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Tripes: manejo em cultivo hidropônico de alface

O manejo de tripes em cultivo hidropônico de alface é essencial para uma colheita saudável.

Gustavo Hacimoto
Especialista de Desenvolvimento de Produto da Enza Zaden Brasil

Gustavo Hacimoto, da Enza Zaden

Uma das principais pragas enfrentadas por produtores de hidroponia de alface atualmente é o tripes. Esse inseto pode causar danos diretos como pequenas lesões prateadas nas folhas, resultado de danos ocasionados no momento da alimentação de adultos e larvas, o que no momento da colheita reflete numa planta de menor volume devido ao descarte dessas folhas.

Entretanto, o principal dano causado é o efeito indireto, através da transmissão de uma virose popularmente conhecida como “vira-cabeça” (causado por espécies do gênero Tospovírus). Por ser feito em sua maioria em ambientes protegidos, em estufas de cobertura plástica, as hidroponias se tornam ambientes mais secos, e isso aliado a temperaturas mais altas favorecem a reprodução dessa praga.

Espécies de tripes

O ciclo de vida do tripes é formado pelas fases de ovo, larva (duas fases de alta atividade e alimentação), pupa (dividido em pré-pupa e pupa, de fase inativa) e adulto, sendo que esse processo pode durar entre 12 a 15 dias. É importante saber que a fase de pupa acontece no solo, e isso se torna relevante no momento do controle dessa praga.

Mais de 10 espécies de tripes já foram relatadas como sendo transmissoras das diferentes espécies de tospovírus. Porém, no Brasil a cultura da alface é infectada por quatro espécies: Frankliniella occidentalisFrankliniella schultzeiThrips palmi e Thrips tabaci.

 O inseto passa a ser vetor da doença apenas quando a sua fase larval acontece em uma planta já infectada. Para que ele consiga transmitir o vírus, a larva precisa se alimentar da planta doente, passar por um período de incubação (3 a 10 dias) dentro do corpo do inseto, e então ao atingir a fase adulta tornar-se apto a realizar a proliferação da doença.

Sintomas nas alfaces

Sintomas de vira-cabeça na alface
Crédito: Agenor Pavan

Os sintomas mais comuns nas plantas são manchas cloróticas e/ou necróticas, com um grande número de lesões menores de coloração marrom escura e bronzeamento nas folhas. Esses sintomas podem ocorrer de forma assimétrica, ou seja, apenas em um lado da planta.

 Com essa infecção o crescimento da planta fica comprometido, o que reduz o seu desenvolvimento e a torna inviável para comercialização. Além disso, caso as plantas infectadas não sejam retiradas da produção elas podem servir de fonte de inóculo e aumentar os danos ocasionados.

 As plantas podem ser infectadas em todas as suas fases de desenvolvimento, e as perdas nas produções de alface em sistema hidropônico podem chegar até a 100% em alguns casos.

Manejo

O seu manejo deve ser feito utilizando-se das diversas técnicas que temos disponíveis, atualmente. Como citado anteriormente, o próprio ambiente dessas produções, favorece a multiplicação dos insetos que atuam como vetores da doença. Manejo e controle do vetor são o principal método, não tendo medidas curativas após a infecção.

Para as produções hidropônicas, os meses entre setembro a março (primavera/verão) são os de maior infestação, sendo que os meses de janeiro e fevereiro se torna um período bem crítico. Lembrando que, justamente, esses meses são os de maior demanda de folhosas, trazendo uma atenção ainda maior para o manejo dessa praga nessa época.

Formas de controle

  • Manejo biológico – A base de extratos naturais como azadiractina, D-limoneno, citronela, Sophora flavescens, seja como repelente ou com efeito direto sobre a praga;
  • Manejo químico –  Atenção ao período de carência e registro dos produtos, variando desde produtos com baixa carência (1 dia) até os mais longos (25 dias) que devem ser aplicados logo no início do ciclo;
  • Manejo do ambiente – Em algumas hidroponias, por mais que o custo dessa implantação seja alto, forrar o solo com ráfia ou plástico (impedindo que a praga complete seu ciclo no solo). Outra alternativa é a utilização de armadilhas com coloração atrativa;
  • Eliminação de plantas infectadas do sistema – Elas podem ser fonte de inóculo para os tripes se contaminarem em sua alimentação e, assim, proliferar a doença para outras plantas na estufa;
  • Eliminação de plantas que podem ser hospedeiras da virose e/ou do tripes, como maria-pretinha, caruru, picão, serralha, beldroega, etc;

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