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Dalva Luiz de Queiroz
Pesquisadora da Embrapa Florestas
Os psilÃdeos atacam as espécies florestais, sugando a seiva e diminuindo a produtividade da silvicultura. O manejo de psilÃdeos é relativamente recente no Brasil. A espécie mais preocupante surgiu no Brasil em 2003, o chamado psilÃdeo de concha.
No entanto, já existem medidas de controle eficazes contra o problema. Uma delas é o uso de variedades resistentes, mas o monitoramento constante da floresta é essencial. Existe, ainda, o cuidado com a adubação. No caso dos psilÃdeos, quanto menos nitrogênio o silvicultor usar na época de pico populacional, menos a praga conseguirá se desenvolver.
Os psilÃdeos sugam a seiva das plantas, causando distorções e amarelecimento das folhas, deixando as plantas enfraquecidas e, em caso de infestações severas, podem levar à morte.
Os excrementos adocicados expelidos pelos psilÃdeos propiciam um ambiente para infestações com fungos, que formam fumagina, cobrindo as folhas e diminuindo a fotossíntese. O psilÃdeo de concha suga a seiva, enfraquecendo as plantas e causando queda prematura de folhas.
Controle
Entre as medidas de controle mais eficazes estão: variedades resistentes, uso de parasitoides para controle e adubação balanceada e na época correta. No Brasil, grande parte dos plantios de eucalipto são clonais, ou seja, clones oriundos de uma ou mais espécies.
A maioria dos clones originários de Eucalyptuscamaldulensissão susceptÃveis ao psilÃdeo de concha. A maioria dos clones de E. urophylla são resistentes. Na região sul do Brasil, onde são plantados eucaliptos oriundos de sementes, tais como E. dunni, E. benthamii e E. globulus, não há problemas sérios com o psilÃdeo de concha.
Monitoramento
O monitoramento de pragas é importante em toda a fase da floresta, desde o plantio até a colheita, para que seja possível detectar os problemas no início, antes que a floresta esteja comprometida, e ainda dê tempo para se tomar medidas de controle.
Existem diversas formas de monitoramento de pragas em florestas. Uma das mais eficientes é o caminhamento nas linhas de plantio, observando a saúde das plantas, sintomas de doenças, danos provocados por insetos, etc.
O monitoramento de pragas pode ser feito, também, por armadilhas luminosas, adesivas, etc. Em grandes áreas o monitoramento pode ser feito por imagens de satélites, e até mesmo por drones.
É bom lembrar que uma adubação correta e balanceada deixa as plantas mais fortes para resistirem ao ataque de pragas e doenças.
Os psilÃdeos, assim como todos os sugadores, precisam de uma grande quantidade de nitrogênio para se reproduzir e se desenvolver. Desta forma, a adubação nitrogenada favorece o aumento populacional destes insetos.
É importante, ainda, que o agricultor monitore a praga em sua fazenda e observe em qual época do ano ela é mais frequente. Assim, pode-se evitar aplicar excesso de nitrogênio na época propÃcia ao desenvolvimento do inseto, assim como grandes picos populacionais e danos às plantas.
O monitoramento de pragas deve sempre ser feito de maneira integrada (MIP), ou seja, utilizando os recursos genéticos adequados, adubação balanceada, plantio correto, manejo do solo, objetivo final do plantio, etc.