A produção de algodão na safra 2023/24 está superando as expectativas, estimada em 3,5 milhões de toneladas. No entanto, é importante agora considerar as condições de armazenamento do produto. As variáveis climáticas, como chuvas e umidade relativa do ar, podem influenciar significativamente a umidade do algodão durante a colheita e o armazenamento.
Especialistas da área ressaltam que o teor de umidade e a qualidade do armazenamento do algodão são cruciais para preservar a qualidade e o valor comercial do produto. “Seja na fase de colheita, armazenamento ou processamento, manter a umidade adequada evita perdas e garante a qualidade da fibra”, afirma o engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da empresa Loc Solution, que detém a marca Motomco de aparelhos medidores de umidade.
Segundo ele, para o algodão em caroço, recomenda-se um teor de umidade de até 12%, pois acima deste percentual começam a surgir problemas de qualidade. Já a umidade ideal da fibra durante o beneficiamento deve ficar entre 9-10 %. “Portanto, é fundamental manter o algodão em um local seco, limpo e bem ventilado para evitar a presença de impurezas que podem afetar negativamente o beneficiamento pela indústria têxtil”, afirma Smolareck.
A adoção dessas práticas de armazenamento pode ajudar a evitar perdas e garantir uma comercialização bem-sucedida. “A umidade é um dos principais fatores a serem controlados durante a colheita. Ela vai indicar o momento adequado para iniciar a colheita ao longo do dia e o momento certo de parar”, complementa Smolareck.
Existem várias técnicas para medição da umidade, sendo as mais comuns a utilização de medidores de umidade de algodão portáteis. Um dos desafios enfrentados pelas algodoeiras está relacionado à falta de padronização nos métodos de medição da umidade, o que pode levar a resultados imprecisos e dificultar a avaliação da qualidade do algodão.
De acordo com Fernanda Rodrigues da Silva, gerente de Relacionamento da Loc Solution, os medidores de umidade portáteis para o algodão são práticos e de fácil manuseio, ideais para medições rápidas durante a colheita ou o beneficiamento.
Ter um equipamento adequado é fundamental para entender a qualidade do produto, além de garantir uma gestão eficaz da umidade do algodão. “Com a adoção de técnicas adequadas de medição e controle, os produtores podem minimizar os impactos negativos da umidade e otimizar os resultados em todas as etapas da cadeia produtiva”, destaca ela.
Em relação à safra, houve um aumento significativo de 7,7% em comparação com o ciclo anterior, principalmente devido ao incremento de 15,4% na área plantada, que alcançou 1,93 milhão de hectares.
“Esse aumento na área cultivada é resultado, em grande parte, da migração de terras anteriormente destinadas ao milho de segunda safra para a cultura do algodão”, afirma Smolareck, acrescentando que os produtores estão buscando alternativas rentáveis, e o algodão surge como uma opção atrativa diante das condições climáticas desfavoráveis para outras culturas.