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Manejo nutricional da mangicultura

Crédito Léa Cunha
Crédito Léa Cunha

O manejo de adubação da mangueira envolve três fases: 1) adubação de plantio; 2) adubação de formação; e 3) adubação de produção.

ðAdubação de plantio: depende, essencialmente, da análise do solo. Os fertilizantes minerais e orgânicos são colocados na cova e misturados com a terra da própria cova, antes de se fazer o transplantio das mudas (Tabela 1).

ðAdubação de formação: as adubações minerais devem ser iniciadas a partir de 30 dias após o plantio, distribuindo-se os fertilizantes na área correspondente à projeção da copa, mantendo-se uma distância mínima de 20 cm do tronco da planta. Deve-se fazer uma leve incorporação e irrigar logo em seguida. O raio da área de aplicação deverá ser ampliado em função do crescimento da planta.

Tabela 1. Quantidades de N, P2O5 e K2O indicadas para a adubação de plantio e formação da mangueira (Mangifera indica L) irrigada no Semiárido

Adubação N P Mehlich-1, mg dm-3 K solo, cmolc dm-3
  < 10 10 – 20 21 – 40 > 40 < 0,16 0,16 – 0,30 0,31 – 0,45 > 0,45
g/cova P2O5, g/cova K2O, g/cova
Plantio 250 150 120 80
Formação 0-12 meses 150 80 60 40 20
13-24 meses 210 160 120 80 40 120 100 80 60
25-30 meses 150 80 60 40 20

Fonte: Silva et al. (2004).

ðAdubação de produção – a partir de três anos, ou quando as plantas entrarem na fase de produção, os fertilizantes deverão ser aplicados em sulcos, abertos ao lado da planta. A cada ano o lado adubado deve ser alternado.

A localização destes sulcos deve ser limitada pela projeção da copa e pelo bulbo molhado, por ser esta a região com maior concentração de raízes (Tabela 2). A distribuição dos fertilizantes nesta fase poderá ser realizada da seguinte maneira: após a colheita aplica-se 50% do N, de 60 a 100% de P e 25% do K.

Antes da indução floral deve ser adicionado 20% do K. Na floração, aplica-se mais 15% do K e, se houver necessidade, a dose complementar de P. Após o pegamento dos frutos, aplica-se 30% do N e 15% do K. Cinquenta dias após o pegamento dos frutos devem ser adicionados 20% do N e 15% do K.

As doses desses nutrientes devem ser definidas de acordo com os resultados de análise foliar e do solo.

ðAdubação orgânica – aplicar 20 a 30 L de esterco por cova no plantio e pelo menos uma vez por ano.

ðAdubação com micronutrientes – as deficiências mais comuns de micronutrientes que ocorrem na mangueira são de Zn e B. A correção dessas deficiências poderá ser realizada por meio da aplicação de fertilizantes ao solo ou via foliar, de acordo com os resultados de análise foliar e do solo.

 Crédito Fernando Gomes
Crédito Fernando Gomes

Fornecimento de cálcio

Considerando-se a elevada exigência da mangueira por cálcio (Ca), recomenda-se associar a calagem com a aplicação de gesso. A quantidade de gesso a ser aplicada deve ser definida de acordo com os resultados da análise química e a textura do solo, e associada à quantidade de calcário, que fica em torno de 0,5 t/ha em solos de textura arenosa e 2,5 t/ha em solos de textura argilosa.

Aplicar o gesso na superfície, sem incorporação, após a calagem e antes da adubação, para se evitar perda excessiva de K.

Tabela 2. Quantidades de N, P2O5 e K2O indicadas para a adubação de produção da mangueira (Mangifera indica L) em função da produtividade e da disponibilidade de nutrientes

Produtividade esperada N nas folhas, g kg-1 P Mehlich-1, mg dm-3 K solo, cmolc dm-3
< 12 12 – 14 14 – 16 > 16 < 10 10 – 20 21 – 40 > 40 < 0,16 0,16 – 0,30 0,31 – 0,45 > 0,45
t/ha N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha
< 10 30 20 10 0 20 15 8 0 30 20 10 0
10 ” 15 45 30 15 0 30 20 10 0 50 30 15 0
15 ” 20 60 40 20 0 45 30 15 0 80 40 20 0
20 ” 30 75 50 25 0 65 45 20 0 120 60 30 0
30 ” 40 90 60 30 0 85 60 30 0 160 80 45 0
40 ” 50 105 70 35 0 110 75 40 0 200 120 60 0
> 50 120 80 40 0 150 100 50 0 250 150 75 0

Fonte: Silva et al. (2004).

Fonte: Embrapa Cerrados

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