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A produção nacional, que ocupa mais de 21 mil hectares, movimenta R$ 400 milhões e gera anualmente mais de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos
Os pêssegos e nectarinas são computados em conjunto pela FAO, e ocuparam o oitavo lugar no ranking da produção mundial de frutas em 2012, com o fornecimento de 21 milhões de toneladas produzidos em uma área de 1,5 milhão de hectares, quase o triplo do volume produzido em 1982 (sete milhões de toneladas), um crescimento de 66%.
A China, incluindo a provÃncia de Taiwan, se destaca como maior produtor mundial de pêssegos e nectarinas, com participação de 57,05%, seguida de Itália (6,32%), Estados Unidos (5,02%), Grécia (3,61%), Espanha (3,54%), Turquia (2,73%) e Irã (2,37%); juntos, esses sete países correspondem a 80% da produção.
A produção na América do Sul destaca Chile e Brasil, com respectivamente 1,54% e 1,11% da produção mundial (FAO, 2014). O Brasil ocupou a 13º posição neste mesmo ranking em 2012, com a produção de 232 mil toneladas de pêssegos e nectarinas, ou seja, 1,1% da produção mundial (FAO, 2014).
Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), o abastecimento nacional de pêssego provém de cinco polos de produção: Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Paraná. O período de oferta da fruta começa em outubro, com a produção paulista, e termina em dezembro, com a colheita gaúcha.
A produção nacional, que ocupa mais de 21 mil hectares, movimenta R$ 400 milhões e gera mais de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos anualmente, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS).
Produção nacional
O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional. Segundo dados da EMATER, (RS), em 2014 havia uma área de 5.968 ha para produção de pêssegos destinados ao processamento e 4.530 ha para consumo in natura, produzindo 65.000 toneladas para a indústria e 58.850 toneladas para o mercado in natura. Nessa produção estavam envolvidos 3.783 produtores.
Em seguida vem São Paulo (33.895 toneladas), Santa Catarina (22.219 toneladas) e Minas Gerais (20.402 toneladas), segundo levantamento do IBGE, 2013.
Nos últimos dez anos, o Estado de Minas Gerais apresentou uma grande evolução em sua capacidade produtiva, passando de 7.005 toneladas para as atuais 20.402 toneladas, ou seja, aumento de mais de 190% em sua produção.
Produção nacional
A adoção de cultivares de pessegueiro que necessitam de menor quantidade de frio, em regiões de inverno ameno, possibilita a colheita dos frutos em épocas de menores ofertas. Isso devido ao início da colheita dos pêssegos precoces no sudeste brasileiro ocorrer em época antecipada em relação às tradicionais regiões produtoras do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Essa precocidade de maturação é decorrente do clima hibernal mais quente, o que possibilita efetuar a poda e a indução da brotação das gemas com produtos químicos ainda no inverno, por não haver riscos de geadas tardias. Essa antecipação tem refletido consideravelmente na época de colheita.
Opções variadas
Leonel et al. (2011) salientam que as seleções da Embrapa Clima Temperado vêm apresentando boa qualidade de frutos nas regiões de inverno ameno de São Paulo, porém, as produções obtidas ainda são menores em relação às cultivares lançadas anteriormente pelo Instituto Agronômico (IAC), possivelmente pela menor necessidade de frio das cultivares selecionadas para as condições climáticas de São Paulo.
Na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, há condições adequadas para a exploração de cultivares de pessegueiro de baixa a média necessidade de frio hibernal, devido a condições edafoclimáticas do local, podendo, nesse caso, se utilizar tanto cultivares lançadas pelo IAC quanto Embrapa ou Universidade da Flórida (EUA), aumentando assim o período de oferta de pêssegos para Minas Gerais. Além disso, torna-se fundamental a seleção das cultivares aptas às condições climáticas desseEstado e que possuam atributos de qualidade superior.
Sazonalidade
O pêssego é uma fruta de forte sazonalidade e apresenta 80% de sua oferta entre os meses de setembro a janeiro. Em termos de produção, os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul alternam suas safras: São Paulo entrega aproximadamente 90% até o fim da primeira quinzena de outubro, enquanto o Rio Grande do Sul passa a abastecer a capital paulistana de novembro a janeiro.
A entrada do pêssego importado (origem espanhola, chilena, argentina e americana) tem maior representatividade entre os meses de julho a outubro.
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