Durante o evento, a Emater-MG realiza o Circuito Frutificaminas, com palestras sobre a atividade
O município de Delfinópolis, no sudoeste de Minas, conhecido por ser um dos maiores produtores de banana do Estado, vai sediar no período de 20 a 24 de junho, a 1ª Feira da Banana. A programação ampla e variada vai incluir dia de campo, palestras,  mesa redonda, agenda de compromisso e feira de negócios, além de atrações culturais, shows,  arraial e comidas tÃpicas. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) é uma das colaboradoras do evento, que vai acontecer na avenida Padre Ivo Soares Matos, 814, em frente à escola estadual da cidade.
“Vai ser uma oportunidade para os produtores trocarem ideias e experiências entre eles e com as empresas que estarão expondo máquinas e equipamentos para a atividade“, resume o engenheiro agrônomo e extensionista do escritório da Emater-MG no município, Sávio Marinho.
Segundo o agrônomo, entre os destaques está a realização do Circuito Frutificaminas, na manhã do dia 21 de junho, com palestras de especialistas da área, abordando temas como: o manejo da fusariose da bananeira e a saúde do solo em bananicultura. Uma palestra sobre o Certifica Minas Frutas, programa do governo estadual que propõe a implementação de certificação das propriedades produtoras de frutas, será outro ponto forte da programação.
De acordo com Marinho, um assunto de grande relevância para os que vivem da atividade de bananicultura será a palestra “Opções de manejo da fusariose da bananeira no Brasil: Ações necessárias para prevenção da entrada e mitigação de danos frente a ameaça da raça 4 Tropical“. A doença, que tem o poder de dizimar uma das frutas mais populares do mundo, Â será tratada pelo especialista da Embrapa Miguel Dita, que é membro do Comitê de Prevenção da Fusariose da ONU, segundo Marinho.
Indicação Geográfica
Outro assunto que deve chamar atenção durante a feira de Delfinópolis, conforme Sávio Marinho, é a Indicação Geográfica (IG) em banana, objetivo que tem mobilizado produtores e suas entidades representantes, Â para valorizar os produtos de uma área geográfica, mantendo os padrões locais na identificação da origem delas e dos serviços, por meio das modalidades Denominação de Origem (DO) e Indicação de Procedência (IP).
“O tema será abordado a partir de experiências vivenciadas por  associações de produtores, como a Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco) de Santa Catarina, que conquistou recentemente a IG da banana de Corupá. Ou ainda,  a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte)  que criou a marca Frutas do JaÃba. A Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocam)  também  vai marcar presença, já que obteve a IG do famoso queijo,  fabricado na região da Serra da Canastra“, conta Sávio.
Indicação Geográfica (IG) é quando um produto é identificado como originário de uma região ou quando determinada qualidade ou característica do produto seja essencialmente atribuÃda à sua origem geográfica. É uma indicação que demonstra que um produto é patrimônio regional, onde normas e regras específicas já estão organizadas para preservar esta identidade. O registro de IG é concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Segundo o agrônomo da Emater-MG, a IG é um movimento atual, que valoriza o produto e atesta as diferenças de cada um, conforme as características geográficas. “Isso é uma tendência, que difere um produto de uma região para outra. Por exemplo no caso do queijo, o da Canastra tem características diferentes do queijo do Serro. Desta forma, os produtores de Delfinópolis estão no processo de reconhecimento da banana de Delfinópolis. “Temos alguns testes laboratoriais, mostrando que a nossa banana tem características, tais como  a coloração da casca, o sabor, etc. Sem entrar na questão de que ela seja melhor ou pior, mas diferente, por exemplo, da banana produzida no Norte de Minas e na Mantiqueira“ argumenta.
Produção
A produção mineira de banana é de 772,8 mil toneladas, que representa 11,1% da produção brasileira. O Â Estado ocupa a terceira posição no ranking nacional. A área destinada à cultura é de 48,9 mil hectares. Minas Gerais apresenta produtividade de 17,455 kg/ha, que é Â 19,8% superior ao rendimento médio nacional (14.567 kg/ha).
Em 2016, a área total cultivada teve produção de banana prata, prata-anã, banana nanica (caturra) e outras bananas (ouro, da terra, maçã e marmelo). Delfinópolis é o quarto município produtor no Estado, com 46,3 mil toneladas, perdendo somente para JaÃba, Nova Porteirinha e Janaúba.
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