias, como matéria-prima para confeitarias, indústrias de alimentos ou presente até mesmo na indústria de cosméticos, o morango é o que apresenta maior expressão econômica entre as pequenas frutas. O fruto do morangueiro é conhecido por suas características organolépticas e aspectos nutricionais benéficos à saúde, agradando paladares no mundo inteiro.

Genética

Nos últimos anos, com a introdução de novas cultivares de morangueiro, os consumidores encontram frutos no comércio praticamente o ano todo. No Brasil, o marco da expansão da cultura do morangueiro se deu nos anos 60, quando o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) lançou a cultivar Campinas.

Desde então, muita coisa mudou, e hoje existem cultivares oriundas dos EUA, mudas produzidas no Chile, Argentina e Espanha. Entre elas destacam-se as chamadas “neutras ao fotoperíodo“, ou seja, não dependem do comprimento dos dias para seu florescimento.

Elas são as cultivares ‘Albion’, ‘San Andreas’, ‘Monterey’, ‘Portolas’, ‘Aromas’, sendo as duas primeiras de cultivo mais expressivo no País. Estas novas cultivares permitem a produção de morangos o ano todo, evitando-se a entressafra e permitindo ao produtor melhor rentabilidade. Mas, para ofertar frutos de qualidade, com maior vida de prateleira, o produtor precisa investir em tecnologia de produção.

Sistemas produtivos

Os sistemas de cultivo do morangueiro no Brasil evoluíram muito ao longo dos anos, passando de sistemas tradicionais, em que o cultivo é feito no solo, a céu aberto ou protegido sob cobertura de túneis baixos ou altos, ao cultivo fora do solo em estufas altas.

O cultivo em ambiente protegido levava em consideração, principalmente, a proteção das plantas, além de permitir o trabalho em condições climáticas adversas. Nos últimos anos tem havido uma tendência na adoção de cultivares neutras ao fotoperíodo em sistema menos tradicional, fora do solo.

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

Fora do solo

O cultivo de morangueiro sem uso do solo, chamado também de cultivo em substrato ou em semi-hidroponia, é ainda incipiente em área no País. Os resultados produtivos e econômicos estão aquém dos obtidos em outros países produtores, principalmente por falta de informações de pesquisas capazes de indicar sistemas apropriados de cultivo para as condições de cada região produtora.

Mesmo que o cultivo em substratos tenha evoluído muito nos últimos anos, ainda é necessário desenvolver sistemas mais sustentáveis, combinando alta produtividade e elevada eficiência de utilização da água e dos nutrientes.

Nos sistemas de cultivo sem solo, as mudas são plantadas em substratos acondicionados em “slabs“, que ficam apoiados sobre bancadas a uma altura de aproximadamente um metro do solo, com a irrigação e a fertirrigação sendo realizadas em sistemas abertos ou, mais recentemente, em sistemas fechados.

A produção de morangos neste sistema traz inúmeros benefícios, dentre os quais a ergonomia de trabalho, proporcionando agilidade na execução dos tratos culturais e na colheita dos frutos.

Com o cultivo em slabs há uma maior eficiência no uso da água e no manejo nutricional das plantas. Sem o cultivo no solo há uma sensível diminuição de problemas fitossanitários, tanto de doenças da parte aérea das plantas quanto radiculares, em virtude da utilização de substratos inertes.

Ainda, dependendo do manejo do produtor, há uma redução na incidência de doenças de frutos (em especial as fúngicas), bem como diminuição da ocorrência dos principais insetos-praga, proporcionando assim um menor uso de agroquímicos para seu controle. Com a semi-hidroponia há a possibilidade de produção durante todo o ano, permitindo ainda a utilização das mesmas mudas por dois anos ou mais.

 

Estrutura para o cultivo dos morangos - FotosShutterstock
Estrutura para o cultivo dos morangos – FotosShutterstock

Otimização de espaço

O espaço na estufa é totalmente otimizado em virtude da exclusão da alternância de áreas, como é recomendado para o morangueiro implantado no solo. Com um manejo adequado, o produtor consegue uma produtividade média de 1,2 kg de fruto por planta/ano com as novas cultivares importadas.

Para o cultivo de morangueiro nesse sistema, o substrato deve se apresentar inerte, ou seja, livre de pragas e agentes patogênicos que venham ocasionar danos ao desenvolvimento das plantas.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

ARTIGOS RELACIONADOS

Algaren® + Calboron® na produção de alface de alta qualidade

Eng. Agr.Juliano Gullo de Salvo Mestre em Solos e Nutrição de Plantas e coordenador técnico da Green Has do Brasil detec@greenhb.com.br Eng. Agr.Clevison Michelon Especialista...

Podridão abacaxi deixa produtores de cana em alerta

Roberto Giacomini Chapola Engenheiro agrônomo, fitopatologista do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar " PMGCA/UFSCar/RIDESA chapola@cca.ufscar.br   Causada por Ceratocystis paradoxa, a podridão abacaxi é uma doença fúngica...

Gesso prepara o solo para receber espécies florestais

Túlio Machado Engenheiro agrônomo emestrando em Fitopatologia - ICIAG-UFU José Geraldo Mageste Engenheiro florestal e professor - ICIAG-UFU Ernane Miranda Lemes Engenheiroagrônomo, M.Sc. e doutor em Fitotecnia - ICIAG-UFU ernanelemes@yahoo.com.br   O...

Pesquisa – Novo método avalia potássio na soja

Cientistas da Embrapa Soja (PR) desenvolveram um teste que avalia na lavoura de soja a concentração de potássio (K), macronutriente fundamental para o desenvolvimento das plantas. A avaliação permite corrigir possíveis deficiências nutricionais com agilidade, pois substitui as atuais análises laboratoriais convencionais mais demoradas. Os pesquisadores ressaltam, porém, que as análises laboratoriais continuam sendo importantes para a avaliação dos demais nutrientes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!