25.6 C
Uberlândia
quinta-feira, abril 25, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosSilício pode aumentar nódulos na soja

Silício pode aumentar nódulos na soja

Autores

Herika Paula PessoaEngenheira agrônoma, mestra e doutoranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)herika.paula@ufv.br

Ronaldo Machado Juniorronaldo.juniior@ufv.br

Ramon Gonçalves de Paula ramondepaula22@gmail.com

Engenheiros agrônomos, mestres em Fitotecnia e doutorandos em Genética e Melhoramento – UFV

Fotos: Shutterstock

A nutrição mineral adequada é fundamental para bom desenvolvimento das culturas e altas produtividades. Apesar de não ser considerado um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas, efeitos benéficos do silício foram observados em inúmeras espécies.

Na cultura da soja, especula-se que a utilização de fertilizantes silicatados possam influenciar o processo de nodulação, aumentando a quantidade de nódulos nas raízes. O silício atuaria durante o estabelecimento da relação simbiótica entre as bactérias fixadoras de nitrogênio (Bradyrhizobium japonicum) e as plantas de soja.

Comprovação científica

Em experimentos em condições controladas, a aplicação de silício aumentou a biomassa total, o comprimento e a massa da raiz. Em leguminosas como a soja, que têm o potencial de formar nódulos, esse aumento no comprimento e volume da raiz implicaria em um aumento no número de locais potenciais para infecção pelos rizóbios, o que, por sua vez, levaria ao aumento da nodulação e da fixação de N.

Além disso, como o Si está ligado ao metabolismo de compostos fenólicos, é possível o seu envolvimento na síntese ou em processos bioquímicos de isoflavonóides, relacionados à expressão dos genes que induzem a formação dos nódulos.

Opções

Diferentes empresas possuem em seu portfólio produtos destinados à suplementação de silício. Cada empresa e produto possuem recomendação de utilização diferente. As aplicações podem ser parceladas a cada 20 dias do pré-florescimento até o enchimento das vagens e antes da aplicação de herbicidas pós-emergentes, ou em quatro aplicações realizadas nos estádios V4 (três folhas completas expandidas), R1 (início do florescimento), R3 (início da frutificação) e R5 (início da formação da semente).

Outras empresas recomendam adotar a aplicação de acordo com a escala fenológica da cultura, sendo a primeira aplicação feita no estágio V8 (46 dias após a semeadura), a segunda em R1 (60 dias após a semeadura), e a terceira em R5.1 (88 dias após a semeadura). As doses também variam de acordo com o fabricante e produto. O produtor deve sempre se atentar para as recomendações do fabricante.

Por que usar o silício

[rml_read_more]

Podemos encontrar diversos trabalhos científicos que relatam diversos efeitos positivos do uso do silício na cultura da soja. Eles estão relacionados principalmente com a resistência às pragas e doenças, bem como a diversos tipos de estresses abióticos, tais como altas temperaturas, déficit hídrico e toxidez de ferro e manganês às raízes.

Este micronutriente auxilia não apenas na produção de nódulos nas raízes, mas também melhora a resistência a pragas, patógenos e ao déficit hídrico, além da melhoria na qualidade da cultura e produtividade. Estudos indicam que o silício também contribui para o aumento da clorofila, metabolismo da planta e absorção de nutrientes.

Os principais erros da utilização do silício estão relacionados à escolha da fonte a ser utilizada. Na maioria das vezes o Si é fornecido via solo, por meio do uso de escórias de siderurgia na forma de silicatos de cálcio e magnésio, que são fontes de baixíssima solubilidade em água e, dependendo da origem, podem apresentar traços de metais pesados.

No entanto, a planta absorve exclusivamente o silício na forma de monossilícico (ácido ortosilícico), sendo essa forma monomérica de ácido silícico encontrada na água doce e salgada em baixas concentrações (< 10-4 M), e se gelatiniza como sílica gel em elevadas concentrações ou baixo pH.

Indicações

A indicação do uso e aplicação do silício deve ser acompanhada por um profissional habilitado, o qual pode orientar o produtor desde a aquisição dos produtos até a forma de aplicação. Além disso, é importante adquirir o produto de empresas idôneas.

Como já mencionado anteriormente, a aplicação do Si na cultura da soja pode trazer inúmeros benefícios não apenas no processo de nodulação, como também maior tolerância a estresses bióticos e abióticos, acréscimos de fitomassa seca na fase reprodutiva e na taxa de crescimento, entre outros.

O somatório de todos esses efeitos positivos pode trazer incrementos significativos de produtividade e justificar o investimento do produtor nessa tecnologia.

ARTIGOS RELACIONADOS

O que o produtor precisa saber para aumentar a produtividade da soja?

Artigo de Breno Azevedo, especialista de Desenvolvimento

Uma cultivar de soja muito amiga das abelhas

A sojicultura e a apicultura estão muito ligadas e é preciso estar sempre atento nessa conexão.

Estudos ajudam a mitigar os riscos com nematoides

Dentre os problemas que podem prejudicar o crescimento das plantas de soja, os nematoides são os que,

Pesquisa: Anomalia e quebramento das vagens de soja

Os pesquisadores da Fundação MT descobriram a presença de fungos Diaphorte/Phomopsis e Colletotrichum spp nas plantas afetadas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!