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Silício em café traz mais produtividade e menos doenças

 

VandimilliAraújo Lima

Graduanda em Agronomia – UFLA

Daniela Andrade

Mestre em cafeicultura/analista em Planejamento e Gestão Agrícola da AC Café

daniela.agronomia@outlook.com

 

Crédito Daniel Vieira
Crédito Daniel Vieira

A partir de 2004 o silício (Si) foi considerado micronutriente benéfico para o crescimento e desenvolvimento das plantas por meio do decreto de lei número 4954 (regulamenta a lei 6894 de 16/01/1980).

Embora não seja um nutriente essencial, pesquisas apontam que o Si é bastante exigido por algumas plantas e quando fica disponibilizado via solo possui um importante papel no desenvolvimento e na nutrição mineral; além de aumentar a resistência mecânica a doenças e ao ataque de pragas; melhorar as condições químicas adversas, e estar relacionado com a indução de reações de defesa da planta.

O elemento é pouco móvel nas plantas. Move-se por meio do xilema e é dependente da taxa de transpiração das plantas. Sua absorção pode trazer tolerância à toxicidade por materiais pesados e estresse hídrico e salino, menor evapotranspiração, promoção de crescimento e nodulação de leguminosas, efeito na atividade de enzimas e na composição mineral e melhoria na arquitetura das plantas. Para diversas plantas, tem-se observado aumento de produtividade proporcional à maior disponibilidade de silício no solo.

Benefícios

O uso de silício em lavouras cafeeiras ainda é pouco usual. Entretanto, pesquisas revelam que a aplicação de Si, em mudas, mostra uma redução na intensidade de cercóspora, resultando em uma diminuição de 60% no número de lesões nas folhas. E quando associado ao DAP (fosfato diamônico) na forma de ácido monossilícico, resulta no aumento do vigor vegetativo e maior crescimento e desenvolvimento de brotos em mudas, o que pode refletir em aumento de produtividades futuras.

Contudo, ficam claros os diversos benefícios que o silício pode trazer para a lavoura cafeeira. Mas, não se deve esquecer o fator chave a ser considerado na tomada de decisão: a recomendação agronômica sustentada pela análise de solo e foliar.

É importante ressaltar que em uma cultura perene como o café a necessidade de Si pode ser maior por serem solos cultivados por longos períodos. Logo, é importante que se faça análise de solo e foliar para garantir a melhor tomada de decisão, principalmente quanto à quantidade aplicada e à fonte de silício que será utilizada de acordo a sua região.

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Resistência a doenças

Comprovou-se em pesquisas que o silício aumenta na planta a produção de compostos químicos que combatem a herbivoria e a predação. O silício se mostrou efetivo no controle da cercosporiose, porém, a efetividade depende da cultivar de café utilizada.

A ferrugem, causada por Hemileiavastatrix, é a doença mais importante do cafeeiro. Existe uma necessidade urgente de se obter métodos alternativos de controle dessa doença que sejam menos nocivos ao meio ambiente.

Um estudo usou silicato de potássio em doses de 0 a 60 g/L em pH que variou de 5,5 e 10,5, na intensidade da esporulação de H. vastatrix, número total de pústulas por folha e severidade da ferrugem. Notou-se que quanto maior a dose de silicato de potássio, maior foi a inibição da germinação dos uredósporos de H. vastatrix em pH alcalino.

Portanto, há a possibilidade de se utilizar a pulverização de solução de silicato de potássio em pH alcalino como tratamento para redução da intensidade da ferrugem do cafeeiro.

Manejo acertado

A dose de Si a ser aplicada no solo depende da reatividade da fonte, do teor de Si no solo e da cultivar de café considerada. Estudos indicam que doses variando de 1,5 a 2,0 t ha-1 de silicato de cálcio foram adequadas para uma boa produção de arroz no Japão, Korea e Taiwan (De Datta, 1981). Para solos já corrigidos, a dose de silicato não deve ser superior a 800 kg ha-1.

O primeiro fator a se considerar é o tipo de solo, pois mesmo que o silício seja o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, em solos intemperizados e ácidos o teor do nutriente é baixo ou nulo. Além disso, a deficiência de silício pode ser agravada pelo uso intensivo do solo.

Custo-benefício

O custo por hectare varia de região para região. Mas, normalmente, as fontes de silício são relativamente baratas, quando comparadas com qualquer outro nutriente. Há quatro fontes de silício disponíveis, e sua aplicação varia.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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