Maria Idaline Pessoa Cavalcanti
Engenheira agrônoma, doutora em Ciência do Solo (UFPB) e professora substituta -Universidade Federal do Cariri
idalinepessoa@hotmail.com
O feijão é, atualmente, uma das leguminosas mais importantes em todo o mundo e é uma fonte importante nutriente. Suas propriedades nutricionais estão relacionadas a um alto teor de proteína.
Devido à importância econômica e social da cultura, vários estudos estão sendo realizados para minimizar custos e maximizar a produção, incorporando tecnologias que melhoram a nutrição de culturas, como os quelatos.
Os quelatos são muito solúveis e dissociam-se muito pouco em solução, ou seja, uma vez ligados, permanecem inalterados, fazendo com que os defensivos e micronutrientes (zinco, ferro, manganês, cobre e cobalto) permaneçam inalterados e disponíveis na solução.
A quelatização é uma forma de proteger os nutrientes, para que, quando entrarem em contato com a planta, não percam seu efeito. A novidade, que ajuda na translocação dos nutrientes dentro das plantas, contribui também para um aumento geral na produtividade do feijoeiro de até seis sacas a mais por hectare.
Os quelatos sintéticos são formados pela combinação de um agente quelatizante com um metal, por meio de ligações coordenadas.
Um exemplo é a utilização de manipueira, resíduo líquido da prensagem da mandioca, obtido no processo de produção de farinha. Após a fermentação da manipueira há a formação ácidos orgânicos, como ácido lático e acético.
Alguns desses ácidos orgânicos naturais são agentes quelatizantes e podem ser utilizados na fixação de micronutrientes no solo. O uso de quelatos em adubações com micronutrientes apresenta eficiência agronômica de três a 10 vezes maior que os sais.
A manipueira, fermentada via ação microbiana, pode se tornar um quelatizante com grande potencial agrícola.
O feijoeiro
Dentre os principais micronutrientes indispensáveis para o feijão, destaca-se o zinco, que está diretamente relacionado à síntese e à conservação de auxinas, hormônios vegetais envolvidos no crescimento da planta e na estrutura e funções das enzimas.
A inexistência de conhecimento do uso da manipueira na cultura do feijoeiro tornou necessária a procura de uma solução tecnológica para a obtenção de quelato de zinco para incremento da produção da cultura do feijoeiro, considerando-se o melhor aproveitamento da manipueira na agricultura.
Atualmente, os quelatos são classificados quanto à sua eficiência, conforme a capacidade de quelatizar um determinado nutriente. Desta maneira, alguns deles são eficientes para alguns, mas fracos para outros.
É fundamental que um quelato tenha a capacidade de quelatização para todos os nutrientes, porém, quando alguns nutrientes não quelatizados são dissolvidos na solução, também chamada de calda, ocorrem reações químicas que mudam a estrutura química dos fertilizantes. Essas ligações tornam os nutrientes indisponíveis para a absorção da planta.
Na literatura existem poucos trabalhos sobre o efeito dos quelatos orgânicos na cultura do feijoeiro.