As propriedades
terapêuticas de produtos elaborados a partir do mel da abelha sem ferrão serão
abordadas na programação de palestras do Primeiro Seminário Noroeste de
Meliponicultura que vai acontecer nos dias 29 e 30 de abril, no município de
Horizontina (RS). Promovido pela Associação de Meliponicultores do Vale do Alto
Taquari (Amevat), o evento contará com uma exposição de mais de 25 espécies de
abelhas sem ferrão, degustação dos diversos tipos de méis, entre outras
atividades.
A palestra dos doutores Mikhael Marques e Genna Souza, que acontecerá no
sábado, dia 30, terá como tema “Confecção de cosméticos, meliproduto:
Propriedades terapêuticas dos produtos das abelhas sem ferrão”. Professor
da pós-graduação de Fitoterapia e Plantas Medicinais da Escola de Educação
Permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Marques
vai apresentar em sua fala estudos científicos que apontam os grandes
potenciais terapêuticos existentes nos produtos das abelhas sem ferrão, em
especial no pólen, como no caso Samburá que é o pólen já estocado das abelhas.
A própolis também será destacada.
De acordo com Marques, o mel das abelhas sem ferrão é mais líquido, fermentado
e muito aromático. Lembra que já existem estudos científicos apontando o
significativo potencial de méis e própolis como efeito antidiabético, com
capacidade antimicrobiana. Outro assunto que irá tratar em sua palestra é o
potencial nutritivo do pão de abelha ou samburá. “E um tema que eu sempre gosto
de enfatizar nas minhas aulas é a qualidade desses produtos. Então não adianta
a gente consumir um mel pasteurizado, que é um mel morto, que perdeu
muito das suas propriedades terapêuticas, perdeu sabor e aroma. Ou não
adianta usarmos uma própolis muito velha e fazer um extrato. Então é um tema
que eu sempre gosto de abordar”, observa.
Marques enfatiza ainda a importância das abelhas para o ser humano e para a
humanidade. “É nesse tema que eu insiro a questão da ecologia das
abelhas, da importância da manutenção desses insetos para o nosso ecossistema”,
informa, reforçando que esse evento é de importância crucial para os seres
humanos. “Não somente seres que consomem os produtos das abelhas, mas para todo
mundo que está na Terra e consome, por exemplo, muitas frutas, vegetais. Grande
parte desses alimentos são diretamente dependentes das abelhas sem ferrão e das
com ferrão também”, conclui.
A doutora em Ciências Agrárias, Genna Souza, coordenadora do Setor de
Meliponicultura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, vai abordar a
diversidade, pureza, métodos de colheita, manejo para produção e métodos de
conservação dos compostos para garantia de qualidade para o consumo humano. “A
Meliponicultura é uma atividade que está crescendo muito em todo o Brasil e
quanto mais pudermos realizar eventos para divulgação, melhor será para todos
os criadores e para a conservação desses polinizadores fundamentais para o
equilíbrio dos ecossistemas”, ressalta.
O Primeiro Seminário Noroeste de Meliponicultura ocorrerá no CTG Carreteiros de
Horizonte. Além da Amevat, o evento também é realizado pela Prefeitura
Municipal e Câmara de Vereadores de Horizontina e Emater, e conta com o apoio
de MaxBem, Agptea e Agronatur. As inscrições para o seminário podem ser feitas
nos dias do evento.