26.6 C
Uberlândia
sábado, maio 4, 2024
- Publicidade -
InícioDestaquesTaxa Selic a 13,75% e o dilema do crescimento do PIB

Taxa Selic a 13,75% e o dilema do crescimento do PIB

Pensando Estrategicamente, por Antônio Carlos de Oliveira.

Pensando Estrategicamente
por Antônio Carlos de Oliveira.

Texto publicado originalmente no Diário de Uberlândia

Antônio Carlos de Oliveira/Reprodução

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, o sistema utilizado pelo Banco Central do Brasil para a negociação de títulos públicos federais. A taxa Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias para avaliar a situação econômica do país e definir a taxa de juros.

A Selic é utilizada como referência para diversas operações financeiras, como empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras e investimentos em títulos públicos. Ela também tem um papel importante no controle do remanescente dos ativos e passivos financeiros em poder do Banco Central, que é um dos principais objetivos da política monetária do Brasil.

Quando a taxa Selic é elevada, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos também aumentam, o que pode desestimular o consumo e o investimento. Isso ajuda a conter a demanda por produtos e serviços e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os preços, o que contribui para o controle da inflação.

Por outro lado, quando a taxa Selic é reduzida, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos também caem, o que pode estimular o consumo e o investimento. Isso pode contribuir para o crescimento da economia, mas também pode gerar pressões inflacionárias se não for acompanhada de políticas fiscais.

A taxa Selic é uma ferramenta importante da política monetária do Brasil, utilizada para controlar a sobrevivência e estimular o crescimento econômico. Ela é definida pelo Copom a cada 45 dias, com base na avaliação da situação econômica do país e de suas perspectivas futuras.

Até setembro de 2021, a taxa Selic estava em 2% ao ano, o que representa uma queda significativa em relação aos anos anteriores. No entanto, em setembro de 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu aumentar a taxa Selic para 6,25% ao ano. Posteriormente, em novembro de 2021, a taxa Selic foi novamente elevada para 7,25% ao ano. E em janeiro de 2022, a taxa Selic subiu para 8,25% ao ano, em seguida 9,25% ao ano em março de 2022, e em maio de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano.

Reflitam comigo: A manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano é uma medida tomada pelo Banco Central do Brasil para controlar a inflação, que vem apresentando índices elevados nos últimos tempos. Ao aumentar a taxa de juros, o Banco Central busca desestimular o consumo e o investimento, o que pode ajudar a conter a demanda por produtos e serviços e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os preços.

No entanto, essa medida também pode ter um impacto negativo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Quando a taxa de juros está alta, os custos de empréstimos e financiamentos se elevam, o que pode desencorajar as empresas a investirem em novos projetos e contratarem mais funcionários. Além disso, as famílias também podem ser atingidas pela alta dos juros, o que pode levar a uma redução do consumo e do investimento em bens duráveis, como carros e imóveis.

O dilema do crescimento do PIB e a manutenção da taxa Selic em 13,75% reflete a dificuldade que o Banco Central do Brasil tem em encontrar um equilíbrio entre duas metas importantes: o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.

A manutenção de uma taxa Selic muito alta pode ter impactos no comércio exterior de um país, como o Brasil. Alguns desses efeitos incluem – valorização da moeda nacional, quando a taxa Selic é mantida em níveis elevados, isso pode atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais altos. Esse fluxo de capital estrangeiro aumenta a demanda pela moeda local, levando à valorização da moeda em relação às outras moedas. 

Uma moeda mais forte torna os produtos exportados mais caros para os compradores estrangeiros, atraindo a concorrência das exportações. Isso pode resultar em uma queda nas exportações e um desequilíbrio na balança comercial, o que aumenta o custo de financiamento das empresas que desejam importar produtos. Com custos mais altos, as empresas podem reduzir suas exportações, optando por priorizar a produção doméstica ou buscar alternativas mais econômicas localmente, podendo levar a uma diminuição do volume de bens e serviços importados, afetando as empresas que dependem de insumos ou produtos importados e atendendo a oferta de produtos estrangeiros para os consumidores.

Vamos pensar estrategicamente: Para manter o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sem provocar inflação, o Banco Central precisa encontrar um equilíbrio entre a política monetária expansionista e a contenção dos preços. 

Visando resolver esse dilema, o Banco Central tem adotado uma política monetária cautelosa. Algumas soluções possíveis incluem uma política monetária gradual na definição da taxa Selic, seguindo ajustes suaves ao longo do tempo, o que permite que a economia se ajuste às mudanças na política monetária de forma mais suave, evitando impactos bruscos no crescimento e na inflação.

Entretanto, essa abordagem pode não ser suficiente para estimular um crescimento econômico mais vigoroso. Para alcançar um crescimento sustentável, é necessário investir em reformas estruturais que aumentem a produtividade e a competitividade da economia brasileira, atendendo os custos de produção e atraindo mais investimentos.

Observamos que o dilema do crescimento do PIB e a manutenção da taxa Selic em 13,75% reflete a complexidade da política monetária e fiscal do Brasil. Encontrar um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico é uma tarefa desafiadora, que exige uma abordagem cuidadosa e estratégica.

ARTIGOS RELACIONADOS

Retorno econômico do milho safrinha 2021, em Mato Grosso do Sul

O cultivo do milho safrinha é uma atividade de alto risco, principalmente, quando semeado fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático.

Inflação: por que ela impacta no seu bolso?

Pensando Estrategicamente, por Antônio Carlos de Oliveira

Quais são as preocupações do agro em 2022?

O agronegócio é um setor bastante integrado internacionalmente do ponto de vista das suas ...

Reduzir riscos no agronegócio

Apesar do agronegócio ser o combustível da economia brasileira, não dá para negar ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!