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“Tesoura genética” é aliada para produção sustentável de alimentos

Técnica ajuda a desenvolver cultivares que necessitam menos água e são mais resistentes a pragas e mudanças climáticas

Créditos Pixabay

Famosa nos últimos meses por sua aplicação inédita na saúde, a técnica de edição genética conhecida como CRISPR-Cas9 ou “tesouras genéticas”, que permite cortar e “reescrever” parte do código do DNA para corrigir erros, também possui aplicação na agricultura. Biotechs brasileiras estão usando essa tecnologia para ajudar a mudar o cenário da produção global de alimentos para um modelo mais sustentável.

De maneira simplificada, a edição genômica é uma técnica que permite fazer pequenas alterações no genoma de um ser vivo para um propósito específico, sem a inserção de genes de outros organismos – como acontece nos transgênicos. “Comparo a edição genética a editar um texto. Você não o reescreve ou promove grandes mudanças, apenas corta as partes com problemas, acrescenta uma vírgula e aprimora alguns aspectos para que o todo funcione melhor. A edição genômica é uma “nature-based solutions” (solução baseada na natureza), pois reproduz alterações naturais que acontecem nos genomas de todas as espécies vivas. Ou seja, não é um Organismo Geneticamente Modificado (OGM)”, resume Paulo Arruda, CEO da InEdita Bio.

Na agricultura, a edição do genômica permite corrigir e realizar pequenas modificações no genoma de uma planta, adicionando elementos reguladores que alteram a expressão de genes de bactérias, fungos e insetos, eliminando esses microorganismos e pragas. Assim, desenvolve-se plantas resistentes a pragas e doenças, reduzindo o uso de pesticidas químicos, beneficiando o meio ambiente e tornando a produção de alimentos mais sustentável.

Impacto na agricultura e produção de alimentos

A InEdita Bio criou plataformas de edição genômica para o desenvolvimento dessas biotech traits de alto valor, incluindo cultivares resistentes a pragas e doenças e mais resilientes a mudanças climáticas. Essas cultivares demandarão menos água, fertilizantes e pesticidas químicos. Hoje, a InEdita Bio tem como foco a soja e o milho, duas culturas de maior impacto global na produção de alimentos. Mas as plataformas InEdita podem ser aplicadas para o desenvolvimento de qualquer ‘trait” em

O impacto das plantas geneticamente editadas para o meio ambiente será imenso. Hoje, 70% da água doce consumida no planeta é utilizada na produção de alimentos, segundo dados da ONU. No Brasil, onde a atividade agrícola é muito intensa, esse número pode ser ainda mais expressivo. Além disso, a produção de grãos tem, atualmente, um alto custo por conta dos insumos utilizados. O Brasil, por exemplo, faz uso intensivo de pesticidas químicos para produção da soja, que somam um custo próximo dos 3 bilhões de dólares por ano. Nesse cenário, a edição genômica entra como aliado para a sustentabilidade da agricultura, como uma das soluções que levam em consideração a preservação do meio ambiente, a produtividade e a eficiência no campo.

“As técnicas de edição genômica representam uma das mais promissoras ferramentas para garantir a produção sustentável de alimentos para uma população global crescente. Não temos muitas alternativas que não o uso da biotecnologia para aumentar a produção agrícola sem aumentar o desmatamento. É por meio dessas novas tecnologias que poderemos garantir a segurança alimentar de toda a população e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente e minimizar o impacto das mudanças climáticas”, finaliza Arruda.

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