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Uvas na Villa de Bem: olhar para a sustentabilidade e inovação

Betina de Bem, proprietária da Villa de Bem – 3 Pedrinhas, em São Joaquim (SC), tem se destacado na produção de uvas em uma área de 1,0 hectare. Ela optou por cultivar variedades Piwi e viníferas, combinando inovação e tradição em sua produção.

“Os principais motivos que me levaram a escolher a Piwi estão relacionados ao meu doutorado”, explica Betina. Durante seus estudos, ela trabalhou com essas variedades em parceria com a Epagri, onde passou quatro anos analisando-as e conhecendo seu comportamento em países como Alemanha, Hungria e Itália. Essas variedades são novas, mas ganharam destaque mundialmente pela redução no uso de defensivos químicos.

“Como nossa região é produtora de viníferas, busquei combinar aquelas que melhor se adaptaram aqui,” continua Betina. As variedades italianas, em particular, têm contribuído para a produção de vinhos de alta qualidade em São Joaquim, onde a Villa de Bem está localizada.

Resistência e adaptação

Betina compartilha sua experiência positiva com as variedades Piwi em termos de resistência a doenças e adaptação ao clima local. “A safra do ano passado mostrou claramente a diferença na resistência dessas variedades, especialmente durante um período de muita chuva que causou problemas de míldio”, conta ela. Essas variedades, com genes específicos de resistência, se destacam pela produtividade e menor perda em condições adversas.

Mesmo assim, Betina enfatiza que o manejo não pode ser negligenciado. “É possível reduzir até 50% a aplicação de fungicidas, mas ainda é necessário um manejo intercalado de produtos”, diz ela. Essa prática sustentável resulta em menor uso de químicos e manutenção da resistência ao campo.

Qualidade enológica e sustentabilidade

Além da resistência, as variedades Piwi têm uma qualidade enológica que impressiona. “Essas variedades passaram por retrocruzamentos que garantem 80 – 85% do DNA de viníferas, resultando em vinhos equilibrados e de alta qualidade,” explica Betina.

Na Europa, essas variedades já são tratadas com o mesmo padrão de qualidade dos vinhos tradicionais, destacando-se por sua resistência e qualidade.

Betina também adota práticas de manejo voltadas para a sustentabilidade, como o uso de ovinos consorciados com vinhedos e controle biológico com bacilos. “Manter um ambiente de vinhedo sustentável e equilibrado favorece a redução de outras doenças,” comenta ela, ressaltando a importância de práticas agrícolas sustentáveis para a produtividade e saúde do vinhedo.

Desafios e perspectivas

Cultivar viníferas e Piwi juntas na mesma área traz desafios, mas Betina está otimista. “O próximo passo será introduzir esses vinhos no mercado para que os consumidores possam conhecê-los,” afirma ela. A confiança na qualidade enológica dos vinhos Piwi tranquiliza Betina, que acredita que os consumidores reconhecerão e apreciarão esses vinhos inovadores.

“Acredito que esses desafios fazem parte do nosso crescimento junto à pesquisa e às novas opções de cultivo, sempre visando a sustentabilidade do nosso ambiente agrícola, da nossa propriedade rural e dos nossos vinhedos”, conclui Betina.

A Villa de Bem, sob a liderança de Betina, exemplifica como a combinação de conhecimento acadêmico, inovação tecnológica e práticas sustentáveis pode transformar a produção de uvas e vinhos, oferecendo produtos de alta qualidade e menor impacto ambiental.

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