O mercado de carbono no Brasil entrou no ano de 2024 com expectativas para o setor agropecuário. Aprovado no final do ano passado, o Projeto de Lei que visa regulamentar o mercado de carbono no país estabeleceu um sistema nacional de comércio de emissões. Com essa regulamentação, a expectativa é trazer segurança jurídica ao mercado, garantindo a autenticidade dos créditos de carbono, os quais evidenciam a redução de uma tonelada de CO2 equivalente na atmosfera.
Segundo Helen Estima, gerente de projetos e sustentabilidade da SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, este marco representa um passo significativo para a transição do país do mercado voluntário para o regulado. “O mercado voluntário, embora careça de diretrizes jurídicas claras, continua operando. Muitos países atuam em ambos os mercados, e a regulamentação busca estabelecer diretrizes e normas para as empresas, corporações e produtores rurais que desejam participar desse cenário”, destaca.
Helen afirma que a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados representa um avanço, mas agora aguarda análise no Senado. Análises indicam otimismo no progresso dessa regulamentação, que impactará setores diversos. No entanto, conforme a especialista, vale ressaltar que os produtores rurais ainda não estão totalmente inseridos nesse processo devido às dificuldades em quantificar as emissões de cada propriedade.
A gerente da SIA observa que a sustentabilidade se destaca como um tema central nesse contexto. “A busca pela monetização da sustentabilidade, seja por meio de créditos de carbono ou certificações, não deve ser o objetivo primário. A sustentabilidade deve ser uma consequência natural da produção, resultando em práticas mais eficientes e produtivas”, salienta.
Helen alerta que o produtor deve focar na produção sustentável para aumentar a eficiência, otimizar recursos naturais e melhorar a produtividade. Destacam-se práticas como integração lavoura-pecuária, manejo adequado de pastagens, plantio direto e eficiência econômica. “A mensagem aos produtores inclui a importância de estar preparado para o mercado regulamentado, garantindo o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a posse legal das terras. Além disso, encorajam o entendimento sobre inventário de emissões e pegada de carbono, utilizando ferramentas disponíveis para monitorar e melhorar o balanço de carbono nas propriedades”, finaliza.