27.1 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioNotíciasProdução de uva surge como alternativa de renda no Vale do Jequitinhonha

Produção de uva surge como alternativa de renda no Vale do Jequitinhonha

Agricultores que investem na atividade recebem assistência da Emater-MG

 

uva5O cultivo da uva começa a se tornar boa alternativa de renda para os agricultores familiares de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. Na última safra, a produção de uva niágara branca e rosada chegou a 70 toneladas, que resultaram em faturamento de R$ 280 mil.

Atualmente, dez famílias da região se dedicam à atividade, com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). A cultura já ocupa aproximadamente 9 hectares no município, sendo 5 em produção e outros 4 hectares em formação. A maioria é da comunidade rural Ponte do Funil, onde o agricultor Odair Ferreira de Quadros iniciou o plantio de uvas, com a experiência adquirida em lavouras do Estado de São Paulo.

Em busca de recursos e orientação técnica, Odair procurou o escritório da Emater-MG em Turmalina e recebeu a assessoria necessária para fazer um projeto e obter financiamento de R$ 4 mil do Banco do Brasil, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do governo federal. O sucesso na iniciativa, que começou em meio hectare de terra, estimulou outros produtores a investirem na nova cultura, como João Cordeiro, que também levou para Turmalina a experiência obtida nos plantios de uva em São Paulo e no Sul de Minas.

“A diversificação na agricultura local tem melhorado a qualidade de vida dos produtores, que podem obter renda maior, e também aumenta a oferta de alimentos mais saudáveis para os consumidores“, comemora o extensionista agropecuário Ronisley Damasceno.

O técnico da Emater-MG afirma que, apesar do clima tropical da região, o cultivo de uvas ” frutas tradicionais de climas mais frios ” é beneficiado por algumas características do município, localizado a cerca de 670 metros de altitude, em relação ao nível do mar: “Temos solos profundos, favoráveis à fixação das raízes das videiras, e também um inverno rigoroso, em contraste com o clima tropical no resto do ano“, cita Ronisley.

O coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, confirma que a alternância de estações quentes e frias bem definidas é um fator positivo para a produtividade da videira na região, pois o calor logo após o período frio estimula a quebra da dormência, fenômeno que contribui para aumentar a brotação de frutos.

Turmalina - extensionista Ronisley (de óculos) com produtor Odair
Turmalina – extensionista Ronisley (de óculos) com produtor Odair

“A incidência de sol por longos períodos do ano e a pouca umidade da região exigem mais investimento na irrigação. Por outro lado, o calor estimula a brotação e é possível obter até duas safras por ano. Outro fator positivo do sol é que ajuda a concentrar os açúcares dos frutos e torna o produto mais atraente para o consumidor“, explica Sanábio.

De acordo com o coordenador da Emater-MG, a produção de uvas é uma atividade promissora para a região do Jequitinhonha, mas exige técnica apurada e investimento. “É altamente tecnificada ” tem que saber quais ramos podar e fazer corretamente o raleio de frutos, para estimular a produtividade. E a adubação também precisa de cuidados intensivos. Só assim se pode conseguir um bom padrão dos frutos, para poder competir com a região Sul, que já tem tradição consolidada no mercado“, alerta.

Desafios da fruticultura

Além da uva, as características de clima e solo de Turmalina favorecem também a produção de outras frutas. A banana é a mais popular: ocupa 26 hectares e os 110 agricultores que se dedicam à atividade conseguem rendimento de 288 toneladas por ano. A laranja ocupa 10 hectares e gera produção anual de 120 toneladas. Área semelhante é ocupada com plantio de abacaxi, que produz 50 mil frutos por ano. O maracujá é plantado em 2,5 hectares, com rendimento de 20 toneladas anuais.

O escritório da Emater-MG no município atende 650 agricultores familiares por ano, nas áreas de fruticultura e nas atividades rurais mais tradicionais da região do Jequitinhonha, como bovinocultura de corte e de leite e lavouras de subsistência, além da silvicultura (produção de madeira e carvão).

O coordenador de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, fará palestra sobre Potencialidades, Desafios e Estratégias da Fruticultura, durante o 2º Seminário de Fruticultura de Capelinha e Região, no dia 18 de junho. O evento será realizado das 8h às 16h, no Galpão Cultural do Parque de Exposições de Capelinha, e integra o Circuito FrutificaMinas, iniciativa da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

ARTIGOS RELACIONADOS

Cafeeiros – Equilíbrio nutricional é essencial para a fertilidade do solo

Daniela Andrade Mestre em Fitotecnia/Cafeicultura e coordenadora de operações agrícolas na Ac Café S.A daniela.agronomia@outlook.com João Paulo Teixeira Bacharel em Agronomia e supervisor de operações Agrícolas na...

Cebolas superprecoces são tendência de mercado

As formas mais importantes de classificar as cebolas são quanto às exigências fotoperiódicas, o padrão genético, e a preferência e forma de consumo. As...

Trichoderma no controle de fungos de solo na tomaticultura

Carlos Antonio dos Santos Engenheiro agrônomo e mestrando em Fitotecnia na UFRRJ carlosantoniods@ufrrj.br Margarida Goréte Ferreira do Carmo Engenheira Agrônoma, doutora em Fitopatologia e professora na UFRRJ gorete@ufrrj.br   As doenças...

Café: Maturação dos frutos dita hora certa da colheita

Autores Daniel Soares Ferreira Doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV) Dalyse Toledo Castanheira Doutora e professora na área de Cafeicultura...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!