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Taxa Selic a 13,75% e o dilema do crescimento do PIB

Pensando Estrategicamente, por Antônio Carlos de Oliveira.

Pensando Estrategicamente
por Antônio Carlos de Oliveira.

Texto publicado originalmente no Diário de Uberlândia

Antônio Carlos de Oliveira/Reprodução

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, o sistema utilizado pelo Banco Central do Brasil para a negociação de títulos públicos federais. A taxa Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias para avaliar a situação econômica do país e definir a taxa de juros.

A Selic é utilizada como referência para diversas operações financeiras, como empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras e investimentos em títulos públicos. Ela também tem um papel importante no controle do remanescente dos ativos e passivos financeiros em poder do Banco Central, que é um dos principais objetivos da política monetária do Brasil.

Quando a taxa Selic é elevada, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos também aumentam, o que pode desestimular o consumo e o investimento. Isso ajuda a conter a demanda por produtos e serviços e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os preços, o que contribui para o controle da inflação.

Por outro lado, quando a taxa Selic é reduzida, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos também caem, o que pode estimular o consumo e o investimento. Isso pode contribuir para o crescimento da economia, mas também pode gerar pressões inflacionárias se não for acompanhada de políticas fiscais.

A taxa Selic é uma ferramenta importante da política monetária do Brasil, utilizada para controlar a sobrevivência e estimular o crescimento econômico. Ela é definida pelo Copom a cada 45 dias, com base na avaliação da situação econômica do país e de suas perspectivas futuras.

Até setembro de 2021, a taxa Selic estava em 2% ao ano, o que representa uma queda significativa em relação aos anos anteriores. No entanto, em setembro de 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu aumentar a taxa Selic para 6,25% ao ano. Posteriormente, em novembro de 2021, a taxa Selic foi novamente elevada para 7,25% ao ano. E em janeiro de 2022, a taxa Selic subiu para 8,25% ao ano, em seguida 9,25% ao ano em março de 2022, e em maio de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano.

Reflitam comigo: A manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano é uma medida tomada pelo Banco Central do Brasil para controlar a inflação, que vem apresentando índices elevados nos últimos tempos. Ao aumentar a taxa de juros, o Banco Central busca desestimular o consumo e o investimento, o que pode ajudar a conter a demanda por produtos e serviços e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os preços.

No entanto, essa medida também pode ter um impacto negativo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Quando a taxa de juros está alta, os custos de empréstimos e financiamentos se elevam, o que pode desencorajar as empresas a investirem em novos projetos e contratarem mais funcionários. Além disso, as famílias também podem ser atingidas pela alta dos juros, o que pode levar a uma redução do consumo e do investimento em bens duráveis, como carros e imóveis.

O dilema do crescimento do PIB e a manutenção da taxa Selic em 13,75% reflete a dificuldade que o Banco Central do Brasil tem em encontrar um equilíbrio entre duas metas importantes: o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.

A manutenção de uma taxa Selic muito alta pode ter impactos no comércio exterior de um país, como o Brasil. Alguns desses efeitos incluem – valorização da moeda nacional, quando a taxa Selic é mantida em níveis elevados, isso pode atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais altos. Esse fluxo de capital estrangeiro aumenta a demanda pela moeda local, levando à valorização da moeda em relação às outras moedas. 

Uma moeda mais forte torna os produtos exportados mais caros para os compradores estrangeiros, atraindo a concorrência das exportações. Isso pode resultar em uma queda nas exportações e um desequilíbrio na balança comercial, o que aumenta o custo de financiamento das empresas que desejam importar produtos. Com custos mais altos, as empresas podem reduzir suas exportações, optando por priorizar a produção doméstica ou buscar alternativas mais econômicas localmente, podendo levar a uma diminuição do volume de bens e serviços importados, afetando as empresas que dependem de insumos ou produtos importados e atendendo a oferta de produtos estrangeiros para os consumidores.

Vamos pensar estrategicamente: Para manter o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sem provocar inflação, o Banco Central precisa encontrar um equilíbrio entre a política monetária expansionista e a contenção dos preços. 

Visando resolver esse dilema, o Banco Central tem adotado uma política monetária cautelosa. Algumas soluções possíveis incluem uma política monetária gradual na definição da taxa Selic, seguindo ajustes suaves ao longo do tempo, o que permite que a economia se ajuste às mudanças na política monetária de forma mais suave, evitando impactos bruscos no crescimento e na inflação.

Entretanto, essa abordagem pode não ser suficiente para estimular um crescimento econômico mais vigoroso. Para alcançar um crescimento sustentável, é necessário investir em reformas estruturais que aumentem a produtividade e a competitividade da economia brasileira, atendendo os custos de produção e atraindo mais investimentos.

Observamos que o dilema do crescimento do PIB e a manutenção da taxa Selic em 13,75% reflete a complexidade da política monetária e fiscal do Brasil. Encontrar um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico é uma tarefa desafiadora, que exige uma abordagem cuidadosa e estratégica.

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